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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Justa homenagem. Cerimónia e guarda de honra



Alterei um pouco o plano inicial que tinha gizado para a publicitação das fotos do 1º Encontro do DFE4 /2005. Pensei que seria importante escrever umas palavras alusivas ao acto cerimonial e aquilo que ele representa. Assim:
A cerimónia de homenagem, que ocorreu no dia 5 de Março de 2005, junto ao monumento do Fuzileiro, foi uma cerimónia condigna e dignamente celebrada pelos presentes.

Condigna porque os camaradas que já “partiram” mereceram-na e aqueles que estão vivos não os esquecerão. Houve guarda de honra, e este acto solene representa a força de um simbolismo genético que se transmitiu e se impregnou nos militares desde sempre. Por isso, o sentiram de modo diferente. Eu comovi-me e pressenti que não estava sòzinho.



A cerimónia teve o seu momento alto quando a viúva do Sargento Claudino, em representação póstuma, depositou a coroa de flores junto ao monumento.
A presença do sempre fuzileiro, Pascoal Rodrigues, à cerimónia, naquela sua postura irrepreensível, enobreceu ainda mais o acto.









Início sem armas

Quem, hoje, quiser consultar os sites dos fuzileiros, da Marinha ou do Ministério da Defesa Nacional pode lá encontrar notícias e fotos de armas modernas que hoje são comuns e conhecidas de toda a gente. Mas não era assim em 1961 quando abriu a Escola de Fuzileiros. Das famosas G3 que depois nos haveriam de acompanhar em Africa, nem sinal ainda. O DFE1, primeiro a sair para Angola, foi armado com a «Armalite» das forças da Nato. Na escutaria da Escola, para além das armas de instrução nas aulas de armamento, havia apenas a espingarda de repetição Mauser (ver fotografia acima) com que fizemos as nossas aulas de infantaria e tiro, durante a recruta e o I.T.E.. Todos os filhos da minha escola se lembram com toda a certeza das horas passadas com ela ao ombro, a marchar de um lado para o outro e a fazer movimentos de arma até se tornarem especialistas na matéria. Quando ouvia o sargento dizer - vamos lá outra vez... por tempos... ao ombro esquerdo... armas - até me dava arrepios! Não havia braços que aguentassem aquilo! Na primeira carreira de tiro, o coice que «a velha senhora» nos dava no ombro assustava toda a gente. Alguns, menos precavidos, ficaram com lindas marcas roxas no ombro como lembrança dessa primeira experiência.
A outra arma que podíamos ver na escutaria era a não menos famosa Mannlicher (ver foto acima) que era a nossa companheira favorita para os mergulhos no lodo. Já sem culatras nem gatilhos acompanhava-nos para todo o lado. Nas marchas, nas corridas através da Mata da Machada, no malagueiro, na pista do lodo e até debaixo do chuveiro, porque era preciso entregá-la na escutaria, a brilhar.
Foram estas as armas que fizeram furor durante a Segunda Guerra Mundial e foram elas que fomos encontrar quando nos chamaram para cumprir o dever de servir a Pátria. E serviram o seu propósito. A primeira para nos habituarmos a lidar com as armas de fogo, o que era uma novidade para todos, e aprender a ganhar sensibilidade no dedo do gatilho (e a não fechar os olhos quando se carregava nele). A segunda para nos habituarmos ao peso dela e ao seu contacto com o nosso ombro, durante as marchas e as corridas. E podem crer que fazia mossa.
Só mais tarde começamos a ver a G3, na instrução do Curso de Fuzileiros Especiais e na mão do DFE2 quando este se preparava para seguir para o Ultramar, ainda durante a nossa recruta. Ás nossas mãos chegou apenas quando já estávamos no Corpo de Marinheiros, incorporados na CF2 e prontos para seguir para Moçambique.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Fuzileiros, instrução e cultura - 1ª parte

À primeira vista, parece um tanto estapafúrdio este título. Mas acho que não. Podíamos começar pela incorporação nos Fuzileiros, e depois passar pelas diferentes fases da instrução: recruta, I.T.E. e curso de fuzileiro. Isto é,da formação de um fuzileiro, não só conhecedor das técnicas e estratégias militares a aplicar em tempos de guerra como a criação de um verdadeiro espírito de união entre o grupo. Este tipo de conhecimento, associado a valores e princípios éticos próprios, sem esquecer a tradição doutrinária da Marinha, poder-se-ia designar por cultura. Esta é, penso, uma das razões por que festejamos até hoje “Encontros” entre camaradas e marujada de longa data. Haverá outras razões, naturalmente, como a necessidade de recordar certos momentos da juventude partilhada em comum; ou também uma maior disponibilidade para olhar de maneira diferente o mundo e a humanidade de que somos parte, retirando dela os benefícios da amizade. Mas nós, enquanto fuzileiros, entendemos bem o seu significado e o valor inestimável que ela – amizade - representa para todos nós.

Fuzileiros, instrução e cultura - 4ª e última parte

Há umas três décadas atrás, um repórter da rádio ou televisão, em entrevista ao Reitor da Universidade de Lisboa perguntou-lhe o que era para ele a cultura. Este, respondeu de uma forma tão directa e tão simples que nunca mais esqueci o seu significado ou conceito: cultura é um relacionar de saberes. Pois bem, é este “relacionar de saberes” (conhecimento) que se procura partilhar entre os filhos da escola, fuzileiros ou marinheiros que estiveram em lanchas de desembarque ou em navios lá fora... Venham, Comentem, escrevam, relatem factos passados na guerra e contem as histórias pitorescas vividas entre camaradas. Enfim, dêem-nos a conhecer um pouco do vosso saber, da vossa cultura…

Fuzileiros, instrução e cultura -3ª parte

Esta foi a ponte para voltar ao assunto da instrução e da cultura…Não irei aqui fazer nenhuma dissertação ou distinção de maior entre esses dois substantivos. Mesmo que o quisesse não seria a pessoa indicada para o efeito. Lembro-me no entanto que, quando era rapaz, as pessoas analfabetas das comunidades aldeãs e não só, referirem-se aos que sabiam ler e escrever como letrados, estudados ou instruídos e nunca como cultos. A palavra cultura tem um sentido mais abrangente e quanto a mim aplica-se a toda a forma de conhecimento. A sua raiz, curiosamente, está ligada ao amanho ou ao cultivo da terra. O camponês e o agricultor eram os cultores da terra e desta forma pessoas cultas. A palavra cultura também é tratada nos dicionários da língua portuguesa como “ desenvolvimento intelectual”. Mas esse desenvolvimento não é só exclusivo dos “letrados” ou se preferirmos dos académicos e daqueles que se situam no campo das artes e letras…

Fuzileiros, instrução e cultura - 2ª parte

Este blogue - criado pelo Carlos e em co-autoria comigo - é a uma tentativa de reatar esses laços de amizade. Pretende ele, e bem, que os filhos da escola, incorporados na Marinha e, ou, nos Fuzileiros (Destacamentos e Companhias), participem: dêem notícias suas e dos amigos de então, comentem o blogue, relatem as histórias vivenciadas por eles. Não custa assim tanto. Basta pensar um pouco, exercitar as ideias e pô-las em prática. Depois é só escrever ou digitalizá-las para o computador. Hoje em dia até já existe um número considerável de pessoas da nossa geração que utiliza o correio electrónico para enviar mensagens… Ora isso já é meio caminho andado para acertar o passo com o nosso Blogue e começar a escrever nele sem receios…
No século passado, é que se usava papel e tinta e dizia a canção: só faltava o mata-borrão. As esferográficas vieram mais tarde e resolverem o problema do mata-borrão. Na guerra havia o aerograma. Se acaso nos enganávamos na palavra ou na construção da frase, havia que riscá-la ou então começar tudo de novo, num outro impresso. Além disso, demorava alguns dias a chegar ao seu destino. Hoje, qualquer computador dá para escrever o que queremos. Podemos apagar e voltar a escrever vezes sem conta… e, em poucos segundos, enviar mensagens para qualquer parte do mundo. Ou seja a comunicação processa-se praticamente em tempo real e possibilita uma maior aproximação entre as pessoas.

Concentração DFE4.Fotos 2005-II

Depois dos ensinamentos do Carlos, em matéria de conhecimentos informáticos, segue mais umas fotos sobre a Concentração do DFE4 de 5 de Março de 2005:

Manuel Sampaio Moreira (16361), Piçarra, Vinhinha Cardoso (13331), Sarg Santinhos e Bré.

SARG FZE, Cmdte Conceição Góis e Manuel Joaquim Martins (16509) que vive em Inglaterra.

Agostinho Maduro, Álvaro Dionísio e mulher.

Fernando Caseira e Norberto Lourenço (capitão-de-fragata, aposentado e pertenceu ao DFE4)

Concentração DFE4. Fotos 2005

Tal como havia prometido, continuarei a publicar as fotos do 1º encontro do DFE-4. Agora referidas a Concentração em Vale de Zebro, de forma faseada. Nesta primeira fase temos:
1. Chegada do pessoal para o encontro. À esquerda Francisco Janeiro (14809) e à direita Francisco Ribeiro, “ Chico espanhol”, 16 604;
2. A 2ª foto apresenta três grupos distintos. Divisa-se ao centro o Pardal, o Sampaio e à direita o Vitorino, Fernando Caseira (Póvoa) e o Agostinho Maduro de costas.
3. A 3ª foto tem: Almada, Feiteira Rodrigues (já falecido), Alves, Piçarra, Vinhinha Cardoso e Armando Bessa Bré (16264).
4. A 4ª foto, a começar pela esquerda, reconhece-se: Almada, Manuel Rodrigues Pacheco (16456), Manuel Pinto Carvalho –“Galvão”- (15517), Arnaldo da Cruz, “Quintã” (14855), Santinhos ( já falecido), P. Rodrigues e Fernando Gaspar Timóteo (10372).
5. A 5ª foto, a esquerda o capitão-de-fragata Silva Dias, Galvão, Almada, Norberto e Póvoa, entre outros camaradas…
6. A 6ª foto e ao centro o FZE capitão-de-mar-e-guerra, de costas o Póvoa e a esquerda de todo o Quintã.
7. A 7º foto: Cmdte Pascoal Rodrigues, de costas o Diogo, ao meio Guilhermino. Pertenceram todos ao DFE4, agora, respectivamente, capitão-tenente e 1º tenente, aposentados.

DFE4 - 2005




































Historial dos Fuzileiros

O Corpo de Fuzileiros tem a sua origem na mais antiga Força Militar constituída com carácter permanente em Portugal, sendo datada de 1621 a sua fundação, com a designação de "Terço da Armada da Coroa de Portugal", da qual os Fuzileiros actuais são legítimos herdeiros.
Desde aquela data até meados do séc. XVIII, os "Soldados da Armada" ou os "Marinheiros do Fuzil", como eram naqueles tempos conhecidos os Infantes de Marinha, combateram no Brasil, na fronteira sudeste do território Nacional, constituíram guarnições para a Esquadra de Guarda de Costa e combateram ao lado de Lorde Nelson no Mediterrâneo, somando sucessos na luta contra Franceses, Holandeses e Espanhóis.
O Terço era considerada uma Unidade de elite, tendo sido designado pelo Rei D. João IV como a sua guarda pessoal. Em finais do séc. XVIII, a organização operacional é alterada, articulando-se em dois Regimentos de Infantaria e uma Unidade de Artilharia, passando a designar-se por "Brigada Real da Marinha".
(Excerto do Historial dos Fuzileiros copiado do «site» do Corpo de Fuzileiros)

terça-feira, 28 de outubro de 2008

FZE Pascoal Rodrigues 2005

As fotografias que se seguem reportam-se à chegada do Cmdte Pascoal Rodrigues a Escola de Fuzileiros, com a seguinte ordem:


  1. Comandante Conceição Góis em primeiro plano;

  2. Chegada do Cmdte Pascoal Rodrigues à Escola. Naquele instante a acender o seu cigarro;

  3. Abraço de Sarg. Ludgero Silva ( Piçarra);

  4. O reporter de serviço, sarg Ribeiro, da Escola;

  5. Piçarra, P. Rodrigues e Norberto Lourenço;

  6. P. Rodrigues e Mário Manso (Associação de Fuzileiros);

  7. Santinhos, P. Rodrigues, Piçarra e Almada.

DFE4 - 2005




























O contador de visitas

Gostaram do contador de visitas que arranjei aqui para o blog da Escola? Hoje, quando abri a página, reparei que este blog tem já o dobro das visitas do seu gémeo, da CF2! Porque será?

Acerca da edição de imagens DFE4

As imagens fotográficas que vão ser publicadas são alusivas ao 1º Encontro do DFE4, em 5 de Março de 2005 (40 anos depois do regresso de Angola, em 1965), e pretendem enquadrar os seguintes momentos: - Concentração na Escola de Fuzileiros, homenagem aos camaradas falecidos junto ao Monumento do Fuzileiro, cerimónia no Museu da Escola e o almoço no restaurante, em Santo António da Charneca.



Os autores destas fotografias são: António de Jesus Fernandes, ex-militar da Força Aérea, funcionário da TAP - amante da fotografia - e o nosso filho da escola Agostinho Maduro . Pela Escola de Fuzileiros o Sargento Ribeiro.



Dado a sua quantidade, só uma ínfima parte será publicada, provavelmente, por fases. Logo se verá, com o andar da carruagem como se costuma dizer...

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O Almada




O Almada!




Almada & Cia





Cerimónia na Escola de Fuzileiros. Convite




Na sequência da iniciativa do nosso camarada Almada, o Comando do Corpo de Fuzileiros, em 2 de Fevereiro de 2005, formalizou o convite sobre a realização do primeiro encontro de Fuzileiros, pertencentes ao DFE4, Angola 1963-65, com o seguinte programa:
· O9.30 – Concentração na Escola de Fuzileiros
· 10-30 – Homenagem e descerramento de lápide alusiva
· 11.15 – Missa celebrada por Frei Eugénio Paiva Boléo (Ex-Imediato do DFE4)
Homenagem aos primeiros Fuzileiros 1º Ten. Pascoal Rodrigues, SAJ Claudino, SAJ Santinhos e SAJ Ludgero Silva “ Piçarra”.
Esta cerimónia será realizada no Museu, pelas 12 horas, com alocução e descerramento de uma lápide (…), descerrada pelo próprio 1º tenente Pascoal Rodrigues que do Brasil se desloca a Portugal para participar neste convite.
Os dois últimos parágrafos do convite que tenho vindo citando, assinado pelo 2.º Comandante do Corpo de Fuzileiros, senhor contra almirante Vargas de Matos, merece especial destaque devido ao tratamento, diria fraternal, dado aos fuzileiros, como se pode ler:
Será assim a oportunidade de reunirmos esta grande família numa homenagem aos que iniciaram e deram continuidade a esta realidade respeitada e prestigiada que são os fuzileiros.
(…) Convido-o a vir a Vale de Zebro, à sua Escola, a nossa Escola e a viver mais uma grande jornada de fortalecimento deste estado de espírito que todos partilhamos O SER FUZILEIRO.
Pela sua importância, aqui se publica, na íntegra, cópia desse documento.
No seguimento desta grande concentração, cuja participação foi extensiva a todos os fuzileiros, família e amigos - não só o DFE4 - seguiu-se o almoço no restaurante Acordeon, em Santo António da Charneca, perto, portanto da Escola. Assim, as fotos que aqui irão ser publicadas são alusivas a esses vários momentos.




domingo, 26 de outubro de 2008

Sobre Vale de Zebro







Palhais era local de fabrico do célebre biscoito (um pão feito com trigo, água e sal) que alimentava as campanhas marítimas. Esta memória é hoje visível no Museu da Escola de Fuzileiros de Vale de Zebro , que evoca a presença de dezenas de moinhos de maré e de vento que reduziam os cereais a farinha e dos fornos cerâmicos da Mata da Machada em que eram fabricadas as malgas, os pratos, as candeias e as placas circulares para as formas do biscoito e do pão de açúcar.
Coração dos Descobrimentos, o Complexo Real de Vale de Zebro (que abrange a zona ocupada pela actual Escola de Fuzileiros Navais) tinha 27 fornos, armazéns de cereal, cais de embarque, um moinho de maré de oito moendas e um enorme pinhal.
Neste espaço existe um extraordinário museu que traça a história dos fuzileiros e da Marinha, em que pode descobrir a parte da sua história, das fardas ao armamento, desde a época em que integravam o Terço da Armada Real, em que a principal missão era proteger as naus que entravam no Tejo carregadas de ouro e especiarias ameaçadas pelos piratas, ao tempo em que na Brigada Real da Marinha, protegiam a rainha D. Maria I até ao diversificado papel nas múltiplas campanhas militares portuguesas.
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(Fonte: Junta de Freguesia de Palhais - História e Património)

A Escola no seu início

A Escola de Fuzileiros abriu em 1961, aquando do início das encrencas em Angola. Em 1962, quando lá cheguei, era ainda um tanto ou quanto incipiente, mas já lá havia algumas personalidades que a marcaram para sempre. Em primeiro lugar o Comandante Cristino cuja liderança ninguém questionava. Em segundo lugar o Tenente Maxfredo, comandante do Batalhão da Recruta, que assustava meio mundo com a sua personalidade marcante. Em terceiro lugar o Tenente Pascoal Rodrigues, comandante de Curso de Fuzileiros Especiais, que impressionava pelo seu militarismo e auto-disciplina. E, como quarta força omnipresente, o 1º Sargento Trindade, exigente como nenhum outro, compreensivo com todo o mundo e, por todos, considerado como um pai e amigo.

Fotos da festa

Resto das fotos que não couberam no post anterior.
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Festa dos Fuzileiros

No passado dia 5 de julho e na nossa Escola, realizou-se a já habitual festa anual do Fuzileiro. Não foi grande a comparência de filhos da nossa escola (Março de 62) nem de membros da CF2 (à qual pertenci). Nota-se que a idade começa a pesar e que apenas aqueles que moram nas redondezas, como Barreiro, Lisboa, Almada ou Setúbal arranjam suficiente ânimo para comparecerem a esse evento. No entanto ainda por lá apareceram meia-dúzia deles e desse encontro quero deixar-vos aqui algumas fotografias.
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sábado, 25 de outubro de 2008

Almada. Liderança e espírito de fuzileiro.



Já noutros escritos, referi que o primeiro encontro do DFE-4, em 5 de Março de 2005, se realizou graças a iniciativa e persistência do nosso camarada Almada (Carlos Alberto Nunes Ferreira-15 555). Claro que houve também a colaboração de outros camaradas (Alves, Póvoa e da própria Associação de Fuzileiros) na pesquisa dos nomes e moradas. A par disso, houve que preparar a logística… Desenvolver toda a dinâmica e os contactos necessários ao nível do Comando e das altas hierarquias do Corpo de Fuzileiros. Particularmente, o Comandante Rocha e Abreu, que se mostrou entusiasmado desde a primeira hora, com a ideia do Encontro e de homenagear os homens que foram os pioneiros dos fuzileiros: o 1º Ten. fze Pascoal Rodrigues e Sarg. fze João Cândido dos Santos Santinhos, Mário José Batista Claudino e Ludgero dos Santos Silva (Piçarra). Depois, por razões militares, o Comandante Rocha e Abreu acabou por não poder estar presente ao Encontro e a Cerimónia, dado a sua deslocação, em missão, ao estrangeiro. Fomos igualmente muito bem recebidos por todo o Corpo de Fuzileiros desde o senhor almirante Vargas de Matos ao grumete. Na verdade, sentimo-nos outra vez em Casa! Traçadas as coordenadas, e combinada a estratégia com a Escola de Fuzileiros, o Almada conduziu as operações como um autêntico líder. O sucesso foi tal que o Cmdte Pascoal Rodrigues não se conteve em dizer: “O Almada sim, tem o espírito de um verdadeiro Fuzileiro”. “Só a barriga é que”… Concluo eu: precisa de baixar. Nada que uns bons exercícios físicos ou abdominais não corrija!

O Fuzileiro Caldense

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António Marques Lourenço está reformado há vários anos por invalidez, por ter sido atingido por uma mina quando cumpria serviço militar em Angola, como fuzileiro especial.
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Alistou-se a 9 de Janeiro de 1967 como voluntário na Marinha. Tinha 17 anos e começou como segundo grumete. Como fuzileiro foi para a Guiné-Bissau a 10 Maio de 1968. Estava integrado no Destacamento de Fuzileiros Especiais nº 12 (DFE-12) e era o 142/67, com a alcunha de “O Barrote”.Fez duas comissões na Guiné e uma em Angola. “Conheci a Guiné de ponta a ponta. Fui primeiro-grumete e cheguei a marinheiro. Para além do DFE 12, estive no DFE 7, 4, 21 e 10, e na Companhia 6 dos Fuzileiros Navais”, relata.Foi render o ‘Escritas’, um escriturário fuzileiro que tinha sido morto com um tiro na cabeça a 13 de Dezembro de 1967, na região de Tombali, situada no Sul da Guiné.Tinha chegado há três dias e foi destacado para uma missão numa LDM (Lancha de Desembarque Média) no rio Mansoa, sob o comando do segundo-tenente Rebordão de Brito, o homem sempre escolhido para as tarefas mais difíceis e de maior responsabilidade, e braço direito de Alpoim Calvão, chefe das forças especiais.
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O caldense também podia ter morrido perto do final da comissão, em 1974, pouco antes do 25 de Abril. Uma mina destruiu o Unimog onde seguia, no Chilombo. O motorista, que tinha cinco comissões de serviço, faleceu, e António Lourenço ficou com o joelho direito ferido. Desde então anda sempre com muleta.Da guerra traz dois louvores que o vão marcar para o resto da vida, assinados pelo comandante-chefe das Forças Armadas da Guiné, brigadeiro António Sebastião de Spínola.
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Pedreiro, profissão que teve antes mesmo de cumprir o serviço militar, está reformado há dez anos por invalidez. Nos tempos livres ocupa-se da sua horta, onde semeia batatas e planta couves. Casado, tem cinco filhos: três raparigas de 15, 26 e 30 anos, e dois rapazes de 21 e 34 anos. Tem três netos – duas raparigas de 3 e 8 anos, e um rapaz de 10 anos.
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(Excertos de uma notícia publicada no «Jornal das Caldas» em 14 de Maio de 2008)

Aviso à Navegação

Nos posts anteriores, em que aparecem as listas do Juramento de Bandeira, houve um pequeno problema na publicação e não abriam ao clicar sobre elas. O problema foi resolvido e já podem voltar a consultá-las, sem problema.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Fuzileiros - Clip de video

http://www.youtube.com/watch?v=jsrOxsdy_t4
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Juramento de Bandeira - Clip de video

Já que de Juramento de Bandeira se trata, aconselho-vos a assistir ao clip de video que se segue para despertar velhas recordações. No meu juramento de bandeira estávamos fardados de branco, pois era verão. E os edifícios da nossa Escola também não eram bem assim, mas quem se importa com isso?
http://www.youtube.com/watch?v=amWYD4rNgsY
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Juramento de Bandeira - Pág. 5


Juramento de Bandeira - Pág. 4


Juramento de Bandeira - Pág. 3


Juramento de Bandeira - Pág. 2




Lista do Juramento de Bandeira - Pag. 1

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(Clique na imagem para ver melhor)
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A recruta de Março de 1962

Há tempos que venho usando uma lista, onde constam os números e nomes de todos os mancebos recrutados para a Marinha no mês de Março de 1962, que me serve de referência nos meus escritos, aqui neste blog. Infelizmente essa lista tem muitas falhas, tais como, falta dos números antigos (10ª Série), nomes errados, não separação entre Alunos do Grupo Nº1 e do Grupo Nº2 de Escolas da Armada, etc.. Isso provocava-me uma certa insegurança pois, ás vezes, publicava algumas incorrecções que eram notadas pelos leitores. Não que isso fosse grave, mas não me sentia bem com isso.
Para obviar a esse problema lutei por conseguir uma relação oficial de todos os grumetes recrutas que juraram bandeira em Julho de 1962 e, finalmente, consegui-a. Baseado nessa relação posso agora garantir aquilo que digo, quanto a números e nomes que aparecem nos meus posts. Posso, por exemplo, afirmar que foram 258 os filhos da nossa escola que juraram bandeira, nessa altura, tendo ficado 3 para trás, por motivos de saúde - o 16251, o 16279 e o 16519. Seria, portanto, este 16519, de seu nome, António V.L. Rocha, o último voluntário da nossa incorporação e não o 16518 António O. Lopes, como sempre acreditei. Também juraram bandeira, em conjunto connosco, 4 grumetes da incorporação de Setembro de 1961 que tinham ficado para trás, também por motivos de saúde - o 15591, o 15877, o 15905 e o 15961.
Tudo isto vão poder verificar com os vossos próprios olhos, nas listas que aqui vou publicar, neste blog, nos posts que se seguem.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Rachel de Querós e os Fuzileiros


Acho fantástica, e é de uma força arrebatadora, o que Rachel de Queirós escreveu acerca dos Fuzileiros. Esta escritora, jornalista e dramaturga brasileira, nascida no Rio de Janeiro em 1910, foi e a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, tendo sido galardoada com o prémio Camões em 1993.
Sabemos que os Fuzileiros Navais Brasileiros foram um legado português que teve a sua origem no ano de 1808, aquando da fuga da Corte Real Portuguesa para o Brasil, devidas as invasões Napoleónicas e ao perigo iminente da perda de soberania nacional. A Corte foi então escoltada pelos Fuzileiros da Marinha de Guerra Portuguesa e dela nasceram os Fuzileiros Navais Brasileiros. A 7 de Março deste ano foi comemorado o seu Bicentenário que teve com convidado especial o Comandante Pascoal Rodrigues. Feita esta relação, passo então a citação da famosa escritora Rachel de Queirós:

“ Quando se houverem acabado os soldados no Mundo – quando reinar a paz absoluta – que fiquem pelo menos os Fuzileiros, como exemplo de tudo de belo e fascinante que eles foram”

O Hino Nacional

Com o Hino Nacional como pano de fundo, eis algumas imagens da Marinha e dos marinheiros (fuzileiros também) para ir dando corpo a este espaço e entreter os nossos visitantes.
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http://www.youtube.com/watch?v=swNWyfc1oPg

Ordem Unida!

Um dia, quando estávamos em Lourenço Marques, fomos convidados para ir ao Pavilhão do Sporting assistir ao show de ordem unida que podeis ver neste video. Para quem fez a recruta com a espingarda Mauser e sabe as dificuldades que isso acarreta, é um espectáculo incrível de se ver, ao vivo. O que lá apresentaram, em 1963 ou 1964, era um grupo maior que este, mas à falta de melhor aqui tendes este clip de video que encontrei no Youtube.
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http://www.youtube.com/watch?v=FY3zzIHuhjE

Apresentação do Blog

Ontem, ao fim do dia, dei os últimos retoques na cara do nosso blog e fiquei contente com o resultado. Agora posso dar-me por satisfeito e começar a apagar da minha memória o falhanço das primeiras tentativas. Ainda não eliminei o blog aberto no Wordpress, pois pode acontecer que descubra o caminho e sirva para alguma coisa. Mas já eliminei o Vale de Zebro do Googlegroups, esse foi à vida.
Ainda não é altura de eu escrever aqui qualquer coisa, mas em breve surgirá. Tenho que fazer uma certa ginástica mental para não misturar as coisas e trazer para aqui os assuntos da CF2. Este é um blog de todos os fuzileiros, do passado e do presente, e abarca todas as companhias e todos os destacamentos, sem excepção. Aguardo com alguma expectativa o primeiro pedido de adesão dos esperados autores.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

DFE-4 ANGOLA 1963-65

Viagens, paragens, locais e percursos, marcaram a nossa vivência por Angola no período de 1963 a 1965 como fuzileiros especiais do Destacamento de Fuzileiros nº 4. A Guerra em África tinha eclodido com os ataques dos Movimentos de Libertação, em Angola surgiu em Fevereiro de 1961 com o ataque dos guerrilheiros da UPA ( União dos Povos de Angola) às fazendas e postos administrativos. As Colónias, mais tarde denominadas Províncias Ultramarinas, fazia parte integrante do território português segundo a Constituição da República Portuguesa de 1933. Foi como militares, em defesa da soberania nacional que fomos mobilizados. Éramos bastantes jovens à data ( 19 anos média de idades). Ficou-nos como lembranças a saúdade desse maravilhoso País e os locais por onde passamos, embora em circunstâncias militares. A beleza das paisagens, a memória das suas gentes e a camaradagem e amizade dos companheiros de então. Eis o que pretendo passar no vídeo: DFE-4. Angola 1963-65.

Agora é a sério!

Já tive oportunidade de ler o teu primeiro trabalho que acabaste de colocar no blog. Muito bem, era isto que eu queria ver. Agora resta-nos fazer alguns pequenos ajustamentos e partir á conquista do espaço cibernético. Vai fazendo toda a publicidade que puderes, do teu lado, que eu vou fazer o mesmo do meu. E desejo que este blog se venha a tornar num sucesso. Boa sorte com os teus artigos.

Emoções, abraços e afectos.

Emoções, abraços e afectos, foi a expressão encontrada para manifestar o sentimento vivido entre camaradas que se reencontraram ao fim de 40 anos. Foram em comissão de serviço para Angola no DFE-4, no períodode 1963/65, e voltaram a «reunir-se» em Março de 2005. Neste Encontro - o maior de todos, e ao Almada se deve -, estiveram também presentes o Comandante Pascoal Rodrigues, que veio do Brasil propositadamente bem como o Imediato Paiva Boléo ( agora Frei Dominicano), da Bégica. Outros camaradas vieram do Canadá ( AgostinhoMaduro), da Inglaterra ( Manuel Joaquim Martins - 16 509) e da Alemanha ( Álvaro Abreu - 16 628). As imagens e a música introduzidas no respectivo vídeo simbolizam esse momento. Não esqueço os camaradas que já partiram e vem-me a memória a citação do militar e escritor francês Saint-Exupéry:" aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam umpouco de nós".É passado... Mas é um passado de que nos podemos orgulhar, que faz parte do nosso presente e de um presente que é o caminho para o futuro e para a esperança. Um passado rico de experiências e histórias fantásticas da vida de cada um de nós...Partilhar tudo isso com os mais jovens é um dever; ensinar e aprender com eles uma inevitabilidade; continuar a caminhar e a sonhar é esperança que acredita nas madrugadas de cada manhã.

Vale de Zebro

Vale de Zebro foi o título escolhido pelo Carlos para o Grupo ora criado neste Blog ao qual aderi. Pareceu-me uma ideia engraçada e com grande significado para todos nós fuzileiros; filhos da escola, alunos e voluntários que orgulhosamente por lá passaram, faz tempo…
Estávamos no início dos anos sessenta. Éramos uns putos com muita garra e vontade de vencer.
O significado da palavra “Vale de Zebro” estava associado a Escola e aos Fuzileiros - instrução, disciplina e rigor. Depois, havia o sentimento de que, em termos militares, éramos superiores a qualquer outra força e isso era motivo de orgulho para nós jovens…
Quanto ao significado das palavras em si mesmas, apenas a primeira ” Vale” era conhecida (planície entre montes ou várzea à beira de um rio, etc). Agora “Zebro”, não. Pois bem. Segundo pesquisei num dicionário da língua portuguesa, Zebro significa uma espécie de azevinho, arbusto espinhoso, silvestre… ou seja, rebobinando o passado:arbustos que cresceram e ganharam raizes para sempre.
Viva a nossa geração. Viva os fuzileiros

Olá Alvaro

Como já tínhamos combinado, acabei de enviar-te, por e.mail, o convite para te transformares no primeiro co-autor deste blog. Espero que o aceites. Logo que isso aconteça podes dar início à actividade, da maneira que mais te agrade. Escrever, comentar, publicar fotos, videos ou quaisquer outros documentos, está, agora, ao teu alcance. Que isso sirva para engrandecer a história de todos nós, os fuzileiros filhos da escola de Vale de Zebro, é o meu único desejo.

Termo de Abertura

Não posso fazer mais que expressar aqui um desejo. Tal como eu, há milhares de fuzileiros que se consideram como tal, até à morte, e têm nisso um enorme orgulho. Eu gostaria de vê-los passar por aqui deixando a sua marca, isto é, escrevendo coisas que tenham a ver com a sua vida como fuzileiros, com a sua Escola, com a Guerra Colonial e as dificuldades que isso trouxe ás suas vidas. Que aqui publiquem as suas fotos, para serem vistas e admiradas por todos os filhos da escola que por aqui passem, que veiculem notícias, que deixem recados, que procurem antigos camaradas de quem sintam saudades, enfim, que usem as potencialidades da internet para manter unidos todos os filhos da nossa «ESCOLA DE FUZILEIROS».