Há algum tempo já que ando a pensar em falar da passagem do DFE5 por Metangula, porque me faz alguma impressão ter lá estado ao mesmo tempo que o meu amigo Domingos Miranda (16529) e não me ter cruzado com ele. E também o Antero Pires (16525) que, tal como o Domingos e eu próprio, pertencia ao celebérrimo «Pelotão do Bicho». Além destes dois filhos da minha escola, também o António Pereira (16272), o Manuel Pacheco (16456) e o Francisco Ribeiro (16604) faziam parte deste Destacamento.
O DFE5 chegou a Moçambique pouco antes do Natal de 1965. Era habitual o pessoal chegado da Metrópole fazer a primeira parte da comissão em Porto Amélia e assim deve ter acontecido, pois tenho a confirmação de que passaram no Niassa a última parte do tempo passado em Moçambique. O regresso à civilização e posterior viagem para Lisboa aconteceu mais ou menos ao mesmo tempo que a CF8 regressou à Estação Radionaval da Machava. Ou seja, passamos grande parte do ano de 1967 juntos no Niassa.
Claro que também pode ter acontecido que o Domingos e o Antero tenham estado no Cobué, pois parte do pessoal estava lá acantonado. Mas, se bem me lembro, iam-se revezando para não estarem sempre os mesmos no tremendo isolamento que era o Cobué. Acho muito estranho que nessas idas e vindas nunca me tenha cruzado com eles nem ouvido comentar que faziam parte desse Destacamento. Tenho que tirar isso a limpo.
Depois de sair da Marinha andei muitos anos embrulhado na minha "complicada" vida profissional e nunca mais pensei nisso. Só depois de entrar na reforma e a ter mais tempo do que ocupações é que decidi ir à procura do Domingos. Descobri a terra de onde era oriundo, fui até lá à sua procura e encontrei-o no cemitério. Desde o fim do nosso Curso de ITE, em Setembro de 1962, que o não via.
Ao consultar o livro do Comandante Sanches de Baena reparei que o João Mourato (1099/64), organizador dos convívios dos filhos da escola de Setembro/64, com quem estou em contacto desde que andei a tentar localizar o pessoal da CF8, também fez parte do DFE5. Hei-de pedir-lhe para me descrever o percurso do Destacamento durante toda a comissão e perguntar-lhe se conheceu o Domingos e tem alguma fotografia com ele.
Para terminar este desfiar de recordações, devo dizer que a alcunha de «Granel» que adicionei ao seu nome, no título desta mensagem, era o seu bilhete de identidade durante os primeiros tempos na Escola de Fuzileiros. Não sei se continuou a usar essa alcunha durante as comissões, no Ultramar.
Recordando o passado,
ResponderEliminarvivendo no presente
para um futuro animado
e um St. António quente.
Tinto sardinhas e broa,
é preciso dar ao dente
pelas ruas de Lisboa
pobre anda muita gente!
Ainda te lembras do Cobué,
sem esqueceres Metangula
no campo trabalhava o Zé
lavrando a terra com a charrua!
Carregava o trigo com a carreta,
por uma junta de bois puxada
a cantar ia para a horta pela vereda
lá cavava a terra com a enxada!
Depois foi para a tropa,
para defender a pátria
no Brasil, está a começar a copa
se calhar vai haver bordoada!
Pois, a pessoa indicada para esclarecer tudo isso é o 16525, Antero Carneiro Pires, porque, além de fazer parte DFZE5, conta ainda a história veridicta, que lhe deu um louvor e medalha por causa do 16529,
ResponderEliminarDomingos Pires Miranda (Granel).
Estive também, contigo em Vila Grande, Boticas, na visita à sepultura do (Granel).