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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Triste dever eu cumpro!

Era uma vez... em Angola, dois fuzileiros, um bote, uma granada que perde a cavilha e um braço que voou feito em estilhas e deixou um dos presentes maneta para o resto da vida. Ele e eu passamos alguns meses juntos, na Escola de Fuzileiros, na primavera e verão de 1965. Depois disso regressei a Moçambique e nunca mais as nossas vidas se cruzaram. Ontem telefonaram-me avisando que alguns filhos da escola tinham estado presentes no seu funeral, no Vale de Milhaços, e tinham pedido para me darem conhecimento do ocorrido e que fizesse a necessária publicidade da triste notícia. O Zé Neto (14128) já não faz parte do mundo dos vivos. Paz à sua alma.
Mas, voltando atrás na história, o segundo ocupante do bote era um filho da minha escola que tenho procurado incessantemente desde há dois anos, o António José Pereira (16272) que fez uma comissão no DFE4, em Angola (altura em que aconteceu o tal acidente que levou o braço do Zé Neto), e depois outra no DFE5, em Moçambique. Durante esta comissão, ele deve ter estado no Niassa ao mesmo tempo que eu, mas por azar do destino nunca nos encontramos.
Há algum tempo atrás, recebi da 3ª Repartição a informação de que a data do seu nascimento era o dia de Camões do ano de 1945. Hoje dirigi-me ao Registo Civil e pedi uma certidão de nascimento, tarefa nada fácil só com estes dados, para ver se descubro o que é feito dele.
Depois de muitas pesquisas e com a funcionária a torcer o nariz com a falta de dados de que eu me fazia acompanhar, foi-me dito que só havia um cidadão com aquele nome, nascido a 10 de Junho daquele ano. Eu convencido que o filho da escola tinha nascido em Lisboa e a funcionária a dizer-me que nasceu em Vila Nova de Fozcoa. Não se importe com isso, venha de lá essa certidão, disse-lhe eu antes que ela se arrependesse e me mandasse bugiar.
Tudo o que eu queria descobrir era se o António José Pereira ainda anda por este mundo ou também está a fazer companhia ao Zé Neto, no outro. E a funcionária a dizer-me, do lado de lá do balcão - é vivo e mora em Leiria. Ela tinha lá a morada e bem podia ter-ma dado, mas fechou-se em copas com um simples - ai isso eu não posso fazer.
Agora resta-me ir chatear alguém em Leiria, seja a Junta de Freguesia ou outra entidade qualquer, para descobrir se estou na pista certa ou, de novo, a seguir uma pista falsa.
Ah, Protestante que tanta canseira me tens dado!

3 comentários:

  1. Nos anos 1965/66, quando da minha «estadia» na Escola de Fuzileiros muitas vezes me cruzei com o José Afonso Neto, nessa altura se a memória não me falha com o Posto de Cabo, interroguei-me várias vezes a razão daquele Homem que á vista desarmada estava incapacitado fisicamente, a razão de não o reformarem? antes obrigarem-no a andar por ali? mais tarde tirei a conclusão (não sei se certa ou errada) que seria para incentivar a Rapaziada, a seguir o seu exemplo, e não esmorecer no esforço de guerra, era um Herói em carne e osso que ali estava.
    Eu pelo contrário, ali andava a carregado de castigos, (qual reverso da mesma medalha) esperando impacientemente o empurrão definitivo que me poria porta fora, pois o meu prazo de validade estava esgotado.
    Que descanse em paz Amigo Neto.
    Um abraço
    Virgílio

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  2. Diz a Sao Pedro que nos deixe por aqui mais um pouco16 de janeiro de 2012 às 09:36

    Minhas sinceras condolencias aos familiares de Zé Neto (Manobra),grande amigo . Assei momentos inobliabbes com ele.
    Reposa em Paz meu Amigo , Que tenhas no Céu a felicidade que os homens nao te deram na terra.

    Quelfes

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  3. Fico triste por saber que mais um Amigo do meu falecido pai (16399) faleceu, nomeadamente o malogrado Zé Neto que tive a ocasião de conhecer em 2005 no decorrer do 1º reencontro.
    Lá recordaram os dois os momentos passados em Angola, e o Zé Neto a contar que tinha uma horta etc...

    Como diz a placa descerrada nesse dia, "Um Homem só morre, quando os outros o esquecem"

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