Esta é a última fase do 3º Encontro do DFE4 que soube a pouco. Soube a pouco não por ser fim de festa e o relógio do tempo passar depressa demais mas porque a companhia era agradável. E é sempre agradável a reunião entre famílias que se dão bem. No nosso caso a família dos fuzileiros - mais antiga - e a família parental em que o Arnaldo Cruz (Quintã) foi vivo exemplo, sublinhado pelo Almada.
Resta a esperança para a reunião de um futuro Encontro, que será o quarto. Até aqui contámos com a grata presença do Cmdte Pascoal Rodrigues. Só um fuzileiro da sua têmpora poderá aguentar viagens tão longas e esforçadas... Este ano, então, foi em cheio para o Comandante: Primeiro as Comemorações do Bicentenário dos Fuzileiros Navais Brasileiros, em Março/2008, e depois em Portugal, Abril/2008, na Escola de Fuzileiros e Encontro de Confraternização. Sobre o primeiro evento, aqui se publica a carta que o Comandante Pascoal Rodrigues dirigiu ao Almada, sobre a sua participação nessas Comemorações. Vale a pena ler!
Caro Amigo Carlos Ferreira
Vou tentar descrever como foi a minha ida ao Rio de Janeiro.
No dia cinco, teve uma cerimônia chamada “Parada depois do pôr do Sol”. Foi lindo e emocionante. Começou às 20:00 horas
Começou assim. Nós sentados nas arquibancadas em frente da Parada do Corpo de Fuzileiros do Brasil. Apagam-se todas as luzes. É focado um clarim sozinho no meio da parada o qual toca a avançar. Ficamos na expectativa do que vinha. Subitamente, ouve-se um rufar de tambores , ao longe, o som aumenta e começamos a ouvir gaitas de foles. A formatura aparece detrás dos edifícios e entra a Banda Marcial dos FNB. A Suely sentiu um arrepiu e eu um aperto no peito. Atrás vem os Fuzileiros com os seus uniformes tradicionais e assim começou a apresentação. A seguir um pelotão começou a apresentação de ordem unida sem comando que eles chamam de ordem unida silenciosa. As evoluções e manejo de arma são encadeados de forma automatizada sem qualquer ordem de comando.
Depois tocou a Banda Sinfonica dos Fuzileiros. (eles tem a Marcial e a Sinfonica). A certa altura tocaram 1812 de Tchaikowsky. Ela traduz musicalmente a invasão da rússia por Napoleão e a sua derrota pelos russos. A musica representa sons dos respetivos hinos e também da batalha. No momento em que tocam os instrumentos para simular tiros de canhão soaram, ao mesmo tempo, salvas de canhões ( reais ) que estavam ali perto, guarnecidos pelos Fuzileiros com uniformes de 1808. Sentimos o cheiro da pólvora e os canhões acompanhando a musica. Só posso dizer que foi extraordinário e emocionante.
No dia sete foi mais formal com a presença de dezenas de Almirantes, adidos navais de vários paises, e o Ministro da Defesa e forças de vários departamentos da Marinha e Fuzileiros. Foi também muito interessante. E chamou-me a atenção a comparência de cerca de um pelotão de antigos fuzileiros da Associação de Fuzileiros Navais do Brasil com uniformes próprios, se bem que simples, os quais desfilaram garbosamente apesar da idade avançada de alguns.
Fui muito bem recebido pelos Fuzileiros Brasileiros que me levaram de imediato ao Almirante Comandante do Corpo de Fuzileiros do Brasil, que logo lembrou ter sido eu o iniciador da nova era dos fuzileiros em Portugal e depois me levou ao Alm. Carvalho e Abreu que estava chegando, entretanto. Aparentemente foi o Carvalho e Abreu que no ano passado em cerimônia havida em Portugal sobre a ida da Família Real em 1808, que teria contado ao brasileiro que eu vivia no Brasil. E ele então resolveu me convidar.
Tenho gratas recordações destes dias mas depois conto mais pessoalmente.
Um grande abraço
Pascoal Rodrigues