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Eu, como combatente, que também fui (dos verdadeiros, dos que andaram no mato do Niassa), assino por baixo, com muito gosto.
Julio S
Antes que o partido com maior votação parlamentar tome uma decisão que pode ser irreparável, convirá colocar publicamente algumas questões em relação à assombrosa candidatura do sr. Manuel Alegre à suprema magistratura deste país. Ou do que dele resta.
É vox populi que o sr. Alegre traiu. Que traiu a sua Pátria comprovo-o pessoalmente, que bem ouvi o que dizia aos microfones da Rádio Argel, ainda que disfarçado de oposição ao governo então vigente. Que com as suas palavras incitou à morte dos que lutavam no Ultramar e acirrou ânimos, ódios e malquerenças de ambos os lados que combatiam, também não carece de demonstração.
É vox populi que o sr. Alegre traiu. Que traiu a sua Pátria comprovo-o pessoalmente, que bem ouvi o que dizia aos microfones da Rádio Argel, ainda que disfarçado de oposição ao governo então vigente. Que com as suas palavras incitou à morte dos que lutavam no Ultramar e acirrou ânimos, ódios e malquerenças de ambos os lados que combatiam, também não carece de demonstração.
Mas há mais e há pior. Concebo que um general traia os seus soldados, em nome de razões tão superiores, abrangentes e elaboradas que transcendem a compreensão das tropas. Mas não é possível que um subalterno o faça. Por que este lida com pessoas, conhece e partilha do sentir dos seus homens e vê-os a seu lado, como camaradas bem concretos e reais.
Dizem-me vários Camaradas, de quem não posso duvidar, que as poucas operações militares que o sr. Alegre comandou se saldavam por uma estranha e insólita ausência de emboscadas e minas. Ao passo que as dos seus camaradas se pautavam por uma actividade desmedida e letal, como se o então inimigo soubesse antecipadamente de missões, horários, trajectos e objectivos…
Pergunta: É o sr. Alegre um traidor?Dizem-me vários Camaradas, de quem não posso duvidar, que as poucas operações militares que o sr. Alegre comandou se saldavam por uma estranha e insólita ausência de emboscadas e minas. Ao passo que as dos seus camaradas se pautavam por uma actividade desmedida e letal, como se o então inimigo soubesse antecipadamente de missões, horários, trajectos e objectivos…
O sr. Alegre desertou do Exército que jurou servir. È, portanto, para além dos enviesamentos e sofismas da razão política, um desertor. Com toda a carga emocional e desprezível que o adjectivo acumulou ao longo de séculos. Macaqueando a figura do Rei, que lutava de espada na mão à frente dos seus exércitos, o Presidente da República é, por irónica tradição, o Comandante-chefe das Forças Armadas.
Pergunta: Que concórdia poderá ele trazer?
Pergunta: Aceitam as Forças Armadas serem comandadas por um desertor?
Sendo Angola, que nós unimos, criámos e desenvolvemos, um território riquíssimo e um parceiro económico de primeira linha, é inevitável prever que dias virão em que os Chefes de Estado se encontrarão cara a cara, para defender os interesses recíprocos dos seus países. Ora, tendo o sr. Alegre, publica e incondicionalmente, pugnado pela facção marxista que hoje governa Angola, é pertinente e curial em tais hipotéticas circunstâncias formular a seguinte:
Sendo Angola, que nós unimos, criámos e desenvolvemos, um território riquíssimo e um parceiro económico de primeira linha, é inevitável prever que dias virão em que os Chefes de Estado se encontrarão cara a cara, para defender os interesses recíprocos dos seus países. Ora, tendo o sr. Alegre, publica e incondicionalmente, pugnado pela facção marxista que hoje governa Angola, é pertinente e curial em tais hipotéticas circunstâncias formular a seguinte:
Pergunta: Qual dos lados irá ele defender?
Deixemos, por ora, nebulosas histórias das pratas da família, do clube de oficiais de Luanda ou das muito concretas razões que levaram o PCP a correr com o sr. Alegre, depois dos acontecimentos de Argel. O Presidente da República, por definição, é um símbolo. Uma figura respeitável a que se exige, no mínimo, boa reputação, honestidade e ao menos um desempenho correcto numa carreira profissional digna.
Pergunta: Qual é a profissão do sr. Manuel Alegre?
Um presidente da república tem de ser um factor de aglutinação de consensos, de soluções de conciliação, de entendimentos e de colaborações e, temos esse exemplo, é muitas vezes o seu carisma pessoal e isenção que os conseguem. O sr. Alegre traiu a família, os amigos, os colegas o seu país, os seus camaradas, os seus soldados. Traiu o PCP, traiu Mário Soares e traiu o Partido Socialista. E quem traiu, trairá.Deixemos, por ora, nebulosas histórias das pratas da família, do clube de oficiais de Luanda ou das muito concretas razões que levaram o PCP a correr com o sr. Alegre, depois dos acontecimentos de Argel. O Presidente da República, por definição, é um símbolo. Uma figura respeitável a que se exige, no mínimo, boa reputação, honestidade e ao menos um desempenho correcto numa carreira profissional digna.
Pergunta: Qual é a profissão do sr. Manuel Alegre?
Pergunta: Que concórdia poderá ele trazer?
Criou-se a mítica de que o sr. Alegre é um homem de cultura. Que é um poeta. Erro crasso. O sr. Alegre escreve rimas hábeis, engenhosas e fáceis, como o faria um António Aleixo, ao nível da letra de fado ou da balada. É um artífice, não um artista. Poetas são Camões, Torga ou Pessoa, na sua elevação, profundidade e, por que não dizê-lo, no seu intransigente patriotismo. A pé desses robles que se agigantam, o sr. Alegre é um bolor que prospera na podridão da política. E só nela.
O sr. Alegre foi há dias feito doutor honoris causa por uma universidade italiana qualquer. É um doutoramento ao nível da licenciatura do Sócrates. Pondo de parte as razões de tal nomeação, hilariantes por tão óbvias, antes dele muitos o foram, como Mao, Fidel Castro, Samora Machel, Goebbels, Honnecker, e outros assassinos que, a não terem logrado uma revolução triunfante, há muito teriam sido julgados por crimes contra a humanidade.
Pergunta: Objectivamente, quais são as habilitações literárias do sr. Alegre?
Pergunta: Objectivamente, quais são as habilitações literárias do sr. Alegre?
Concidadãos: Dirijo estas reflexões e perguntas a todos aqueles que, como eu, não têm filiação partidária nem comem à manjedoura da política. E especialmente àqueles combatentes que cumpriram sem hesitações as suas obrigações militares, muito particularmente aos que, embora discordando das razões, sacrificaram as suas crenças ao interesse e aos valores da Pátria. A todos quantos viram cair camaradas ao seu lado e àqueles cujos familiares e amigos não regressaram. Que tudo preferiram a ser chamados desertores.
O sr. Manuel Alegre não tem estatura humana, nem cultural, nem política. Não tem credibilidade, honestidade, rectidão, saber ou cultura para o lugar a que se atreve a propor-se. É um actor medíocre no mesquinho palco da política nacional. A sua candidatura, por si só, é um insulto ao que resta de dignidade neste país. Reflicta bem e, enquanto a Internet ainda é livre, se assim o entender, passe a mensagem ás pessoas rectas que conhece.
L C
Combatente do Ultramar
Meu caro e grande amigo
ResponderEliminarO seu texto vale uma fortuna;
Sem o conhecer, afirmo e digo
Que nele não existe lacuna
Comungo e partilho consigo
Tudo aquilo que escreveu
Porque não há verdade, amigo
Tão clara debaixo do Céu
Respeitando todas as opiniões e porque não tenho o tal rótulo de militância partidária, que tal como as religiões, condicionam sempre as nossas posições, discordo em muitos aspectos do texto, porque ali não diz que os militares que fizeram o 25 de Abril teriam sido uns traidores, mas objectivamente pretende dizê-lo e como amante das Liberdades e da Paz entre os Povos, não posso estar mais em desacordo!...
ResponderEliminarSabemos por experiência própria, adquirida no dia a dia, que há que ter muitas reservas, porque o que parece às vezes não é, até porque nota-se no texto como que uma defesa e um saudosismo envergonhados do colonialismo, que historicamente já pertence ao passado!
UM ABRAÇO!
PIKÓ
O que terá, o Sr. Manuel Alegre
ResponderEliminarPara oferecer a Portugal
Só o terrorismo
Que foi seu aliado
Mas que cinismo
Real, suportá-lo
Na chefia do Estado
Todos nós combatentes,
Homens ao ultramar chamados,
A uma Guerra que não fizemos,
Lutamos, morremos, voltamos
A traição desconhecíamos,
Éramos jovens, pouco sabíamos,
Mas com turras, nada quizemos.
Somos gerações inteiras,
Dos 55 aos setenta anos,
Traidores, sempre tivemos,
Faz parte na nossa história
Mas ao lado nas fileiras,
É algo que não temos memória,
E estou certo, não toleramos.
Lá no mato ou na picada,
Onde vimos tantas vezes
A morte bem de perto,
Uma traição seria fatal,
Todos saberíamos decerto,
Que nem sequer seria julgada.
Isto, também por
Portugal
Soldado Desconhecido.
Eu apenas faço uma pergunta ! ...
ResponderEliminarNas ultimas Presidenciais o Sr. Manuel Alegre foi candidato e podia até ter ganho se um "moribundo" e nao de melhor Fé que ele nao se tivesse apresentado.Isto ocasionou a que um homem de direita fosse eleito à primeira volta.
Quer dizer que ninguém sabia que Manuel Alegre era um traidor?
Nao me joguem areia pros olhos, porque ja nasci cego num Pais de facistas, onde todos partilham o espolito da miséria como uma banda de abutres.
Assassinos, bandidos , pédofilos; todos tem comido a broa, porque nao um traidor.
Nao vale a pena estar a dialogar com surdos, mas faço mais uma pergunta : é que o 25 d'abril foi implantado para proteger criminosos de guerra? Se voces chamam a isto Democracia, Salazar deve de estar em sangue dentro da "salgadeira".
Um Combatente
Sim,sabíamos, era traidor
ResponderEliminarE demos na altura o alarme;
Sem dúvida que o alvor
Do vinte e cinco de Abril
Foi como um autêntico exame
Encobrindo cobardes mil
Levando outros ao vexame
Fazendo de Portugal um canil
De uns quantos cães raivosos
Que usando o seu ardil
Desses heróis da cobardia
Através dos "micros" de Argel
Prestando aos inimigos
Vassalagem e mordomia
Num repugnante e imbecil papel
Iam espetando os punhais
Através de fomentos intensivos
Impingindo tormentos aos amigos
De mortes horrorosas e fatais
Para desempenhar cargos supremos
Não podem nem devem esses tais
Nesta Mãe, ilustre Nação
Porque outrora - de novo os teremos
Como cúmulo duma traição!
Quando nos sabemos e nao agimos, quer dizer que somos cumplices.
ResponderEliminarA cumplicidade é um crime mais grave que o do criminoso.
Anda Manel o Povo esta contigo, podes avançar tranquilinho.