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sábado, 12 de agosto de 2023

O Chamusca!

 O Chamusca era filho da minha escola, a última vez que me encontrei com ele foi na Escola de Fuzileiros, no dia do nosso Cinquentenário. Nem sabia que ele tinha seguido a carreira militar, soube agora, no anúncio da sua morte, que tinha atingido o posto de sargento, não sei se chefe ou mor.

Depois da recruta nunca mais nos cruzámos, eu andei por Moçambique o tempo todo e ele só Deus sabe por onde andou. Tenho a ideia que ele era fuzileiro especial e deve, portanto, ter feito comissões nos destacamentos. Sendo voluntário como eu, ele ainda não tinha chegado aos 80, como eu também não cheguei ainda e era um dos voluntários mais velhos, completei os 18 anos de idade no dia da inspecção e ingressei na Briosa no dia seguinte, 10 de Março.

Parece-me que ouvi o Fernando Martins (16436) referir que foram juntos para o Ultramar, mas não sei para que província. Em 1965 ou 1966, o Fernando foi destacado para o Comando Naval de Moçambique e foi encontrar-se comigo no aquartelamento da Machava, tendo ingressado na equipa de tratadores dos cães de guerra.

Da Escola, em Vale de Zebro, até à Chamusca ainda são uns bons quilómetros, mas o Carlos (16306), cada vez que tinha uns dias livres montada na sua "motorizada" e lá ia ele a caminho de casa. Muitos quilómetros deve ter feito aquela motoreta!

Agora, lá em cima, não há motorizada que o carregue, nem me parece que lhe faça falta. Os anjos têm umas asinhas que os leva de um lado para o outro rápido e seguro.

Descansa em paz, filho da escola, os teus trabalhos neste mundo terminaram. Que Deus te receba na sua graça e te reserve um lugar, à sua direita!

segunda-feira, 3 de julho de 2023

Escolheu bem o dia!

 


Ontem, dia 1 de Julho, aconteceu mais um encontro anual na Escola de Fuzileiros. Uns foram, outros não puderam ou não quiseram ir e aconteceu que o Manel Morais (8316.62) decidiu partir para o outro mundo, enquanto os seus camaradas rumavam a Vale de Zebro. Talvez não tenha sido ele a decidir, mas alguém por ele tomou essa decisão e quando assim é não há nada a fazer.

Eu fui para Moçambique, mal tínhamos acabado o Curso de ITE e ele seguiu para a Guiné, uns meses mais tarde. Com isso nunca mais os nossos caminhos se cruzaram e, por conseguinte, não sei qual foi o seu percurso na Marinha, embora por alguns comentários que já ouvi, parece que ele ainda fez mais uma comissão em Angola, antes de abandonar a Marinha.

Recordo de, aqui há uns anos atrás, ter passado em Cacia para visitar o Manel Paula e ele me ter dito que o Morais passava o tempo de cana de pesca na mão e não queria saber de mais nada. Agora partiu para o outro mundo e quem quiser que vá pescar por ele.

É menos um Filho da Escola no número dos vivos. Da minha incorporação já devem ter recebido a Guia de Marcha cerca de metade, dos 300 que iniciaram a recruta em Março de 1962, restam pouco mais de 150 vivos e alguns com pouca saúde.

Resta-me desejar que descanse em paz e que Deus o guarde!

terça-feira, 30 de maio de 2023

Só para informação!

 


O Zé Silva foi enterrado no cemitério de Carvalhal (S. Paio), segundo informação que recolhi na Junta de Freguesia de Arcozelo, onde ele residia.

Fui até lá, seguindo as instruções que me foram dadas e não consegui localizar a sepultura. Não tem qualquer referência ao seu nome, nem fotografia, nem nada.

Tentei contactar a Junta de Carvalhal, até pelo Facebook, mas não deu resultado. Vou ter que lá voltar numa hora em que a Junta esteja aberta, para tirar dúvidas.

quarta-feira, 26 de abril de 2023

Notícia que dispensava!

 


Há dias, realizou-se o convívio anual dos «Marinheiros de Barcelos». Com o surto de Covid os convívios foram interrompidos, em 2020, e só agora foram retomados. Por qualquer razão que ainda não percebi, a convocatória não me chegou às mãos. Recebi, hoje, um telefonema de um dos presentes perguntando o motivo da minha ausência e aproveitou para me informar que o meu irmão José  - por ter um apelido exactamente igual ao meu, tratávamos-nos por irmãos - tinha falecido.

Não soube explicar-me a causa-mortis, mas fiquei triste de qualquer maneira. Saber do que morreu não tornaria a notícia menos triste. Ele assentou praça em Setembro de 64 e talvez tívéssemos sido filhos da mesma escola, se eu não tivesse entrado como voluntário, dois anos mais cedo, pois ambos nascemos em 1944.

Passámos 30 meses juntos, em Moçambique, onde alinhámos na CF8, metade do tempo no Lago Niassa, onde lhe cresceram estas barbas que vêem na foto. Era motorista da Companhia e cruzámo-nos algumas vezes nos serviços para que éramos destacados. Como ele não pertencia ao meu pelotão, só mesmo nos serviços de motorista me cruzava com ele. Era um bom rapaz!

Como diz o velho ditado, só morrem os bons, os maus ficam cá todos para moerem a paciência dos camaradas. Quando for a Barcelos vou tentar localizar a sua campa e ver se tem lá uma foto actual para publicar aqui. Que Deus lhe reserve um lugar, à sua direita, é o que posso desejar agora. Enviar os meus sentimentos à família não faz qualquer sentido, pois não passa por aqui ninguém da família dele. 

sábado, 22 de abril de 2023

Fuzileiros de Portugal!

 


Há dias, foi inaugurada a sede dos Fuzileiros do Norte, sediada em V.N.Gaia, pensei estar presente na cerimónia, mas acabei por desistir, pois as minhas limitações físicas impõem-me limites que não posso ultrapassar.

Agora, vieram perguntar-me se irei estar presente no Dia do Fuzileiro, na primeira semana de Julho, em Vale de Zebro. Se nem ao Porto fui, como iria eu a Vale de Zebro que fica no fim do mundo?

Mais vale estar quietinho e caladinho e limitar-me a ir alimentando os meus blogs com algumas notícias que me vão chegando por vários meios. E até isso não sei se vale a pena, pois ninguém parece ler o que escrevo no blog, fugiu todo o mundo para o Facebook!

sexta-feira, 31 de março de 2023

Março, um mês de perdas!

 


Este mês que hoje termina foi ingrato para mim, morreram-me três camaradas.

O primeiro foi o Fernando "Póvoas" Caseira, mencionado no meu post anterior. O segundo foi um filho da minha escola, Março/62, Arnaldo Patrocínio que já tinha o azar de ser um DFA (deficiente das forças armadas), herança da Guerra Colonial (8440.62). O terceiro foi o Meu amigo Serafim Lobo (Galguista) da CF2 (8474.62) que parecia respirar saúde por todos os poros e se apagou de um dia para o outro. Ainda não descobri qual foi a causa mortis, mas hei-de perguntar por aí e alguém me há-de saber informar. Não é que isso mude o rumo das coisas, mas sempre é bom saber.

Espero que o mês que amanhã entra não me traga mais desgostos, muito embora as estatísticas joguem contra mim. A idade vai avançando e aos 82 anos de idade já é uma sorte acordar vivo e no seu juízo perfeito. E tenho ainda alguns camaradas que estão na casa dos 90 e vão-se armando em fortes, fechando a porta à malvada.

É assim mesmo, não é qualquer maleita que atira um fuzileiro ao chão !!!

quarta-feira, 22 de março de 2023

O Póvoas!

 


Os fuzileiros da velha guarda, na Póvoa de Varzim 4, a saber:
1 - Sargento Tony que não era fuzo de raiz e por isso entra numa lista à parte.
2 - 15922 - Fernando Caseira que depois do ITE frequentou o Curso de Fuzileiros Especiais e logo que o completou foi destacado para o DFE4, em preparação para saída para Angola. Isto quer dizer que, quando de fala no Fuzo mais antigo da Póvoa é a este rapaz que vêem na foto que nos referimos. Por ser o primeiro poveiro a frequentar a Escola de Fuzileiros, em Setembro de 1961, ganhou a alcunha de Póvoas. No passado dia 19 do corrente mês de Março, fechou os olhos e passou para outra dimensão, onde todos nos juntaremos, em breve.
3 - 16429 Manuel Silva (nos fuzileiros conhecido como Carlos) é este vosso criado que vos traz a triste notícia do falecimento do nosso camarada.
4 - 17093 Octávio Aguiar que anda aqui pela Póvoa, de vez em quando vai até à Suécia, onde casou e tem família, a gozar a vida tanto quanto pode.
Depois de nós os 4 - Tony, Póvoas, Carlos e Octávio - muitos outros passaram pela Escola de Fuzileiros, mas eu já não acompanhei isso, perdido no mundo real da vida civil. Há dias soube que costumavam reunir-se num almoço anual, mas nunca fui convidado. Talvez arrange maneira de ir ao próximo!

domingo, 12 de fevereiro de 2023

Vida de Fuzileiro!

 Já vai longe a vida de fuzileiro!



Mas ainda não foi esquecida, embora tenham passado já mais de 60 anos da minha entrada naquela escola de guerra. Guerra do Ultramar que fomos obrigados a combater pelos políticos de então que não queriam perder o tacho das colónias. Tal e qual como os de agora que não largam o tacho por nada deste mundo.

Antes do 25 de Abril era tudo mau e agora, pensando bem, ainda é pior.

Malditos políticos !!!

domingo, 4 de setembro de 2022

As voltas do destino!

 

Passei em Videmonte, Guarda, esta semana. Fui acompanhar um grupo que queria ver as áreas ardidas na Serra da Estrela e, pelas reportagens da TV, Videmonte pareceu-nos ser o local ideal para começar. Puro engano, pois pouco havia para ver. O incêndio vinha de Gouveia, a caminho da Guarda, mas em Videmonte só ardeu o mato na crista dos montes. No vale por onde desliza o Mondego, continua tudo verde como sempre foi.

E porque vos estou eu a falar nisto? Pela simples razão que pertinho desta praia fluvial vive o meu camarada fuzileiro José Fonseca (2063/64) da CF8 e fiquei com muita pena de o não ter encontrado. Mas não era eu a conduzir, nem chefiava a caravana e, por conseguinte, tive que ficar apenas pelo desejo. Tínhamos almoço marcado, em Manteigas, e já íamos com um atraso de meia hora, pelo que não manifestei o desejo de procurar o Fonseca, o que nos atrasaria outra hora bem medida.

É assim a vida, desde 1968 que o não vejo e teria gostado de ver como está ele depois de uma vida inteira emigrado na terra dos franciús. Pode ser que o destino nos dê outra oportunidade, nunca se sabe o que nos está reservado! 

sábado, 30 de julho de 2022

Os fiéis Fuzos!

 Ser fiel a uma pessoa, uma instituição ou uma causa não é para todos. É uma questão de carácter, qualquer coisa que vem lá de dentro e que muitos nunca serão capazes de sentir. Neste caso particular, refiro-me à Escola de Fuzileiros, como a instituição que formou muitos milhares de homens para ir combater, em África, na Guerra Colonial. Muitos homens, alguns ainda meninos, de todos os cantos de Portugal foram levados para Vale de Zebro, lugar da freguesia de Palhais, no concelho do Barreiro, e aí passaram «as passas do Algarve» para serem FUZILEIROS e atingirem a condição necessária para partir em defesa da Pátria.


Muitos anos depois, é vê-los regressar à «Casa Mãe» e festejar com alegria o reencontro com os seus velhos camaradas. Nestes regressos nota-se que a maioria são fuzileiros que seguiram a carreira da Marinha, são, hoje, uns senhores reformados e vivem nas duas margens do Tejo ou Coina, num raio de 20 Kms da Escola. Os outros, aqueles que vivem longe, ou têm uma situação económica muito mais débil são os que merecem a minha admiração. Está neste caso o «Moço da Botica» da CF2, o meu camarada Zé Monteiro que me acompanhou na comissão que fizemos em Moçambique, entre 1962 e 1965. Regressámos a Lisboa, no dia 11 de Abril de 1965, data que ele celebra com devoção e, desse dia em diante, perdi-lhe o rasto. Para mim ele é o mais fiel representante do «Recrutamento de Setembro de 1961», pois, enquanto pôde, nunca faltou a um «Dia do Fuzileiro» a cada Julho que passa.



O outro fiel à nossa Escola que quero e tenho que referir é o Guilherme, pois não conheço outro do «Recrutamento de Março de 1962» que apareça com tanta frequência nessas concentrações. Outros haverá que nutrem os mesmos sentimentos, mas falta-lhe a força de vontade (ou os recursos económicos) para concretizar o desejo de voltar à Casa Mãe. São muito raros os que comparecem e não tenham seguido a carreira militar. É certo que ele viveu a maior parte da sua vida na zona de Almada ou Setúbal, não muito longe da Escola, mas isso não desabona em seu favor. Considero-o o mais fiel da minha escola e respeito-o por isso.

domingo, 10 de julho de 2022

A outra metade da foto!

 


Assinalado com uma marca vermelha sobre a cabeça, está o Manuel Vasco que foi quem me facultou a foto que cortei em duas para vos falar do Sargento Trindade, um dos monitores que foi marcante na fundação da Escola de Fuzileiros.

Nesta segunda metade da foto aparecem alguns sargentos mais modernos, alguns dos quais conheci nas comissões que fiz, em Moçambique Vasco, Patrão e Arlindo (lado a lado na fila de trás) estiveram comigo na CF8 de 1965 a 1968.

quinta-feira, 7 de julho de 2022

Sargento Trindade!

 

Aí está ele de perna traçada!

Ao fim de 60 anos e muitas lembranças pelo meio, veio parar-me às mãos esta foto em que aparecem alguns dos meus instrutores da recruta, assim como companheiros de comissão, em Moçambique!
Ao toque da Alvorada do meu primeiro dia na Marinha (na Escola de Fuzileiros), ele entrou na caserna, ligou as luzes e gritou:
- Enrola a manta, toca a acordar!

terça-feira, 26 de abril de 2022

A roda da vida!

 Os cumprimentos e boas-festas da Páscoa têm destas coisas. Um homem telefona para desejar Boas Festas e houve que o destinatário já não existe, faleceu, há cerca de um mês.

Ele é o homem da MG42

Eu não era muito chegado ao Manel Ferreira. Ele era da Escola a seguir à minha e foi para Angola render alguém, a meio da comissão da CF1. Depois regressou à Escola, tal como eu que vim de Moçambique, e frequentamos juntos o Curso de 1º Grau. Logo a seguir, demos o nome para ingressar na CF8 que estava em formação para ir para Moçambique, O mesmo percurso fizeram o Páscoa e o Martins, também filhos da escola de Setembro de 1962, meia comissão na CF1, em Angola, Curso do 1º Grau e ida para Moçambique na CF8. Ambos tinham já falecido e o Manel foi, agora, juntar-se a eles.

Que descansem em paz nesta última comissão que estão a fazer!

quinta-feira, 10 de março de 2022

Morreu um fuzileiro!

 


Todos os fuzileiros são especiais, mas há uns mais especiais que outros!

O Pinto (dos frangos) de Barcelos era um desses. Industrial da restauração organizou um almoço-convívio para o pessoal da CF7 em que fez comissão na Guiné. Por interpostas amizades fui convidado para estar presente também. Garanto que nunca vi um almoço tão bem servido como esse, a troco de um pagamento que eu diria simbólico. Nunca seria possível pagar o que comemos e o que bebemos com o pouco que nos cobrou. Foi uma ocasião festiva que me ficou na memória e serviu para estabelecer o primeiro contacto com os meus camaradas da CF2 e me transmitiu o vírus dos convívios a que fiquei ligado durante bastantes anos.

Chegou a hora de lhe dizer adeus e desejar que ganhe um lugar no céu. Era ainda novo para morrer, mas essa malvada não respeita a idade de ninguém e quando nos passa a «Guia de Marcha» somos obrigados a embarcar!

Os meus sentimentos à família enlutada, incluindo a fuzileira!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

O Bicho e o seu pelotão de fuzileiros!

 

Extracto da Revista da Armada de Janeiro 2022

O 1º Tenente MANUEL PEREIRA BICHO faleceu. A notícia saíu na publicação de Janeiro, pelo que pressuponho que faleceu em Dezembro passado.
Durante a minha recruta, de Março a Julho de 1962, ele comandou o meu pelotão, o 2º da 1ª Companhia, conforme lista que podem ver a seguir. Foi ele quem me ensinou a marchar, marcar passo (até romper as solas das botas de atanado) e a fazer os movimentos de arma com a velha Mauser. Mil vezes repetido, não me posso esquecer da sua voz, quando nos gritava - Por tempos, ombro esquerdo, arma!

16395      8051       FRANCISCO JESUS PAIXAO

16396      ???          JOÃO N. G. CUNHA

16399      8054      FERNANDO BENTO SOUSA

16400     ???          SILVINO L. C. BRANCO

16402      ???          ALBERTO J. R. MATOS

16403      8056       JOSE RICARDO DIONISIO FRANCA

16404     ???          EDUARDO H. A. RODRIGUES

16412       8064       CARLOS MANUEL JORGE MENDES

16421       8072       JOAQUIM DUARTE ANASTACIO CARVALHO

16429      8079       MANUEL ALVES SILVA

16436      8085      FERNANDO ROCHA MARTINS

16443      ???          ARMÉNIO LUIS SOUSA GUERRA

16446      8094       JOSÉ ALEXANDRE SANTOS FERREIRA

16451      8098       VALTER  NUNES DA SILVA

16452      8099       FLORIANO DORES CRUZ

16453      8100       FRANCISCO ANTONIO SOBREIRO VEIGA

16454     8101        ELIAS FARINHA ALMEIDA RODRIGUES

16456      8103        MANUEL RODRIGUES PACHECO

16461       8106        JOAQUIM ALDOMIRO M. ROSA

16463      8108       ANTONIO AUGUSTO

16466      8111         CESIDIO  JOSE FERREIRA AGUIAR

16470      8115        MANUEL JOSE RAPOSO LADEIRA

16480     8124        MARIO DIONISIO TEODORO LIMA

16482      8126        AMILCAR CARVALHANA SANTOS

16485     8129        AGOSTINHO CARVALHINHO SECO

16491       8135        MANUEL FILIPE VIEGAS CRUZ

16496      8139        JOSE RIO BONINA

16505     8148       JULIO LOPES RAIMUNDO

16509      8152        MANUEL JOAQUIM MARTINS

16516       8159        RAMIRO DINIS ENXUTO

16518      8161         ANTONIO OLIVEIRA LOPES

16519       ???          ANTONIO V.L. ROCHA

16523      8163        AGOSTINHO TEIXEIRA

16524      8164        AMADEU SANTOS

16525      8165        ANTERO CARNEIRO PIRES

16528      8168        ARMINDO JOSE GONÇALVES MACHADO

16529      8169        DOMINGOS PIRES MIRANDA

16530      8170        JOSE SILVA BAIA

16532      8171         OCTAVIO AUGUSTO T. PINTO

16534      8173        JOSE CAETANO CRESPO

16540     8179        ANTONIO RODRIGUES

16546      8185       ARLINDO OLIVEIRA SARGENTO

16550     8189        MANUEL BESTEIRO ALVES

Pelotão do Bicho

No Cinquentenário da nossa incorporação, compareceram na Escola de Fuzileiros apenas 10 dos 42 camaradas que compunham o pelotão, pomposamente, conhecido como «O Pelotão do Bicho», o melhor de todo o recrutamento.
Tendo tomado conhecimento do seu falecimento, não quis deixar passar a ocasião sem deixar duas palavras em sua memória. Alistou-se na Marinha de Guerra Portuguesa, em 1949 e juntou-se aos Fuzileiros, em 1962, como Monitor. Não posso garanti-lo com certeza, mas acho que fez duas comissões, em África, durante a Guerra do Ultramar, uma ainda como sargento e outra já como oficial. Como acontece com todos, havia quem gostasse e quem não gostasse dele. Eu não tenho razão de queixa, nunca me fez mal nenhum. Assim, posso afirmá-lo, na minha opinião era um bom homem.
Só, há pouco, descobri onde ele morava, no concelho de Condeixa-a-Nova e liguei-lhe duas ou três vezes, mas a conversa com ele não foi fácil, devido à doença de Alzheimer que tomou conta dos últimos anos da sua vida. Supondo que nasceu em 1929, faleceu, portanto com 92 anos, uma bonita idade e cheia de histórias para contar.
Resta-me apresentar as minhas condolências à família e pedir a Deus que lhe reserve um bom lugar, à sua direita. Paz à sua alma!  

sábado, 11 de dezembro de 2021

Domingos (16691)!

 

Recebeu a Guia de Marcha e quando assim acontece não há volta a dar, quem manda pode e a nós cumpre-nos obedecer. Tal como tantos outros filhos da minha escola (Recrutamento de Março/1962) que já entregaram a alma ao criador. Dos cerca de 300 mancebos que iniciaram a recruta nesse longínquo mês de Marco, na Escola de Fuzileiros, em Vale de Zebro, já só restam cerca de metade. Eu tenho-os visto partir, um após o outro, e vou ficando para trás para apontar tal facto no Livro de Ocorrências.
O Domingos foi um dos mais fiéis cumpridores do dever de responder à chamada, sempre que nos juntámos nos nossos almoços anuais de convívio. A partir de uma certa altura, eu deixei de comparecer e ele talvez tenha feito outro tanto, mas isso já não sei dizer.
Pelos dados que consegui reunir, ele fez duas comissões, a primeira na CF1, na sua segunda saída para o Ultramar (por volta de 1965) e a segunda na CF3 (por volta de 1969). Houve uma série de comissões em Pelotões de Reforço ou Comandos Navais que não estão, convenientemente, registadas, por isso não ha grande certeza nestes dados, mas isso agora também pouco interessa. Como a grande maioria dos nossos filhos da escola ele deve ter nascido no ano de 1941 e partiu, portanto, com 80 anos feitos, uma bonita idade que nem todos atingem.
Resta-me apresentar condolências aos familiares e amigos e pedir a Deus que lhe reserve um lugar à sua direita. Descansa em paz, filho da escola!

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Lembranças em dia de aniversário!

 

Valter e Almeirim

O Valter faria, hoje, 76 anos de ainda fosse vivo, mas nem aos 75 chegou, o cancro levou-o antes disso. Descansa em paz, amigo!

Meio por acidente, esbarrei-me com esta foto, hoje, dia de aniversário do Valter (em primeiro plano), em que aparecem 3 filhos da escola no Convívio das CF2 e CF8, em 2014. Infelizmente, todos são já falecidos, a marcha do tempo é inexorável. Fiquei cá ei para ir relatando estas coisas.

terça-feira, 3 de agosto de 2021

Mudar o chip!

 As minhas últimas publicações foram sobre a morte de camaradas, contando aos que cá ficam a história dos que já lhe puseram um ponto final. Isto faz-me pensar que quando chegar a minha vez não terei ninguém para fazer o relatório. Talvez um dia motive um dos meus filhos a ler estas coisas e lhe dê a minha password para poderem entrar e contar-vos que também eu recebi a "Guia de Marcha" para o último destacamento.

Bem, o assunto de hoje é - Açorianos com quem me cruzei na Briosa.


No recrutamento de Março de 1962, tanto quanto me lembro, havia dois açorianos, o 16231 - Agostinho Teixeira Maduro (na foto) e o 16244 - Manuel Adriano Almeida Sousa. O primeiro juntou-se ao DFE4 e seguiu para Angola. Fez uma única comissão, saiu da Marinha e emigrou para o Canadá, onde se encontra feliz da vida na companhia da sua esposa, ainda hoje. O segundo alinhou na CF3 e foi para a Guiné. Não tenho a certeza, mas acho que fez também uma única comissão, levou baixa e regressou aos Açores, onde viveu a sua vida até que a morte o vei buscar, era ele ainda muito novo.

O Agostinho Maduro, o tal que vive no Canadá, tem-se mantido em contacto comigo, desde que eu comecei a organizar os convívios. Arranjou o meu número de telefone, perguntou-me se me lembrava dele e tivemos uma longa conversa. Isto foi, há cerca de 15 anos, e desde então temos falado uma data de vezes. No Natal e aniversários trocámos sempre mensagens e felicitações. Na semana passada fez-me uma chamada de video (via Facebook) e pusemos as notícias em dia. Foi ele que ontem completou 77 anos e me contou que o duplo 7 significa sorte a dobrar para nós os dois.

Depois, em 1965, ingressei na CF8 com destino a Moçambique e levei comigo dois camaradas provenientes dos Açores. Dois bons rapazes, filhos da escola de Setembro de 1964, um voluntário e outro recrutado. Tanto quanto sei, ambos saíram da Marinha, depois dessa comissão, e vivem, hoje (felizes da vida) um deles, o mais novo, nos Estados Unidos e o mais velho na sua terra natal. Este mantém-se em contacto comigo através do Facebook, ferramenta que não vale grande coisa, mas serve para nos manter em estreito contacto. Sem ele já nos teríamos esquecido uns dos outros! 

domingo, 4 de abril de 2021

O meu amigo e camarada Elvas!


Faleceu Óscar Santos, aos 80 anos, vítima de doença prolongada.

Óscar Santos nasceu em janeiro de 1941, foi fuzileiro, fundador da Associação Social Humanitária de Elvas- AASHE e colaborou e participou no programa da Rádio ELVAS “Tardes do Museu.”
A Rádio ELVAS apresenta as sentidas condolências à família enlutada.
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Este é o comunicado que retirei do Facebook e que me apanhou, totalmente, de surpresa. É verdade que já o não via há-de haver 8 anos, mas ele aparecia com muita frequência nas cerimónias da Marinha e não faltava a um convívio de fuzileiros. Vi dezenas de fotografias dele, sempre sorridente e com aspecto de vender saúde, publicadas pelo Mário manso no Facebook. Não me chegou qualquer notícia da sua doença prolongada que é referida acima.
O Óscar era filho da minha escola, Recrutamento de Março de 1962, e um grande camarada. Tirou o curso de Fuzileiro Especial e partiu para África, como combatente da Guerra do Ultramar. Não conheço os pormenores da sua carreira na Marinha, mas sei que a sua primeira comissão foi no DFE5 e nos anos de 1970 e 1971 esteve em Moçambique na CF2, portanto, fez, no mínimo, dez anos de Marinha e deve ter saído no posto de Cabo.
Mas é assim a roda da vida, nunca pára de girar e, de vez em quando, apanha um dos nossos camaradas. Resta-me apresentar as minhas sentidas condolências à sua família e amigos e esperar que Deus, na sua infinita misericórdia, lhe reserve um lugar à sua direita. Um dia lá o espero encontrar!

sábado, 12 de dezembro de 2020

RIP Com.te Patrício!

 

Seria um crime deixar passar esta data sem dizer duas palavras a respeito deste homem que foi considerado o «Pai de Todos os Fuzileiros». Quando, em Março de 1962, me apresentei no Corpo de Marinheiros para a «Inspeção Militar», lá estava ele atrás da grande secretária para decidir quais dos candidatos rumariam a Vale de Zebro ou Vila Franca de Xira. A mim calhou-me ser fuzileiro e, portanto, um dos seus filhos "adoptivos".

Pouco convivi com ele. Durante a recruta e ITE não me recordo de ele fazer parte dos instrutores. Depois fui para Moçambique e quando me preparava para regressar à Metrópole, em Março de 1965, vi-o aparecer na Machava como Comandante da Compania de Fuzileiros Nº 6. Seis meses depois regressei eu à Machava e já ele tinha partido, à frente da sua Companhia, para o Niassa. No fim da comissão regressou ele à Machava, enquanto eu ia a caminho, primeiro de navio, depois de comboio e por fim de camião até Porto Arroio . mais conhecido por Meponda - no Lago Niassa. Como resultado desencontrámo-nos e só o voltei a ver em Março de 2012, quando o convidei para a comemoração do Cinquentenário dos Filhos da minha Escola.

Sei que os rapazes da CF6 foram quem mais conviveu com ele, principalmente os que moravam em Lisboa, ou perto, que o convidavam para almoçar frequentes vezes, o que ele apreciava sobremaneira. Espero que tenham também estado nos Olivais para se despedir dele, embora esta praga da Covid torne tudo mais difícil.

Agora partiu para a última comissão, recebeu a Guia de Marcha e não teve como recusar. Resta-nos rezar-lhe pela alma que o corpo já não existe mais. Que Deus reconheça o bom homem que foi e lhe reserve um bom lugar à sua direita!