Há deveres que custam cumprir, mas a que não podemos virar as costas. O nosso camarada Azevedo faleceu ontem e foi sepultado hoje, no cemitério de Gondar. Alguém da CF8 tinha que estar presente para o acompanhar à sua última morada e foi isso que eu fiz, acompanhado pelo Fernando Lemos e o Ângelo Martins. Em representação da Marinha e dos Fuzileiros estiveram ainda presentes dois representantes da CF9 (Guiné 66/68), o Agostinho Verde e o Gervásio Magalhães.
Muitos familiares, muitos amigos, a aldeia inteira esteve presente para se despedir do fuzileiro que escapou com vida da Guerra Colonial, mas não resistiu ao avanço da idade e da doença.
Que a terra lhe seja leve!
Tanto se nasce
ResponderEliminarComo se morre,
Neste volte-face
Mesmo quando chove...
Para os amigos não há clima;
Lembram os tempos antigos
Com elevada estima,
Encontrando na memória
Que aflora ao de cima;
A morte tira-nos a glória
Surgindo em qualquer esquina...
Assim, vamos perdendo espaço
Neste mundo de rapina
Que nem mesmo um abraço
Diminui esta negra sina...
Como a velhice, nos atropela
Ao colocar na retina
A ideia da sovela...
Porque, quando menos convém
Surge a forte picadela
Da morte sem desdém...
Partindo sem endeço,
Claro, não fica cá ninguém:
O fim é pior que o começo!
Nem as lágrimas...
Nem o pranto...
Nem as horas árduas
Que custam tanto...
Nem a saudade,
Nem o amor?...
Ondes estás ó liberdade?
Livra-nos deste terror.
Põe sentinelas...
Duplas, com guarda-costas
E, dá-nos outras caravelas
Se, não te importas
Com novas velas,
Para navegarmos ao largo
Fugindo a vinte nós, assaz,
Deste sabor amargo
Que a morte nos traz...
Onde se diz: partindo sem endeço, queria dizer, endereço.
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