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terça-feira, 3 de agosto de 2021

Mudar o chip!

 As minhas últimas publicações foram sobre a morte de camaradas, contando aos que cá ficam a história dos que já lhe puseram um ponto final. Isto faz-me pensar que quando chegar a minha vez não terei ninguém para fazer o relatório. Talvez um dia motive um dos meus filhos a ler estas coisas e lhe dê a minha password para poderem entrar e contar-vos que também eu recebi a "Guia de Marcha" para o último destacamento.

Bem, o assunto de hoje é - Açorianos com quem me cruzei na Briosa.


No recrutamento de Março de 1962, tanto quanto me lembro, havia dois açorianos, o 16231 - Agostinho Teixeira Maduro (na foto) e o 16244 - Manuel Adriano Almeida Sousa. O primeiro juntou-se ao DFE4 e seguiu para Angola. Fez uma única comissão, saiu da Marinha e emigrou para o Canadá, onde se encontra feliz da vida na companhia da sua esposa, ainda hoje. O segundo alinhou na CF3 e foi para a Guiné. Não tenho a certeza, mas acho que fez também uma única comissão, levou baixa e regressou aos Açores, onde viveu a sua vida até que a morte o vei buscar, era ele ainda muito novo.

O Agostinho Maduro, o tal que vive no Canadá, tem-se mantido em contacto comigo, desde que eu comecei a organizar os convívios. Arranjou o meu número de telefone, perguntou-me se me lembrava dele e tivemos uma longa conversa. Isto foi, há cerca de 15 anos, e desde então temos falado uma data de vezes. No Natal e aniversários trocámos sempre mensagens e felicitações. Na semana passada fez-me uma chamada de video (via Facebook) e pusemos as notícias em dia. Foi ele que ontem completou 77 anos e me contou que o duplo 7 significa sorte a dobrar para nós os dois.

Depois, em 1965, ingressei na CF8 com destino a Moçambique e levei comigo dois camaradas provenientes dos Açores. Dois bons rapazes, filhos da escola de Setembro de 1964, um voluntário e outro recrutado. Tanto quanto sei, ambos saíram da Marinha, depois dessa comissão, e vivem, hoje (felizes da vida) um deles, o mais novo, nos Estados Unidos e o mais velho na sua terra natal. Este mantém-se em contacto comigo através do Facebook, ferramenta que não vale grande coisa, mas serve para nos manter em estreito contacto. Sem ele já nos teríamos esquecido uns dos outros! 

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