Na CF8 tínhamos dois açoreanos, o Pepe que era voluntário e o Natalino que era recrutado, ambos da escola de Setembro de 1964. No ano em que a Companhia passou em Lourenço Marques formou-se uma «troupe de motoqueiros» que era coisa séria. O Pepe com a sua Triumph 250 era um dos mais carismáticos. Eu que conduzia uma Java CZ 175, sentia uma inveja danada, pois a Triumph era a mota dos meus sonhos.
E depois havia uns quantos mais, mas quero destacar o Margato com a sua V5 que andava mais que todas as outras e o Serafim com a sua BSA 250. A este tive que lhe dar instruções de condução, na minha Java, para ele se atrever a comprar a BSA. E depois, antes de ele tirar a carta, ia para a cidade a guiar a mota, com ele na pendura. Bons tempos que não posso esquecer nunca.
Mas, voltando aos açoreanos, pois é esse o tema, nem o Pepe nem o Natalino eram do meu pelotão e por isso era raro encontramos-nos em serviço. Nas licenças, pela sua maneira de ser e pela mota que conduzia, eu e o Pepe juntámos-nos algumas vezes. Com o Natalino não me lembro de qualquer história que pudéssemos ter partilhado.
Mas este açoreano recrutado pertencia ao pelotão do Páscoa e como ele está a pensar ir aos Açores brevemente, vou recomendar-lhes que marquem um encontro para se reverem e matarem saudades dos tempos vividos em Moçambique. Pelo menos, dos vividos no Niassa, pois aí o contacto era muito mais estreito e fosse o que fosse que nos acontecia, ficava na memória para sempre.
Estás a ouvir, oh Páscoa? Manda um recado ao Natalino a avisar da data da tua chegada!
Parece irmã gémea da minha!!!