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domingo, 2 de novembro de 2008

Cerimónia: homenagem aos primeiros Fuzileiros-I

A cerimónia de homenagem aos primeiros fuzileiros - 1º Ten. Pascoal Rodrigues, SAJ Ludgero dos Santos Silva, SAJ Mário José Claudino e SAJ João Cândida Santinhos - deu-nos o privilégio de ainda poder contar com a presença de três destes quatro homenageados, sendo o Sargento Mário Claudino representado pela viúva. O Sargento Santinhos, debilitado em razão do seu estado de saúde, assistiu a cerimónia e manteve-se presente em todo o Encontro. Viria, infelizmente, a falecer no início deste ano (01-02-2008).
O senhor Almirante Vargas de Matos, no seu discurso de homenagem, começou pelos Fuzileiros e seguidamente pela saudação aos senhores almirantes presentes, oficiais, sargentos, praças e convidados, num discurso apropriado para a ocasião e de uma forma directa, sóbria e bonita. Dizendo que o que nos trouxera ali a Vale de Zebro foi o querer e o sentir colectivo de prestigiar aqueles homens que foram os primeiros de todos nós: foram a semente do século XX.
Invocou depois a figura do Almirante Armando Júlio de Reboredo e Silva, dizendo que ele foi certamente uma das figuras mais prestigiadas do século passado pela sua visão estratégica e participação no esforço de guerra, mesmo ainda antes de ela se ter iniciado no Ultramar, quando em Janeiro de 1960 apresentou uma proposta ao Chefe de Estado-Maior da Armada (CEMA) sugerindo a criação dos fuzileiros. Assim, torna-se necessário, citando:





«a organização de uma pequena força de marinheiros, com a constituição do pelotão de atiradores, destinado a operações de comandos e desembarques.
A propósito, julga-se oportuno salientar a conveniência de se estudar a criação de um Centro de Instrução que prepare pessoal para as forças daquela natureza, pois é um erro supor que todos os Sargentos e Praças da Armada podem ser aproveitados para tais missões. Essa força deverá ser constituídas por homens dextros, com iniciativa e devidamente instruídos.
A citada instrução poderia constituir uma especialização, a de fuzileiros, designação que também seria aplicada às referidas forças.
Estes Destacamentos de fuzileiros seriam de toda a utilidade no Ultramar, onde, inevitavelmente mais cedo ou mais tarde, a sua intervenção será exigida.
Em Abril de 1960, Reboredo e Silva – Subchefe do Estado-Maior da Armada - insiste no seu projecto junto da mesma entidade (CEMA), reforçando o seguinte: …Entende-se porém, que a organização de forças de desembarque, ou de fuzileiros, com carácter permanente, na Metrópole e no Ultramar, oferece o maior interesse e, mesmo do ponto de vista económico, não parece apresentar grandes exigências.
…a organização destas forças não seria muito dispendiosas desde que na sua constituição se aproveitassem na medida do possível, aspirantes da Reserva Naval como oficiais e 2º grumetes como praças.
…afigura-se ser vantajoso, no caso de ser reconhecida a conveniência da organização das referidas forças, que, com a devida antecedência, seja preparado pessoal instrutor
Foi para esse efeito que este Estado-Maior, pela proposta nº 104, de 1 de Maio de 1959, sugeriu que 1 Tenente, 1 Sargento ou cabo e 3 praças frequentassem um curso nos “comandos” no estrangeiro, proposta que se renova agora”

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