António Marques Lourenço está reformado há vários anos por invalidez, por ter sido atingido por uma mina quando cumpria serviço militar em Angola, como fuzileiro especial.
»»»
»»»
Alistou-se a 9 de Janeiro de 1967 como voluntário na Marinha. Tinha 17 anos e começou como segundo grumete. Como fuzileiro foi para a Guiné-Bissau a 10 Maio de 1968. Estava integrado no Destacamento de Fuzileiros Especiais nº 12 (DFE-12) e era o 142/67, com a alcunha de “O Barrote”.Fez duas comissões na Guiné e uma em Angola. “Conheci a Guiné de ponta a ponta. Fui primeiro-grumete e cheguei a marinheiro. Para além do DFE 12, estive no DFE 7, 4, 21 e 10, e na Companhia 6 dos Fuzileiros Navais”, relata.Foi render o ‘Escritas’, um escriturário fuzileiro que tinha sido morto com um tiro na cabeça a 13 de Dezembro de 1967, na região de Tombali, situada no Sul da Guiné.Tinha chegado há três dias e foi destacado para uma missão numa LDM (Lancha de Desembarque Média) no rio Mansoa, sob o comando do segundo-tenente Rebordão de Brito, o homem sempre escolhido para as tarefas mais difíceis e de maior responsabilidade, e braço direito de Alpoim Calvão, chefe das forças especiais.
»»»
O caldense também podia ter morrido perto do final da comissão, em 1974, pouco antes do 25 de Abril. Uma mina destruiu o Unimog onde seguia, no Chilombo. O motorista, que tinha cinco comissões de serviço, faleceu, e António Lourenço ficou com o joelho direito ferido. Desde então anda sempre com muleta.Da guerra traz dois louvores que o vão marcar para o resto da vida, assinados pelo comandante-chefe das Forças Armadas da Guiné, brigadeiro António Sebastião de Spínola.
»»»
Pedreiro, profissão que teve antes mesmo de cumprir o serviço militar, está reformado há dez anos por invalidez. Nos tempos livres ocupa-se da sua horta, onde semeia batatas e planta couves. Casado, tem cinco filhos: três raparigas de 15, 26 e 30 anos, e dois rapazes de 21 e 34 anos. Tem três netos – duas raparigas de 3 e 8 anos, e um rapaz de 10 anos.
#
(Excertos de uma notícia publicada no «Jornal das Caldas» em 14 de Maio de 2008)
Sem comentários:
Enviar um comentário