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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Farol de referência!


A rede de faróis da costa de portuguesa também é Marinha, não é verdade? Pois este que aqui vêem é o farol do Cabo Carvoeiro, na Figueira da Foz. O António Páscoa, meu camarada da CF8, encontrou esta fotografia na imprensa regional e fez questão em mandar-ma. Publico-a aqui e aproveito para lembrar a todos que o Núcleo de Fuzileiros do Norte tem a sua sede no Farol do Cabo do Mundo, em Matosinhos e está aberto a todos os filhos da escola aos sábados à tarde. Se acontecer passarem por Matosinhos num sábado à tarde, não percam a oportunidade. Pode ser que encontrem alguém conhecido.

sábado, 29 de maio de 2010

Outros Convívios!

Caro Fuzileiro da Companhia nº 2, guarnição de 1970 a 1972 - Moçambique! 

Venho convidá-lo para o almoço convívio de 2010. 
Será no dia 19 de Junho, nas instalações da Associação de Fuzileiros que se situa no edifício da antiga Delegação Marítima do Barreiro, Rua Miguel Paes nº 25. 
Traga a família e os amigos. Se conhecer algum camarada, passe a palavra. 
O preço por pessoa é de 20,00 €. 
(Crianças até 6 anos, 0,00 €; dos 6 aos 12 anos, 8,00 €). 
Eventual saldo, reverte a favor da nossa Associação. 
Por favor confirme a sua presença e o número de acompanhantes até ao dia 12 de Junho, por questões de logística. 
Contactos - José Sequeira - 962787795 - e.mail - sasequeira@sapo.pt 

EMENTA
Entradas: 
Salgados, carnes frias, melão c/presunto... , martini, vinho do Porto, vinhos branco/tinto e sumo de laranja natural 
Pratos quentes:
Creme de legumes 
Bifinhos de vitela c/batata frita e arroz 
Bebidas:
Vinho branco e tinto da casa, sumos, água e sangria tinto/ branco e de espumante. 
Fruta e sobremesa: 
Doce e salada de fruta 
Café e digestivos 
Café, Porto, Brandy e wisky novo

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Trair com Alegria

 ...oOo...
Eu, como combatente, que também fui (dos verdadeiros, dos que andaram no mato do Niassa), assino por baixo, com muito gosto.
Julio S
Antes que o partido com maior votação parlamentar tome uma decisão que pode ser irreparável, convirá colocar publicamente algumas questões em relação à assombrosa candidatura do sr. Manuel Alegre à suprema magistratura deste país. Ou do que dele resta.
É vox populi que o sr. Alegre traiu. Que traiu a sua Pátria comprovo-o pessoalmente, que bem ouvi o que dizia aos microfones da Rádio Argel, ainda que disfarçado de oposição ao governo então vigente. Que com as suas palavras incitou à morte dos que lutavam no Ultramar e acirrou ânimos, ódios e malquerenças de ambos os lados que combatiam, também não carece de demonstração.
Mas há mais e há pior. Concebo que um general traia os seus soldados, em nome de razões tão superiores, abrangentes e elaboradas que transcendem a compreensão das tropas. Mas não é possível que um subalterno o faça. Por que este lida com pessoas, conhece e partilha do sentir dos seus homens e vê-os a seu lado, como camaradas bem concretos e reais.
Dizem-me vários Camaradas, de quem não posso duvidar, que as poucas operações militares que o sr. Alegre comandou se saldavam por uma estranha e insólita ausência de emboscadas e minas. Ao passo que as dos seus camaradas se pautavam por uma actividade desmedida e letal, como se o então inimigo soubesse antecipadamente de missões, horários, trajectos e objectivos…
Pergunta: É o sr. Alegre um traidor?
O sr. Alegre desertou do Exército que jurou servir. È, portanto, para além dos enviesamentos e sofismas da razão política, um desertor. Com toda a carga emocional e desprezível que o adjectivo acumulou ao longo de séculos. Macaqueando a figura do Rei, que lutava de espada na mão à frente dos seus exércitos, o Presidente da República é, por irónica tradição, o Comandante-chefe das Forças Armadas.
Pergunta: Aceitam as Forças Armadas serem comandadas por um desertor?
Sendo Angola, que nós unimos, criámos e desenvolvemos, um território riquíssimo e um parceiro económico de primeira linha, é inevitável prever que dias virão em que os Chefes de Estado se encontrarão cara a cara, para defender os interesses recíprocos dos seus países. 
Ora, tendo o sr. Alegre, publica e incondicionalmente, pugnado pela facção marxista que hoje governa Angola, é pertinente e curial em tais hipotéticas circunstâncias formular a seguinte:
Pergunta: Qual dos lados irá ele defender?
Deixemos, por ora, nebulosas histórias das pratas da família, do clube de oficiais de Luanda ou das muito concretas razões que levaram o PCP a correr com o sr. Alegre, depois dos acontecimentos de Argel. O Presidente da República, por definição, é um símbolo. Uma figura respeitável a que se exige, no mínimo, boa reputação, honestidade e ao menos um desempenho correcto numa carreira profissional digna.
Pergunta: Qual é a profissão do sr. Manuel Alegre?
Um presidente da república tem de ser um factor de aglutinação de consensos, de soluções de conciliação, de entendimentos e de colaborações e, temos esse exemplo, é muitas vezes o seu carisma pessoal e isenção que os conseguem. O sr. Alegre traiu a família, os amigos, os colegas o seu país, os seus camaradas, os seus soldados. Traiu o PCP, traiu Mário Soares e traiu o Partido Socialista. E quem traiu, trairá.
Pergunta: Que concórdia poderá ele trazer?
Criou-se a mítica de que o sr. Alegre é um homem de cultura. Que é um poeta. Erro crasso. O sr. Alegre escreve rimas hábeis, engenhosas e fáceis, como o faria um António Aleixo, ao nível da letra de fado ou da balada. É um artífice, não um artista. Poetas são Camões, Torga ou Pessoa, na sua elevação, profundidade e, por que não dizê-lo, no seu intransigente patriotismo. A pé desses robles que se agigantam, o sr. Alegre é um bolor que prospera na podridão da política. E só nela.
O sr. Alegre foi há dias feito doutor honoris causa por uma universidade italiana qualquer. É um doutoramento ao nível da licenciatura do Sócrates. Pondo de parte as razões de tal nomeação, hilariantes por tão óbvias, antes dele muitos o foram, como Mao, Fidel Castro, Samora Machel, Goebbels, Honnecker, e outros assassinos que, a não terem logrado uma revolução triunfante, há muito teriam sido julgados por crimes contra a humanidade.
Pergunta: Objectivamente, quais são as habilitações literárias do sr. Alegre?
Concidadãos: Dirijo estas reflexões e perguntas a todos aqueles que, como eu, não têm filiação partidária nem comem à manjedoura da política. E especialmente àqueles combatentes que cumpriram sem hesitações as suas obrigações militares, muito particularmente aos que, embora discordando das razões, sacrificaram as suas crenças ao interesse e aos valores da Pátria. A todos quantos viram cair camaradas ao seu lado e àqueles cujos familiares e amigos não regressaram. Que tudo preferiram a ser chamados desertores.
O sr. Manuel Alegre não tem estatura humana, nem cultural, nem política. Não tem credibilidade, honestidade, rectidão, saber ou cultura para o lugar a que se atreve a propor-se. É um actor medíocre no mesquinho palco da política nacional. A sua candidatura, por si só, é um insulto ao que resta de dignidade neste país. Reflicta bem e, enquanto a Internet ainda é livre, se assim o entender, passe a mensagem ás pessoas rectas que conhece.
L C
Combatente do Ultramar

Twenty Days in the United States of America

Regressei dos Estados Unidos
Duma pequena estadia
Quase perdia os sentidos
De tanta coisa que ouvia

Porque neste ano de graça
Dos meus anos 69
Voltei a encontrar chalaça
Num país ainda mais pobre...

No governo, um diz:
Logo, provoca desconforto
Enquanto, outro desdiz
Isto anda tudo torto

Assim, fazem da gente ralé
Eles, são nobres talentos
Só afinam o lamiré
Nos impostos, dando aumentos

Nem com a visita do Papa
Amainou esta política
A Nação está mais fraca
Ficando sempre raquítica

Diz o Presidente da República:
O Papa trouxe esperança!
Mas continua a balbúrdia
No paraíso da ganância...

Parece que estava à espera
Para promulgar a lei
Mas abriu uma cratera
De que tamanho, não sei?!

Num Portugal cristão?
Da Europa oriundo
Este é mais um senão
De golpe enorme e profundo

Das finanças, manda o ministro
Alegrias conforme os gostos
Ora, tomai lá disto:
E, aumenta os impostos

O 1º Ministro já fala espanhol
Mais um diploma, mais uma medalha
Economia em passos de caracol
Vai-nos enfiando a mortalha

E, na língua castelhana
Foi aprendendo o salmo
Tem lá um da sua igualha
Para parceiro de tango

Para dançar a Sevilhana
Até dobrando o joelho
Meteu na mesma fanfarra
O noviço Passos Coelho

Já cá canta Manuel Alegre
Ditosa Pátria que tais filhos tem!
Por este andar teremos em breve
Mais um cobarde em Belém...

Meus caros Amigos, quereis
Que vos diga algo mais?
Este Portugal que foi de Reis
Está entregue aos Pardais...

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Será que um gordo fica eunuco a partir dos 69 anos?

Boquiabertos com notícias que nos dão conta de casos insólitos, muitos raiando o inacreditável.

Hoje, deparei-me com uma dessas notícias que, para não distorcer o contexto com discurso subjectivo, reproduzo na íntegra:

" O Tribunal da Relação de Guimarães reduziu a pena a um homem de 69 anos que em Janeiro deste ano foi condenado a seis anos de prisão por violar uma menina de 12 anos, sua vizinha. O pedófilo viu a condenação ser alterada para cinco anos e três meses e o crime modificado para coacção sexual agravada. *Atesta que tendo o arguido 69 anos e pesando 95 kg não lhe era fisicamente possível praticar os movimentos típicos da cópula*, diz a Relação".

Diria que é uma pérola de acórdão, peça que teria lugar cativo no anedotário nacional, se não fosse sério e preocupante a situação que gerou esta "iluminada"visão judicial...

Não sei se o Tribunal da Relação recorreu a peritos, sexólogos e afins para tal juízo, mas inferir, seja de que forma for, que um homem de 69 anos e 95 kg não pode praticar "movimentos típicos da cópula" é considerar eunuca uma grossa fatia dos machos portugueses!

Valha-nos a Santa Paciência e a Madre Tolerância!

Um acórdão destes só tem paralelo, ainda que sejam distintas as paternidades, com aquela alteração ao Código Penal, levada a efeito na Legislatura de maioria absoluta socialista, em 2007, na fase "quente" do Processo Casa Pia, que considera um só crime, continuado, 2, 3, 5, 20...abusos pedófilos sobre a mesma vítima... Imagine-se, como se a criança objecto destas sevícias só houvesse sofrido uma única vez, por todos os inúmeros momentos de violência a que foi sujeita!

Como já se houve por aí dizer com assustadora frequência: este País já não existe!

...oOo...

Isto é que vai uma crise
Com a justiça injustiçada
Oh que grande patetice
Já não se pode confiar em nada

Aguenta que é serviço!

Logo que passe a data do convívio deste ano do pessoal da CF2, tenho que começar a pensar, muito a sério, no da CF8. O pessoal nunca me perdoaria se a coisa não fosse para a frente. Uma vez que foi prometido, tem que acontecer, doa a quem doer!
O problema vai ser como contactar o pessoal. No ano passado, enviei cerca de 30 cartas pelo correio e salvo erro, apenas dois filhos da escola telefonaram a acusar a recepção e comunicando a sua impossibilidade de comparecer.
Alguns dos endereços que tenho podem estar desactualizados, muito embora não tenha recebido qualquer carta devolvida. No contacto com o Sargento Moisés consegui mais meia-dúzia de contactos, incluindo o do Fernando Pires (que aqui aparece na foto, encostado ao Spitfire do Valter), todos moradores na zona de Almada.
Para as coisas correrem bem precisava de uma ajuda nesta zona. Alguém com acesso à internet e vontade de perder algum tempo com estes assuntos. Filhos da escola de Março e Setembro de 1962, ou a mesma coisa de 1964, seriam o ideal. Alguém se oferece? Quem conhecer alguém com este perfil que me informe que eu faço os necessários contactos.

A partir de hoje não se paga!


O aluguer de contadores de Água, luz e gás acaba dia 26 Maio!

Os consumidores vão deixar de pagar os alugueres de contadores de água, luz ou gás a partir de 26 de Maio próximo. Nesta data entra também em vigor a proibição de cobrança bimestral ou trimestral destes serviços, segundo um diploma que foi ontem publicado na edição do Diário da República.

A factura de todos aqueles serviços públicos vai ser obrigatoriamente enviada mensalmente, evitando o acumular de dois ou três meses de facturação, indica a Lei 12/2008, ontem publicada no boletim oficial e que altera um diploma de 1996 sobre os 'serviços públicos essenciais'.

A nova legislação passa a considerar o telefone fixo também como um serviço essencial e inclui igualmente nesta figura as comunicações móveis e via Internet, além do gás natural, serviços postais, gestão do lixo doméstico e recolha e tratamento dos esgotos. O diploma põe fim à cobrança pelo aluguer dos contadores feita pelas empresas que fazem o abastecimento de água, gás e electricidade.

Também o prazo para a suspensão do fornecimento destes serviços, por falta de pagamento, passa a ser de dez dias após esse incumprimento, mais dois dias do que estava previsto no actual regime.

Outra mudança importante é o facto de o diploma abranger igualmente os prestadores privados daqueles serviços, classificando-os como serviço público, independentemente da natureza jurídica da entidade que o presta. Numa reacção à publicação do diploma em causa, 'a Deco congratula-se com estas alterações, há muito reivindicadas', afirmou à agência Lusa Luís Pisco, jurista da associação de defesa do consumidor.

O diploma ontem publicado, para entrar em vigor a 26 de Maio, proíbe também a cobrança aos utentes de qualquer valor pela amortização ou inspecção periódica dos contadores, ou de 'qualquer outra taxa de efeito equivalente'.

*Por que é que as mulheres demoram tanto tempo quando vão à casa de banho?*

Neste aspecto... que bom ser homem!
O grande segredo de todas as mulheres a respeito da casa de banho é que, quando eras pequenina, a tua mamã levava-te à casa de banho, ensinava-te a limpar o tampo da sanita com papel higiénico e depois punha tiras de papel cuidadosamente no perímetro da sanita.
Finalmente instruía-te: "nunca, nunca te sentes numa casa de banho pública!"
E depois ensinava-te a "posição", que consiste em balançar-te sobre a sanita numa posição de sentar-se sem que o teu corpo tenha contacto com o tampo.
"A Posição" é uma das primeiras lições de vida de uma menina, importante e necessária, que nos acompanha para o resto da vida. Mas ainda hoje, nos nossos anos de maioridade, "a posição" é dolorosamente difícil de manter, sobretudo quando a tua bexiga está quase a rebentar.
Quando *TENS* de ir a uma casa de banho pública, encontras uma fila enorme de mulheres que até parece que o Brad Pitt está lá dentro. Por isso, resignas-te a esperar, sorrindo amavelmente para as outras mulheres que  também cruzam as pernas e os braços, discretamente, na posição oficial de "tou aqui tou-me a mijar!".
Finalmente é a tua vez! E chega a típica "mãe com a menina que não aguenta mais" (a minha filhota já não aguenta mais, desculpe, vou passar à frente, que pena!). Então verificas por baixo de cada cubículo para ver se não há pernas. Estão todos ocupados.
Finalmente, abre-se um e lanças-te lá para dentro, quase derrubando a pessoa que ainda está a sair.
Entras e vês que a fechadura está estragada (está sempre!); não importa...
Penduras a mala no gancho que há na porta... QUAAAAAL? Nunca há gancho!!
Inspeccionas a zona, o chão está cheio de líquidos indefinidos e fétidos, e não te atreves a pousá-la lá, por isso penduras a mala no pescoço enquanto vês como balança debaixo de ti, sem contar que a alça te desarticula o pescoço, porque a mala está cheia de coisinhas que foste metendo lá para dentro, durante 5 meses seguidos, e a maioria das quais não usas, mas que tens no caso de...
Mas, voltando à porta... como não tinha fechadura, a única opção é segurá-la com uma mão, enquanto com a outra baixas as calças num instante e pões-te "na posição"...
AAAAHHHHHH... finalmente, que alívio... mas é aí que as tuas coxas começam a tremer... porque nisto tudo já estás suspensa no ar há dois minutos, com as pernas flexionadas, as cuecas a cortarem-te a circulação das coxas, um braço estendido a fazer força na porta e uma mala de 5 quilos a cortar-te o pescoço!
Gostarias de te sentar, mas não tiveste tempo para limpar a sanita nem a tapaste com papel; interiormente achas que não iria acontecer nada, mas avoz da tua mãe faz eco na tua cabeça *"nunca te sentes numa sanita pública"*, e então ficas na "posição de aguiazinha", com as pernas a tremer... e por uma falha no cálculo de distâncias, um finííííssimo fio do jacto salpica-te e molha-te até às meias!!
Com sorte não molhas os sapatos... é que adoptar "a posição" requer uma grande concentração e perícia.
Para distanciar a tua mente dessa desgraça, procuras o rolo de papel higiénico, maaaaaaaaaaas não hááááá!!! O suporte está vazio!
Então rezas aos céus para que, entre os 5 quilos de bugigangas que tens na mala, pendurada ao pescoço, haja um miserável lenço de papel... mas para procurar na tua mala tens de soltar a porta... ???? Duvidas um momento, mas não tens outro remédio. E quando soltas a porta, alguém a empurra, dá-te uma trolitada na cabeça que te deixa meio desorientada mas rapidamente tens de travá-la com um movimento rápido e brusco enquanto gritas OCUPAAAAAADOOOOOOOOO!!
E assim toda a gente que está à espera ouve a tua mensagem e já podes soltar a porta sem medo, ninguém vai tentar abri-la de novo (nisso as mulheres têm muito respeito umas pelas outras).
Encontras o lenço de papel!! Está todo enrugado, tipo um rolinho, mas não importa, fazes tudo para esticá-lo; finalmente consegues e limpas-te. Mas o lenço está tão velho e usado que já não absorve e molhas a mão toda; ou seja, valeu-te de muito o esforço de desenrugar o maldito lenço só com uma mão.
Ouves algures a voz de outra velha nas mesmas circunstâncias que tu "alguém tem um pedacinho de papel a mais?" Parva! Idiota!
Sem contar com o galo da marrada da porta, o linchamento da alça da mala, o suor que te corre pela testa, a mão a escorrer, a lembrança da tua mãe que estaria envergonhadíssima se te visse assim... porque ela nunca tocou numa sanita pública, porque, francamente, tu não sabes que doenças podes apanhar ali, que até podes ficar grávida (lembram-se??).... Estás exausta! Quando páras já não sentes as pernas, arranjas-te rapidíssimo e puxas o autoclismo a fazer malabarismos com um pé, muito importante!
Depois lá vais pró lavatório. Está tudo cheio de agua (ou xixi? lembras-te do lenço de papel...), então não podes soltar a mala nem durante um segundo, pendura-la no teu ombro; não sabes como é que funciona a torneira com os sensores automáticos, então tocas até te sair um jactozito de água fresca, e consegues sabão, lavas-te numa posição do corcunda de Notre Dame para a mala não resvalar e ficar debaixo da água. Nem sequer usas o secador, é uma porcaria inútil, pelo que no fim secas as mãos nas tuas calças - porque não vais gastar um lenço de papel para isso - e sais...
Nesse momento vês o teu namorado, ou marido, que entrou e saiu da casa de banho dos homens e ainda teve tempo para ler um livro de Jorge Luís Borges enquanto te esperava.
"Mas por que é que demoraste tanto?" - pergunta-te o idiota.
"Havia uma fila enorme" - limitas-te a dizer.
E é esta a razão pela qual as mulheres vão em grupo à casa de banho, por solidariedade: uma segura-te na mala e no casaco, a outra na porta e a outra passa-te o lenço de papel debaixo da porta, e assim é muito mais fácil e rápido, pois só tens de te concentrar em manter "a posição" e *a dignidade*.


Tags: cisferrão, humor

terça-feira, 25 de maio de 2010

Não há fome que não dê em fartura!

Não sei se isto é verdade ou mentira, vendo a informação pelo preço que a comprei, mas tenho a certeza que alguém saberá e não quer que a gente saiba! Por essa razão vamos fazer todo o barulho que pudermos a fim de lhe descobrir a careca.
...oOo...

AQUI VOS DEIXO ALGUNS EXEMPLOS DE DÚVIDAS QUE O TRIBUNAL DE CONTAS ENCONTROU NAS DESPESAS PÚBLICAS…

1.      ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DE SAÚDE DO ALENTEJO, I. P.
- Aquisição de 1 armário persiana; 2 mesas de computador; 3 cadeiras c/rodízios, braços e costas altas: 97.560,00€
Eu não sei a quanto está o metro cúbico de material de escritório mas ou estes armários/mesas/cadeiras são de ouro sólido ou então não estou a ver onde é que 6 peças de mobiliário de escritório custam quase 100 000€.
Alguém me elucida sobre esta questão?

2.      MATOSINHOS HABIT – MH
 – Reparação de porta de entrada do edifício: 142.320,00 €
Alguém sabe de que é feita esta porta que custa mais do que uma casa?

3.      UNIVERSIDADE DO ALGARVE – ESC. SUP. TECNOLOGIA – PROJECTO TEMPUS
– Viagem aérea Faro/Zagreb e regresso a Faro, para 1 pessoa no período de 3 a 6 de Dezembro de 2008: 33.745,00 €
Segundo o site da TAP a viagem mais cara que se encontra entre Faro-Zagreb-Faro em classe executiva é de cerca de 1700€. Dá uma pequena diferença de 32 000 €. Como é que é possível???

4.      MUNICÍPIO DE LAGOA
 – 6 Kit de mala Piaggio Fly para as motorizadas do sector de águas: 106.596,00 €
Pelo vistos fazer um “Pimp My Ride” nas motorizadas do Município de Lagoa fica carote!!!

5.      MUNICÍPIO DE ÍLHAVO
– Fornecimento de 3 Computadores, 1 impressora de talões, 9 fones, 2 leitores ópticos: 380.666,00 €
Estes computadores devem ser mesmo especiais para terem custado cerca de 100 000€ cada….Já para não falar nos restantes acessórios.

6.      MUNICÍPIO DE LAGOA
– Aquisição de fardamento para a fiscalização municipal: 391.970,00€
Eu não sei o que a Polícia Municipal de Lagoa veste, mas pelos vistos deve ser Haute-Couture.

7.      CÂMARA MUNICIPAL DE LOURES
– VINHO TINTO E BRANCO: 652.300,00 €
Alguém me explica porque é que a Câmara Municipal de Loures precisa de mais de meio milhão de Euros em Vinho Tinto e Branco????

8.      MUNICIPIO DE VALE DE CAMBRA
– AQUISIÇÃO DE VIATURA LIGEIRO DE MERCADORIAS: 1.236.000,00 €
Neste contrato ficamos a saber que uma viatura ligeira de mercadorias da Renault custa cerca de 1 milhão de Euros. Impressionante…

9.      CÂMARA MUNICIPAL DE SINES
– Aluguer de tenda para inauguração do Museu do Castelo de Sines: 1.236.500,00 €
É interessante perceber que uma tenda custa mais ou menos o mesmo que um ligeiro de mercadorias da Renault e muito mais que uma boa casa... E eu que estava a ser tão injusto com o município de Vale de Cambra…

10.  MUNICIPIO DE VALE DE CAMBRA
– AQUISIÇÃO DE VIATURA DE 16 LUGARES PARA TRANSPORTE DE CRIANÇAS:2.922.000,00 €
E mais uma pérola do Município de Vale de Cambra: uma viatura de 16 lugares para transportar crianças custa cerca de 3 milhões de Euros. Upsss, outra vez o município de Vale de Cambra…

11.  MUNICÍPIO DE BEJA
– Fornecimento de 1 fotocopiadora, “Multifuncional do tipo IRC3080I”, para a Divisão de Obras Municipais: 6.572.983,00 €
Este contrato público é um dos mais vergonhosos que se encontra neste site. Uma fotocopiadora que custa normalmente 7,698.42€ foi comprada por mais de 6,5 milhões de Euros. E ninguém vai preso por porcarias como esta?

Quem foi que disse que estamos em crise?
Qual crise?
Só há falta de dinheiro é no meu bolso!!!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Comadres no Alentejo...

...ao lado de um bom marujo há sempre uma Grande Mulher!
Artur Sousa
 - Comadre Engrácia numa correria dessas que raio te mordeu, que se passa contigo rapariga? Acalma-te que este Alentejo ainda vai ficar cá depois de irmos para os anjinhos um dia!
- Olá Eulália, eu sei disso, mas estou com pressa para contar á Malaquias que a festa da marujada este ano vai ser mesmo aqui pertinho, portanto não há razão para que não apareçam lá todas.
- Pelo que me contaste, Engrácia, minha querida, tenho pena de não ter ido o ano passado ao encontro perto da Figueira, e olha que o meu Zeca está bem arrependido também.
- Eu não te disse, que vale a pena vermos os nossos marujos que, quando se juntam parecem uns garotos autênticos! Olha Eulália, que quando começam a dizer que foi em Moçambique que aprenderam a fazer amor com aquelas pretas, que segundo parece eram elas que se punham debaixo deles e vê lá que, até  chiavam como ratas… dizem eles!
- Eu sei Engrácia, o meu Zeca até me diz que a companhia dele foi a que arrancou os três a tudo de novo quanto por lá havia! Que além das pretas, foram inaugurar quartéis, capitanias e que alguns foram baptizados com a primeira emboscada, onde morreu um pobre preto dos nossos e, que nem os batuques dos pretos escaparam pela noie fora!
- Então onde vai ser este ano, querida?
- Não me digas que não sabes? Vai ser aqui mesmo em Montemor e, a razão por ser aqui, é porque um deles que lhe chamam o Tintinaine, que se encarregou desta festança, quer juntar os Algarvéus que, como sabes ninguém os arranca lá debaixo daqueles buracos quentes, mas desta vez vai, Eulália! E olha que muitos já disseram que sim na internet… vamos ver se cumprem como cumpriam na Marinha.
- Na internet!? Como assim?
- Não sabes que com essa coisa, eles estão em contacto e que até as fotografias deles lá põem!? Claro, que agora já não são aqueles bonitotes/borrachos da nossa mocidade, mas alguns deles ainda estão catitas, Eulália! As barriguitas notam-se um pouco inflamadas, mas quanto ao resto ainda passam por uns bonitões e briosos, de tal maneira que até chamam briosa á Marinha também, vê lá!
- Não me digas que este ano vai haver uma carne de porco á nossa maneira?
- Não querida, aquela malta lá de cima prefere o caldo verde em vez da açorda alentejana, bacalhau do Zé do Pipo ou coisa assim parecida, e então carne nem te digo… nem te conto! E por fim tudo regado com a mixordia do vinho verde! Yak! que gostos!
- Olha Engrácia, este ano nem Santo António vai valer ao meu Zeca, se ele não for até o esgano, vais ver?!
- Certo, se vocês  forem, quero o teu Zeca bem juntinho ao meu Hilário para veres como é, para contares como foi…! Oh que alegria, rapariga!

domingo, 23 de maio de 2010

Ainda o Convívio de Rio Maior!

E do Francisco Jordão recebi também uma série de fotografias que vou publicar, uma parte aqui neste blog e outra no blog da Companhia 2. Nestes convívios há sempre o costume de tirar uma fotografia por companhias, tendo por base a companhia a que cada um pertencia durante a recruta. No nosso caso, costumamos fazer uma foto daqueles que estiveram na CF2, em Moçambique. Essa, infelizmente, não chegou cá ainda, mas recebi várias em que aparecem só membros da minha Companhia, pelo que me parece apropriado publicá-las no outro blog.

Encontro de Marinheiros em Rio Maior!

No domingo passado aconteceu o convívio dos filhos da escola de Março/62. O Zé Toino Ramos enviou-me estas fotografias que aproveito para publicar. O Verde costuma ser um daqueles que nunca falha estes encontros, mas desta vez teve que ser, pois se encontra nos Estados Unidos em visita à sua família. Assim pode ver quem lá esteve e matar saudades.

sábado, 22 de maio de 2010

Proposta!

Tendo em conta os esforços continuados do Marinheiro Fuzileiro Artur de Sousa, mais conhecido pela sua alcunha de «Leiria», em publicar artigos tendentes a melhorar a nossa saúde, vou fazer chegar ao Almirantado uma proposta para ser nomeado «CURADOR DE SAÚDE da Companhia Nº 2 de Fuzileiros».
E como prova do apreço em que é tido por todos que seja promovido a 1º Tenente e, para todos os efeitos, equiparado aos chefes de serviços do Hospital da Marinha.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Maleitas que me assolam - meus olhos!

Nota: Caríssimos, este post foi escrito intencionalmente para o Fuzileiros Aventureiros, talvez, por accidente, falta de atenção ou cansaço dos neurónios cá do escola, veio parar aqui! Para não ter que limpar tudo e, como não se paga nada por isto ficar aqui, e como o nosso Comandante, certamente, não vai afinar… então fica mesmo. Como os artigos são de pouca dura, porque outros já estão na forja para serem chapados em cima: ficando como está não é coisa de maior? Verdade?
...oOo...
Como sou teimoso para burro, não uso óculos quando os deveria usar para ler desde os quarentas. Porém, agora estou feito ao bife, o “Comandante Tintas” lembrou-se de publicar tudo o que é artigo com caracteres tão diminutos que agora só de lupa. Curiosamente com uns exercícios para os olhos, que vou arranjando na Net, e porque acredito que o exercício faz bem, seja no que for que até em inglês se diz: “if you don’t use it, you loose it,” logo as marionetes não se zanguem, claro. Curiosamente, agora leio tudo sem óculos, mas há distância não consigo ver patavina! Lá terei eu que ir à procura de mais uns exercícios novos para os olhos! Porém fiquem sabendo que usei temporariamente por diferentes períodos: óculos para ler; para a distância; para estigmatismo e até para parecer bem ou mal!? Todavia, enquanto as cachopas a olho nu, não perderem o feitio, muito em especial o rabo de pêra, não é este rapaz que quer óculos. E aqui bato o pé! Tenho dito! Pronto!

Tenho por hábito, quando não sei o “porquê”das coisas, as quais sempre existiram, de ir à procura delas. Acho que ao fazê-lo, além de ser um bom hábito, é gratificante e como o saber não ocupa lugar, como vai na gíria, faço-o com gosto.

Duma maneira geral quando aparece algum problema com a visão corre-se ao médico dos olhos, o que deve ser, e este chapa-nos com um par de óculos se assim achar necessário, e aí tudo bem, mas não esquecer, porém, que existiu sempre a nível dos médicos diferentes opiniões. Por isso os estudos sucedem-se e muitas das vezes a contradizer os anteriores. O que está correcto, porque só assim se atingirá um sucesso máximo nas pesquisas: catapultando-as para um nível mais alto.

Ora, ao saber-se que os olhos são uma bola do tamanho duma bola de pingue-pongue, estes têm tendência através dos anos, de se moldarem consoante as pressões que vão sofrendo das paredes à sua volta, ou se abatem por si, fazendo com que a sua forma se altere em excesso no seu alongamento, ou vice-versa; sendo essa a principal causa para que o ponto de focagem recaia para lá ou para cá da retina (como na película duma maquina fotográfica), que se encontra na parte detrás de cada olho. As lentes dos óculos têm aí, a função de transportar o ponto de focagem à retina (espelho/película), para que se processe uma focagem mais ou menos correcta. Contudo, tudo tem o seu preço, e aqui, é o ajuste na graduação; requerendo lentes novas de dois em dois anos, ao ponto de nada se conseguir ver sem elas, e estas, cada vez a tornarem-se mais grossas! Em baixo poderão ver um apanhado da Net, muito simplificado, onde mostra diferentes formas da bola do olho, causadoras dos problemas descritos em baixo.
 
Como Os Olhos Trabalham
Olhos normais
Para se ver claramente, os objectos têm que ser trazidos ao ponto de focagem que é precisamente na retina do olho. A retina pode ser comparada com a película numa câmara. A luz é trazida até ao ponto de focagem pela córnea e as lentes do olho. A curvatura do olho está idealmente aparceirada com o comprimento num olho normal. Um olho normal quando envelhece, as lentes perdem a habilidade de focagem para se ler e então precisam da ajuda de óculos para corrigir. Isto começa por volta dos 40 anos de idade. 

Miopia - quando se vê só ao perto
Se conseguir ver só ao longe, a córnea do olho não é curvada o suficiente, ou a bola do olho é muito curta (como se pode observar no desenho). Esta combinação de ambos factores causam que o ponto de focagem do olho fique localizada por detrás da retina. Quando a luz atinge a retina, uma imagem turva será vista, uma vez que os raios de luz não foram puxados para focar antes de atingir a retina.

Hiperopia - Quando se vê só ao longe
Se conseguir ver só ao perto, a córnea do olho é curvada de mais ou a bola do olho é muito comprida (como se pode observar no desenho). A combinação de ambas trazem as imagens dos objectos à distancia a um ponto de focagem em frente da retina, uma imagem desfocada será vista uma vez que os raios de luz abrem-se depois do ponto de focagem que é antes da retina.

Olho com estigmatismo
Em caso de estigmatismo, a córnea do olho não tem forma esférica (como uma bola) por isso não traz a luz a um só ponto de focagem. Em vez disso, foca as imagens em vários pontos produzindo uma imagem turva. Ambos os olhos com miopia e hiperopia. podem também ter estigmatismo
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Olhos castanhos são leais
Verdes são encantadores
Azuis são belezas reais
Os pretos são dois amores

Olhos são uma dádiva de Deus
Há que estimá-los com afeição
Foram-nos dados para ver os céus
Para descobrir - bélicos encantos Seus
Vamos-Lhe implorar sua preservação

Pira-te - Manel

Manuel Alegre,

Um Major-General desiludido com esta república de 100 anos e com uma governação que define de "quadrilhocracia". ...Manuel Alegre, durante a guerra do Ultramar e depois da sua fuga, era locutor da rádio Argel, onde se congratulava pela morte de soldados portugueses... A voz da Argélia, emissores criados por desertores que, através de infiltrados nas forças armadas, denunciavam as n/operações. Muitas das emboscadas que sofremos resultaram da traição desses “grandes filhos da p.ta“. Uma das vozes que se ouvia era a desse pulha, Pateta Alegre. Lembro-me que 48 horas após se ter instalado um posto de observação, um grupo de combate, um canhão, um radar no cimo do morro de Noqui, donde nós observávamos toda a movimentação de aproximadamente, 2.000 “turras” concentrados numa sanzala no outro lado da fronteira, ouviu-se a voz do Alegre (*) a denunciar a nossa posição. Andámos a levar porrada na estrada entre S.Salvador e Nóqui durante mais de 4 meses. Numa das viagens sofremos 9 ataques. Tudo por causa desse desertor e traidor. (*) Nessa região ouvia-se através dos famosos rádios portáteis Hitachi, com uma boa onda média.


Paulo Chamorra


Manuel Alegre - um DESERTOR


Muito obrigado pelo seu concordante comentário sobre a potencial candidatura de Manuel Alegre à Presidência da República.


Teria preferido, a bem da nossa Nação, que o seu comentário fosse no sentido de me provar que estou errado, o que, lamentavelmente eu não vou ouvir de ninguém. Sabe, o que mais me incomoda é que, com 2 filhos e 6 netos, olho para o meu "prazo de validade" a chegar ao fim e sei que vou morrer com a angústia de lhes deixar um País, uma Nação, governados por aquilo que já o nosso saudoso Rei D. Pedro V - infelizmente morto na flor da idade - descrevia, na sua correspondência para o seu tio Alberto, marido da Rainha Vitória de Inglaterra, como uma "canalhocracia".

E inquieta-me profundamente que, desse último quartel do século XIX até aos nossos dias, não só nada tenha mudado para melhor, como a imunda República que nos governa, cujo primeiro centenário que este ano os socialistas irão celebrar e que custará aos contribuintes DEZ MILHÕES DE EUROS tenha, pela sua prática política legitimado que possamos dizer, hoje, que não é mais uma canalhocracia que nos governa, mas sim (e salvo raras e honrosas excepções) uma "quadrilhocracia".

Na minha qualidade de cidadão em uniforme que dedicou à nossa Pátria os melhores anos de toda a sua vida, a troco de um prato de lentilhas, já vi quase de tudo e, como anteriormente afirmei, só me falta ver Manuel Alegre - um DESERTOR - eleito PRESIDENTE DA REPÚBLICA e, nessa qualidade e por inerência do cargo, como Comandante Supremo das Forças Armadas Portuguesas.


Espero que os portugueses acordem antes que tal possa acontecer.


Cordialmente,


Fernando Paula Vicente Maj-General da FAP (Ref.)


Nem é necessário comentar...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Arre burro!


Sem este animal para me carregar, a minha vida em Lourenço Marques não teria a mesma piada. Ter a liberdade de sair do Vale do Infulene a qualquer hora do dia e regressar a qualquer hora da noite era coisa a que não se podia atribuir um preço. Correr a cidade inteira, do Alto-Maé à Baixa ou à Polana, percorrer os bairros de palhotas, como o Xipamanine, Chamanculo ou Avenida de Angola, voar pela marginal até à praia do Miramar ou Costa do Sol, não havia dinheiro que pudesse pagar.
E perder os penduras pelo caminho? Essa nem vos conto, pois teria que confessar-me um borrachola incurável, coisa que não era verdade. Mas, de vez em quando, perde-se o controlo da coisa, não é verdade?
Asneira foi quando cismei ir até à Machava, a corta-mato, por entre os campos de amendoim, e rebentei com o motor da máquina. Pura estupidez por entre os vapores do álcool. Bem cara me ficou a brincadeira!

terça-feira, 18 de maio de 2010

C.D.M.P. do lago Niassa

1971. Foto de José Carvalho.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Comemorações do 25 de ABRIL de 2010!

O Meu Portugal

Numa conotação negativa é impressionante o descalabro que vem grassado o nosso Portugal nos últimos 36 anos! País tão querido no seu físico, mas tão desmotivante no político-social. Somos um povo oriundo de povos tribais de vários enclaves europeus, mas com a predominante incidência do povo árabe. Aí, são, denotáveis as nossas características físicas, mas muito em especial as psíquicas que fazem de nós um povo humilde de aparência - quando na realidade somos monstros de ganância! Povo de contrastes: de heróis ou covardes; de princípios ou sem eles; religioso ou ateu; moral ou imoral, onde o desrespeito pelo seu semelhante é bem evidente. Cada um é por si só, saltando por de cima do seu irmão para atingir os seus fins! Não há amor, não há solidariedade, não há complacência para com seus congéneres...! Sou de opinião, amigos, que se quereis fazer bem, fazei-o, mas se não quereis fazê-lo , pelo menos não deveis fazer mal.
Vem isto a propósito, como comentário, ao extraordinário artigo no blogue da Companhia do Tenente Tavares Costa! Eu, que ando por terras da imigracao há mais de quatro décadas, que infelizmente me tenho alheado um pouco à vida da Nação, é um artigo destes que me desperta para a realidade dura que os portugueses vão atravessando! Que mal fizemos nós, para continuarmos a ser um povo sofredor, que até uma vez, soubemos dar Novos-mundos ao Mundo?
Com 25 de Abris ou sem eles, a nossa fatalidade parece estar talhada?! Que infelicidade! Até quando Bom Deus, até quando? 

domingo, 16 de maio de 2010

Escolas de Março de 62!

No restaurante «O Talego», no Alto da Serra, Rio Maior, reúnem-se hoje todos os filhos da escola de Março de 1962. A maioria dos que costumam comparecer a este convívio são alunos da Escola de Vila Franca. Fuzileiros costumam aparecer cerca de 25 e desses 25 metade era da Cf2. Com o lançamento dos convívios anuais da minha Companhia vai, com toda a certeza, verificar-se uma redução no número de presenças no encontro de hoje. Eu próprio que não falhei nunca um desses eventos, também hoje fiquei em casa.
Dos que lá vão estar, alguém me fará o relatório que eu depois me encarregarei de aqui publicar. Que tudo corra pelo melhor e que se divirtam a mais não poder, são os meus desejos.

sábado, 15 de maio de 2010

Marinha e Fuzos!


E para levar a conversa de volta ao objecto principal deste blog que, ultimamente, tem tratado só de política e futebol, deixo-vos aqui uma bela foto, enviada pelo Moisés Almeida, que retrata uma das habituais visitas à Fábrica de Cerveja, de um grupo de elementos da Companhia Nº 8 de Fuzileiros.
Na primeira linha vêem-se, entre outros, o Alturas e o Licínio.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Jesus Mobile

Jesus Salvador, Glorificado
Esta maravilhosa passagem fotográfica enviada pelo Rosa da Silva, não a posso deixar que se desperdice. Um desfile digno de todos os benfiquistas e não só! Aproveitando a deixa, gostaria de ver o Rosa da Silva fazendo parte da equipa dos escribas deste imbroglio que nos alenta o espírito e mente, o que certamente vai dificultar a vida ao “Alzheimer's” que, está meio escondido por detrás da esquina da amargura, como se estivesse jogando o jogo da cabra-cega… ou aos polícias e ladrões, se preferirem. Apostaria até, que o comandante destas aventuras não se ia arreliar nada com isso. Verdade capitano?
Pergunto agora: Será que o chauffeur não é o Jesualdo Ferreira?

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Com a devida vénia - vale a pena ler


ONTEM COMO HOJE?

A Lei 2105

"Acabemos de vez com este desbragamento, este verdadeiro insulto à dignidade de quem trabalha para conseguir atingir a meta de pagar as contas no fim do mês."

"Corria o ano de 1960 quando foi publicada no "Diário do Governo" de 6 de Junho a Lei 2105, com a assinatura de Américo Tomaz, Presidente da República, e do Presidente do Conselho de Ministros, Oliveira Salazar. Conforme nos descreve Pedro Jorge de Castro no seu livro "Salazar e os milionários", publicado pela Quetzal em 2009, essa lei destinou-se a disciplinar e moralizar as remunerações recebidas pelos gestores do Estado, fosse em que tipo de estabelecimentos fosse. Eram abrangidos os organismos estatais, as empresas concessionárias de serviços públicos onde o Estado tivesse participação accionista, ou ainda aquelas que usufruíssem de financiamentos públicos ou "que explorassem actividades em regime de exclusivo". Não escapava nada onde houvesse investimento do dinheiro dos contribuintes. E que dizia, em resumo, a Lei 2105? Dizia que ninguém que ocupasse esses lugares de responsabilidade pública podia ganhar mais do que um Ministro. Claro que muitos empresários andaram logo a espiolhar as falhas e os buraquinhos por onde a 2105 pudesse ser torneada, o que terão de certo modo conseguido devido à redacção do diploma, que permitia aos administradores, segundo transcreve o autor do livro, "receber ainda importâncias até ao limite estabelecido, se aos empregados e trabalhadores da empresa for atribuída participação nos lucros". A publicação desta lei altamente moralizadora ocorreu no Estado Novo de Salazar, vai dentro de 2 meses fazer 50 anos. Catorze anos depois desta lei "fascista", em 13 de Setembro de 1974 (e seguindo sempre o que nos explica o livro de Pedro Castro), o Governo de Vasco Gonçalves, recém-saído do 25 de Abril, pegou na ambiguidade da Lei 2105 e, através do Decreto-lei 446/74, limitou os vencimentos dos gestores públicos e semi-públicos ao salário máximo de 1,5 vezes o vencimento de um Secretário de Estado. Vendo bem, Vasco Gonçalves, Silva Lopes e Rui Vilar, quando assinaram o 446/74, passaram simplesmente os vencimentos dos gestores do Estado do dobro do que ganhava um Ministro para uma vez e meia do que ganhava um Secretário de Estado. O Decreto-Lei justificava a correcção pelo facto da redacção pouco precisa da 2105 permitir "interpretações abusivas" permitindo "elevados vencimentos e não menos excessivas pensões de reforma". Ao lermos esta legislação hoje, dá a impressão que se mudou, não de país, mas de planeta, porque isto era no tempo do "fascismo" (Lei 2105) ou do "comunismo" (Dec. Lei 446/74). Agora, é tudo muito melhor, sobretudo para os reis da fartazana que são os gestores do Estado dos nossos dias. Não admira, porque mudando-se os tempos, mudam-se as vontades, e onde o sector do Estado pesava 17% do PIB no auge da guerra colonial, com todas as suas brutais despesas, pesa agora 50%. E, como todos sabemos, é preciso gente muito competente e soberanamente bem paga para gerir os nossos dinheirinhos. Tão bem paga é essa gente que o homem que preside aos destinos da TAP, Fernando Pinto, que é o campeão dos salários de empresas públicas em Portugal (se fosse no Brasil, de onde veio, o problema não era nosso) ganha a monstruosidade de 420000 euros por mês, um "pouco" mais que Henrique Granadeiro, o presidente da PT, o qual aufere a módica quantia de 365000 mensais. Aliás, estes dois são apenas o topo de uma imensa corte de gente que come e dorme à sombra do orçamento e do sacrifício dos contribuintes, como se pode ver pela lista divulgada recentemente por um jornal semanário, onde vêm nomes sonantes da nossa praça, dignos representantes do despautério e da pouca-vergonha a que chegou a vida pública portuguesa. Assim - e seguindo sempre a linha do que foi publicado - conhecem-se 14 gestores públicos que ganham mais de 100000 euros por mês, dos quais 10 vencem mais de 200000. O ex-governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, o mesmo que estima à centésima o valor do défice português, embora nunca tenha acertado no seu valor real, ganhava 250000 euros/mês, antes de ir para o exílio dourado de Vice-Presidente do Banco Central Europeu. Não averiguei quanto irá vencer pela Europa, mas quase aposto que não será tanto como ganhava aqui na santa terra lusitana. Entretanto, para poupar uns 400 milhões nas deficitárias contas do Estado, o governo não hesita em cortar benefícios fiscais a pessoas que ganham por mês um centésimo, ou mesmo 200 e 300 vezes menos que os homens (porque, curiosamente, são todos homens...) da lista dourada que o "Sol" deu à luz há pouco tempo. Curioso é também comparar estes valores salariais com os que vemos pagar a personalidades mundiais como o Presidente e o Vice-Presidente dos EUA, os Presidentes da França, da Rússia, e...de Portugal. Acabemos de vez com este desbragamento, este verdadeiro insulto à dignidade de quem trabalha para conseguir atingir a meta de pagar as contas no fim do mês. Não é preciso muito, nem sequer é preciso ir tão longe como o DL 446 de Vasco Gonçalves, Silva Lopes e Rui Vilar: basta ressuscitar a velhinha, mas pelos vistos revolucionária Lei 2105, assinada há 50 anos por Oliveira Salazar. Que tristeza!"

Vasco Garcia

Professor Catedrático

domingo, 9 de maio de 2010

As fotos perdidas!

No caso de não ser possível aceder directamente ao site que interessa, a partir da lista de comentários, podem fazê-lo clicando neste link.
http://valedezebro.blogspot.com/2009/10/filhos-da-minha-escola-sacrificados.html

As discrepâncias!

Esta semana enviaram-me por mail a cópia da Revista da Armada Nº 202, de Agosto de 1988. Suponho que o objectivo era dar-me a saber o conteúdo da página 18, ou seja um artigo sobre os «Marinheiros Mortos em Combate na Guerra Colonial».
Li com toda a atenção, tanto a peça introdutória como a lista de todos os nomes ali mencionados. Como é lógico fui à procura dos nomes que conheço e que esperava ali encontrar, mas não constavam da lista. O meu interesse neste assunto divide-se em três ordens ou categorias. Aparece em primeiro lugar tudo o que diga respeito ao pessoal da CF2. Em segundo lugar, todo e qualquer um que pertença à minha incorporação na Armada, Março de 1962. E em terceiro lugar, todos os fuzileiros em geral.
Entre os nomes que aparecem na revista acima mencionada, encontrei dois filhos da minha escola, o 16607 Libânio Amorim e o 16639 Almeida Amaro. Este último não consta da Ordem de Serviço em que veio publicado o nosso Juramento de Bandeira pelo que pressuponho tratar-se de um fuzileiro reconvertido de outra classe.
Segundo o livro do Comandante Sanches de Baena, há 6 filhos da minha escola mortos em combate. A saber:
16607 - Libânio Amorim
16620 - Manuel Ribeiro
16635 - Miguel Silva
16788 - Alberto Fernandes
16839 - Vitorino Campino
16878 - José Reis
E fico a pensar com os meus botões - quem escreveu a notícia na Revista da Armada tinha maiores ou menores possibilidades de pesquisar os documentos, onde constam estas ocorrências, que o comandante Baena? Porquê tão grande discrepância?
De facto, na Revista da Armada, falam em muitos outros mortos por doença e/ou acidente, cujos nomes não aparecem relacionados. Mas será que quem morreu desta maneira não merece figurar a par com os outros, uma vez que foram as contingências da guerra que os levaram até ao Ultramar e lhes traçaram o fatídico destino?
Para além disso, iria jurar que vi o nome do 16878 - José Mariano Reis afixado no Mural dos Mortos junto à Torre de Belém. Com a avaria do meu computador perdi as fotografias que lá tirei, mas vou dar uma vista de olhos nas que publiquei em fins de Setembro do ano passado e colocarei aqui, mais tarde, um comentário sobre isso.

sábado, 8 de maio de 2010

Convívio de Fuzileiros!

Amanhã, dia 9 de Maio vai reunir-se em convívio, na Parede, o pessoal da CF10 - Moçambique 71/73. O anfitrião é o Luís, co-autor deste nosso blog. Vão encontrar-se lá alguns conhecidos, camaradas de outras comissões e filhos da escola de Março de 1962.
Se me é permitido, gostaria de chamar a atenção do Luís para os seguintes nomes que fazem parte da minha história pessoal e dos quais me alegraria muito saber notícias.
Em primeiro lugar o Tenente Bicho - Era sargento nos meus tempos de recruta e meu comandante de pelotão.
Em segundo lugar o Sargento Veloso que fez comigo duas comissões em Moçambique, na CF2 e CF8.
Em terceiro lugar os Sargentos Nascimento e Cruz, ambos filhos da minha escola e companheiros de comissões em Moçambique.
E depois os outros filhos da minha escola, Cesídio Aguiar, Mário Martins, Manuel Buínho e João Francisco Saboeiro, embora saiba que este último faleceu já há bastantes anos.
Faço votos para todos tenham um excelente dia e desfrutem da companhia uns dos outros, cimentando cada vez mais a amizade que os une.

História verídica e incrível!




Nota do Leiria:



Esta história foi-me enviada pelo Agostinho Maduro. Durante o meu dia de trabalho, perguntei-me várias vezes se a devia publicar? Porém cheguei à conclusão que esta história é merecedora de tal, porque além de ser impressionante, está amadurecida no tempo como o nosso colega Maduro está na idade. Claro que se a não a publicar alguém mais tarde o virá a fazer, e como o papel do blogue é gratuito, porquê não aproveitar e fazê-lo? É um artigo comprido mas como o tempo é todo nosso, não há desculpa para que se não leia, por isso aí vai, apreciem.
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A Garota das Maçãs



Agosto de 1942 - Piotrkow, Polónia

Naquela manhã, o céu estava sombrio, enquanto esperávamos ansiosamente. Todos os homens, mulheres e crianças do gueto judeu de Piotrkow tinham sido levados até uma praça. Espalhou-se a notícia de que estávamos sendo removidos. Meu pai havia falecido recentemente de tifo, que se alastrara através do gueto abarrotado. Meu maior medo era de que nossa família fosse separada.
- O que quer que aconteça, Isidore, meu irmão mais velho, murmurou para mim, não lhes diga a sua idade. Diga que tem dezasseis anos.
Eu era bem alto, para um menino de 11 anos, e assim poderia ser confundido como tal. Desse jeito eu poderia ser considerado valioso como um trabalhador. Um homem da SS aproximou-se, botas estalando nas pedras grosseiras do piso. Olhou-me de cima a baixo, e, então, perguntou minha idade.
- Dezasseis, disse eu.
Ele mandou-me ir para a esquerda, onde já estavam os meus três irmãos e outros jovens saudáveis. Minha mãe foi encaminhada para a direita com outras mulheres, crianças, doentes e velhos.
- Porquê, murmurei eu para Isidore?
Ele não respondeu. Corri para o lado da mãe e disse que queria ficar com ela.
- Não, disse ela com firmeza, vá embora, não aborreça, vá com seus irmãos.
Ela nunca havia falado tão asperamente antes. Mas eu entendi: ela estava me protegendo. Ela me amava tanto que, apenas esta única vez, ela fingiu não fazê-lo. Foi a última vez que a vi. Meus irmãos e eu fomos transportados em um vagão de gado até a Alemanha. Chegamos ao campo de concentração de Buchenwald em uma noite, semanas após, e fomos conduzidos a uma barraca lotada. No dia seguinte, recebemos uniformes e números de identificação.
- Não me chamem mais de Herman, disse eu aos meus irmãos, chamem-me 94938.
Colocaram-me para trabalhar no crematório do campo, carregando os mortos em um elevador manual. Eu, também, me sentia como morto. Insensibilizado, eu me tornara um número. Logo, meus irmãos e eu fomos mandados para Schlieben, um dos sub-campos de Buchenwald, perto de Berlim. Em uma manhã, eu pensei ter ouvido a voz de minha mãe.
- Filho, disse ela, suave mas claramente, vou mandar-lhe um anjo.
Então eu acordei. Apenas um sonho. Um lindo sonho. Mas nesse lugar não poderia haver anjos. Havia apenas trabalho. E fome. E medo. Poucos dias depois, estava caminhando pelo campo, pelas barracas, perto da cerca de arame farpado, onde os guardas não podiam enxergar facilmente. Estava sozinho. Do outro lado da cerca, eu observei alguém: uma pequena menina com suaves, quase luminosos cachinhos. Ela estava meio escondida atrás de uma bétula. Dei uma olhada em volta, para certificar-me de que ninguém estava me vendo. Chamei-a suavemente em Alemão.
- Você tem algo para comer?
Ela não entendeu. Aproximei-me mais da cerca e repeti a pergunta em polaco. Ela se aproximou. Eu estava magro e raquítico, com farrapos envolvendo meus pés, mas a menina parecia não ter medo. Em seus olhos eu vi vida. Ela sacou uma maçã do seu casaco de lã e a jogou pela cerca. Agarrei a fruta e, assim que comecei a fugir, ouvi-a dizer debilmente:
- Virei vê-lo amanhã.
Voltei para o mesmo local, na cerca, na mesma hora, todos os dias. Ela estava sempre lá, com algo para eu comer, um naco de pão ou, melhor ainda, uma maçã. Nós não ousávamos falar ou demorarmos. Sermos pegos significaria morte para nós dois. Não sabia nada sobre ela. Apenas um tipo de menina de fazenda, e que entendia polaco. Qual era o seu nome? Por que ela estava arriscando sua vida por mim? A esperança estava naquele pequeno suprimento, e essa menina, do outro lado da cerca, trouxe-me um pouco, como que me nutrindo dessa forma, tal como o pão e as maçãs.
Cerca de sete meses depois, meus irmãos e eu fomos colocados em um abarrotado vagão de carvão e enviados para o campo de Theresiensatdt, na Checoslováquia.
- Não volte, eu disse para a menina naquele dia, estamos partindo.
Voltei-me em direcção às barracas e não olhei para trás, nem mesmo disse adeus para a pequena menina, cujo nome eu nunca aprendi, a menina das maçãs.
Permanecemos em Theresienstadt por três meses. A guerra estava diminuindo e as forças aliadas se aproximando, muito embora meu destino parecesse estar selado. No dia 10 de Maio de 1945, eu estava escalado para morrer na câmara de gás, às 10:00 horas. No silencioso crepúsculo, tentei me preparar. Tantas vezes a morte pareceu pronta para me achar, mas de alguma forma eu havia sobrevivido. Agora, tudo estava acabado. Pensei nos meus pais. Ao menos, nós estaremos nos reunindo. Mas, às 08:00 horas ocorreu uma comoção. Ouvi gritos, e vi pessoas correndo em todas as direcções através do campo. Juntei-me aos meus irmãos. Tropas russas haviam liberado o campo! Os portões foram abertos. Todos estavam correndo, então eu corri também. Surpreendentemente, todos os meus irmãos haviam sobrevivido.
Não tenho certeza como, mas sabia que aquela menina com as maçãs tinha sido a chave da minha sobrevivência. Quando o mal parecia triunfante, a bondade de uma pessoa salvara a minha vida, me dera esperança em um lugar onde ela não existia. Minha mãe havia prometido enviar-me um anjo, e o anjo apareceu.
Eventualmente, encaminhei-me à Inglaterra, onde fui assistido pela Caridade Judaica. Fui colocado em um abrigo com outros meninos que sobreviveram ao Holocausto e treinado em Electrónica. Depois fui para os Estados Unidos, para onde meu irmão Sam já havia se mudado. Servi no Exército durante a Guerra da Coreia, e retornei a Nova Iorque, após dois anos. Por volta de Agosto de 1957, abri minha própria loja de consertos electrónicos. Estava começando a estabelecer-me.
Um dia, meu amigo Sid, que eu conhecia da Inglaterra, me telefonou.
- Tenho um encontro. Ela tem uma amiga polaca. Vamos sair juntos?
Um encontro às cegas? Não, isso não era para mim! Mas Sid continuou insistindo e, poucos dias depois, nos dirigimos ao Bronx para buscar a pessoa com quem marcara encontro e a sua amiga Roma. Tenho que admitir: para um encontro às cegas, não foi tão ruim. Roma era enfermeira em um hospital do Bronx. Era gentil e esperta. Bonita, também, com cabelos castanhos cacheados e olhos verdes amendoados que faiscavam com vida.
Nós quatro fomos até Coney Island. Roma era uma pessoa com quem era fácil falar e óptima companhia. Descobri que ela era igualmente cautelosa com encontros às cegas. Nós dois estávamos apenas fazendo um favor aos nossos amigos. Demos um passeio na beira da praia, gozando a brisa salgada do Atlântico e depois jantamos perto da margem. Não poderia me lembrar de ter tido momentos melhores. Voltamos ao carro do Sid, com Roma e eu dividindo o assento traseiro. Como judeus europeus que haviam sobrevivido à guerra, sabíamos que muita coisa deixou de ser dita entre nós. Ela puxou o assunto, perguntando delicadamente:
- Onde você estava durante a guerra?
- Nos campos de concentração, disse eu.
As terríveis memórias ainda vívidas, a irreparável perda. Tentei esquecer, mas jamais se pode esquecer. Ela concordou, dizendo:
- Minha família se escondeu em uma fazenda na Alemanha, não longe de Berlim. Meu pai conhecia um padre, e ele nos deu papéis arianos.
Imaginei como ela deve ter sofrido também, tendo o medo como constante companhia. Mesmo assim, aqui estávamos, ambos sobreviventes, em um mundo novo.
- Havia um campo perto da fazenda, Roma continuou, e eu via um menino lá e lhe jogava maçãs todos os dias.
Que extraordinária coincidência, que ela tivesse ajudado algum outro menino.
- Como era ele, perguntei.
- Ele era alto, magro e faminto. Devo tê-lo visto todos os dias, durante seis meses.
Meu coração estava aos pulos! Não podia acreditar! Isso não podia ser!
- Ele lhe disse, um dia, para você não voltar, porque ele estava indo embora de Schlieben?
- Sim, disse Roma olhando-me estupefacta.
- Era eu!.
Eu estava para explodir de alegria e susto, inundado de emoções. Não podia acreditar! Meu anjo!
- Não vou deixar você partir, disse a Roma.
E, na traseira do carro, nesse encontro às cegas, pedi-a em casamento. Não queria esperar.
- Você está louco, disse ela.
Mas convidou-me para conhecer seus pais no jantar do Shabbat da semana seguinte.Havia tanto que eu ansiava descobrir sobre Roma, mas as coisas mais importantes eu sempre soube, sua firmeza, sua bondade. Por muitos meses, nas piores circunstâncias, ela veio até a cerca e me trouxe esperança. Não que eu a tivesse encontrado de novo, eu jamais a havia deixado partir. Naquele dia, ela disse sim. E eu mantive a minha palavra. Após quase 50 anos de casamento, dois filhos e três netos, eu jamais a deixara partir.

Herman Rosenblat - Miami Beach, Florida 

Esta é uma história verdadeira e você pode descobrir mais sobre ele no Google. Ele fez Bar-Mitzvah com a idade de 75 anos. Esta história está sendo transformada em filme, chamado "A cerca".