nma-16429.blogspot.pt é o meu novo blog. Seleccionem o link correspondente na coluna da direita e visitem-me!

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Tarefa difícil!

Estou a trabalhar para organizar o encontro deste ano da CF8. A primeira coisa é arranjar os endereços da malta. Um dos nossos sargentos é agora oficial superior e tem uns conhecimentos na Repartição em Alcântara. Enviou para lá a minha lista com um pedido para que fosse completada, dentro do possível. Foi-me ontem devolvida com meia dúzia de novos endereços. Devo confessar que esperava muito mais. A base da Companhia é a Escola de Setembro de 64, 77 grumetes, e desses só veio uma nova direcção, a do 1609 que mora em Almada.
Por outro lado veio a direcção do Arlindo (7847.61) um dos Cabos da escola do Leiria com quem convivi bastante nos tempos de Metangula. De todos os filhos dessa e da minha escola falta-me apenas o endereço do Nuno Marques (7313.61), o que já é significativo.
Um outro que muito gostava de encontrar e não consegui ainda saber por onde anda é o Carlos Alberto (7189.61) que seguiu na Companhia já como Cabo e, salvo erro, pertence á escola de Março de 61.
Outro que me falta e de que não consigo recordar absolutamente nada, filho da mesma escola do Carlos Alberto, é o José Ferreira (7214.61).
Consegui os endereços do nosso Oficial Médico, Dinis Noivo e dos Sargentos Marques e Figueiredo, o que deixa a lista dos mais graduados quase completa. Neste campo a coisa está perto de perfeita.
De escolas posteriores à minha, havia ainda mais 11 Marinheiros, dos quais consegui 5 endereços, o primeiro dos quais é o António Páscoa, conhecido comentador deste blog. Dos outros 6, nem rastos. Precisava de alguém na zona de Almada para fazer umas pesquisas, pois estou convencido que alguns moram nessa zona, mas não encontro quem queira ajudar. 
No caso dos grumetes de 64 é que a porca torce o rabo. Dos 77 tenho apenas 33, ou seja, menos de 50%. E alguns destes endereços nem sequer estão confirmados. No ano passado enviei-lhes as cartas e nem resposta recebi. Devolvidas também não vieram, o que, pelo menos, me dá esperanças que estejam correctas. Em breve chegará a hora de remeter as cartas com o convite para o convívio e mais do que isto parece-me que já não consigo.
Esquecia-me de dizer que da CF8 há apenas 14 membros com contacto possível por e.mail, seja directamente ou por intermédio de filhos e netos. Já enviei um mail a todos eles, dando conhecimento da minha iniciativa, mas poucos responderam até hoje.
Dos 68 contactos que consegui, se vierem metade e acompanhados, isso já fará um grupinho que não envergonhará ninguém!

Nem que seja à martelada...!

Acabamos de sair do luto decretado pelo Governo em homenagem a José Saramago, mas a goleada aos coreanos e o nosso rico S. João garantem que a festa segue dentro de momentos. PS e PSD preparam-se para estragar a festa (e as finanças) dos utentes dos SCUTS Norte, mas é na festa de S. João que os nortenhos devem procurar inspiração para reagir a tamanha injustiça.
S. João, S. João, dá-me tu inspiração 
Para ver se em três penadas 
Consigo encontrar a solução 
Nem que seja às marteladas! 
Saramago:
Não é santo, mas é popular na esquerda onde (?) tanto militou. Na hora da sua morte, merece o respeito e lamento de todos, mas o Governo socialista entendeu que o país devia observar luto nacional durante dois dias, só para continuar a ganhar protagonismo que é o seu forte… Em vivo, quase todos o deploravam. Depois de morto, todos o queriam. Até a Câmara de Lisboa… lhe estendeu o tapete. Sabe-se lá com que intenções!?
Não deve ser fácil reunir consenso sempre que um Governo decreta um luto por razões semelhantes, mas a pergunta que aqui se deixa há muito quem a faça: um dia que desapareça mais um vulto da cultura, da política, do desporto ou da economia desastrosa portuguesa, que ainda por cima tenha sempre respeitado e amado Portugal em palavras, actos e omissões, vão decretar uma semana de luto? O que é nacional é bom? O que é Nobel é ou não?
Resta-nos afirmar que, Saramago, por incompatibilidades diversas, deixou o seu país e instalou-se em Lanzarote, Canárias, Espanha e, para lá levou quase todos os seus bens e patacos que o Nobel merecido ou não, lhe foi atribuído pela Organização Sueca. 
Aqui, na minha óptica, existe um contraste que não aprovo e discordo pelo seguinte: se o Nobel é um prémio de muitíssimos euros, além da Honorabilidade prestada ao Insigne Escritor, a viúva Pillar, se queria trasladar os restos mortais para Portugal, tinha possibilidades económicas para o fazer; não era necessário que o Governo malabarista tivesse contribuído com um avião da Força Aérea para esse efeito, pois, não se tratava de nenhuma patente general deste país, mas de homem que, além do prestígio que o Nobel lhe granjeou, era sim, um cidadão português como tantos outros que, mortos em combate ou no seu trabalho de emigrantes, nunca ou poucos tiveram a esmola de ser trasladados para as suas terras de origem. 
Que me perdoe a sua viúva, mas, em lugar de chamar-se Pillar, deveria chamar-se de “pilhar”, pois, além da herança do falecido, conseguiu, sem culpa formada, sonegar ou pilhar a Portugal mais uns milhares de patacos, porque o Governo não tem óculos que suprimam a sua grande miopia. Não quero de forma alguma que considerem isto como uma ofensa, mas pensem se existe, de facto, algo de racional no meu pensamento. 
Selecção: Como de costume, de bestas a bestiais em 90 minutos. Uma selecção que iniciou o jogo só com jogadores nascidos em Portugal deu sete pontapés certeiros na crise, quando muitos treinadores de crónicas e de bancada já vertiam lágrimas por Scolari e preparavam luto nacional e um avião da Força Aérea para a trasladação dos seus ossos, visto que, estando em terras africanas onde abundam os abutres, ficariam despojados das suas carnes… Em futebol, o que é nacional é bom? O que vem de fora… é ou não? 
Sacanagem:
Assino por baixo o alerta de Rui Rio. Com chip ou sem chip, as desculpas para portajar só a Norte é que são “cheap”ou desculpas baratas. 
Com as armas que a democracia lhes confere, os utentes das novas SCUT com custos têm obrigação de fazer ouvir a sua voz de revolta por estarem a ser alvo de tão flagrante injustiça e descriminação nacional. Sem esquecer que o pior é “baixar a bolinha”, criando mais um procedente. A seguir só poderá ser pior. 
Porque estamos na altura dos Santos Populares, ninguém levar a mal que se diga, como no título, nem que seja à martelada!
(Semi-transcrito e adaptado por: ATVerde)

terça-feira, 29 de junho de 2010

Quanto vale para ti a amizade?

Para ti que dás valor à amizade, lê os versos, vê o video-clip e ouve a música. São alguns poucos minutos de paragem na tua vida normal para fazeres uma curta introspecção e pensares se tens dado o real valor aos amigos que tens.

Pode ser que um dia deixemos de nos falar... 
Mas, enquanto houver amizade, 
Faremos as pazes de novo. 

Pode ser que um dia o tempo passe... 
Mas, se a amizade permanecer, 
Um de outro se há-de lembrar. 

Pode ser que um dia nos afastemos... 
Mas, se formos amigos de verdade, 
A amizade nos reaproximará. 

Pode ser que um dia não mais existamos... 
Mas, se ainda sobrar amizade, 
Nasceremos de novo, um para o outro. 

Pode ser que um dia tudo acabe... 
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente, 
Cada vez de forma diferente. 
Sendo único e inesquecível cada momento 
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre. 

Há duas formas para viver a sua vida: 
Uma é acreditar que não existe milagre. 
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.

Albert Einstein

domingo, 27 de junho de 2010

Os Beijos!

Beijo na testa: - Respeito
Beijo no rosto: - Carinho
Beijo no peito: - Só falta procurar o jeito
Beijo no queixo: - Vontade de subir ou descer mais um bocadinho
Beijo na boca: - A chave para abrir a porta do desejo
Beijo na língua: - É quase o fim da marmelada
Beijo no pescoço: - É tactear à procura do caroço 
Beijo na nuca: - Quem não trabalha não manduca
Beijo na cabeça: - É de arrepiar os cabelos
Beijo no pé: - Para cheirar o chulé
Beijo nas costas: - Só para ver se gostas
Beijo no umbigo: - Aproxima-se o perigo
Beijo no joelho: - Para verificar as artroses
Beijo no solo: - Bem-vindo ao nosso país
Beijo no cheque: - Cheira a bancarrota
Beijo na moeda: - Vai que és a última
Beijo no cu: - Eh pá, não seja porco
Beijo na corda: - Salvastes-me a vida
Beijo húmido: - Pista de lodo (Fuzileiros)
Beijo demorado: - Calma que temos tempo
Beijo no carro: - Logo se vê que é novo
Beijo na madrinha: - Esperando pela prenda
Beijo na esposa ou marido: - Repetição dos mesmos actos
Beijo para o ar: - Onde irás tu pousar
Beijo na vela: - Para manter a chama acesa
Beijo na aliança: - Cuspir para ser mais fácil enfiá-la
Beijo na noiva: - Finalmente, tenho uma ministra das finanças
Beijo no Governo: - Adeus! Temos um Panteão à tua espra!
Beijo à toa: - Nem que seja boa é maré desperdiçada…

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Dois Fuzileiros à Deriva no Rio Douro!

No Dia 22 de Junho, logo pela manhã, rumaram a Cancelos, Sebolido, Penafiel para visitar o amigo Valdemar Marinheiro e outros amigos que ele, de antemão foi convidando para conseguirmos pôr a conversa em dia… de muitos casos e assuntos que evito aqui enumerar.
Com encontro marcado no Intermarchê de Penafiel, ali esperava o Verde, que vive em Lousada pelo Carlos que vinha da Póvoa de Varzim.
Por volta das nove horas, atravessamos o lado Oeste da cidade rumando às Termas de S. Vicente, Entre-os-Rios e, finalmente Sebolido onde, de braços abertos lá estava o Valdemar Marinheiro à nossa espera. Marinheiro, porque nasceu à beirinha do Rio Douro (margem direita) e Marinheiro também, porque em 1963, por sua livre vontade e uma grande paixão, foi incorporado na Armada ou, para melhor se entender, na Marinha de Guerra Portuguesa!
Não é sobre isso que vou escrever, embora, muito naturalmente tivesse uma aceitação esperada, dado que o encontro proporcionou a “junção de um quarteto de Marinheiros”. A conversa entre pessoas da mesma “Escola” ou Faina (Marinha) é, sobremaneira mais perceptível do que entre pessoas que não tiveram a Escola de Marinhagem que nós “cursamos”.
Voltando ao princípio, na viagem fomos apreciando a paisagem mui verde que se conserva lateralmente à estrada e que o Verão mal começado ainda não lhe deu o tom ou cor de amarelo ou seco que se notará mais para o fim do Estio…
Nas pontes de Entre-os-Rios, deparámos com o Memorial do Anjo que parece tentar proteger ou redimir os malogrados que em Março de 2001, tombaram no trágico destino ao serem precipitados num Rio que é de Ouro mas que naquele fatídico dia se transformou num Rio de Fel, cuja amargura se propagou aos seus familiares e amigos, numa dor que ainda hoje perdura e, muito mais, porque, não foi possível para alguns, fazer-se um funeral com a dignidade própria, visto não terem aparecido…
A vida neste mundo (?) reserva-nos surpresas demasiado tristes e amargas que nem o tempo na sua constante movimentação diária consegue diluir ou riscar da nossa memória com facilidade. Mais, porque, tantas vezes que por ali passei sobre a ponte, onde estava agoirado um fim muito negro que me poderia ter atingido naquele último “mergulho da vida”.
O Douro, como é conhecido entre nós e também internacionalmente, não fossem os famosos vinhos que desciam nele até ao Porto, não merecia ser enlutado daquela forma tão cruel que impôs também o luto às suas gentes ribeirinhas, desgostosamente, por tamanha fatalidade.
Aquela gente ama tanto o Rio Douro que não admite a mais pequenina ofensa ao Colosso Fluvial que espelha nos seus olhos a grande felicidade, logo pela matina quando miram as suas águas. Mesmo de noite o Rio é lindo! Nele reflectem as luzes das vivendas e moradias, além do luar, que lhe dão um encanto tão sublime que nos alimenta o pensamento e inebria a alma daquela presença inesquecível com que a natureza nos proporciona.
As barragens deram-lhe outro feitiço encantador, originando que o seu caudal cubra os areais com o enorme manto ou lençol de águas fluviais. Porém, veio prejudicar a pesca. O peixe gosta de viver solto e não encurralado, quer subir e descer o Rio e conhecer todos os cantos, contornos e linguetas onde desova e descansa das longas caminhadas na procura do sustento.
A navegação na época Estival é mais facilitada dada a grande aglomeração do seu caudal, onde, barcos de “porte e calado” muito significativos, percorrem o seu “estuário” num vai e vem diário, fazendo deslumbrar os turistas que gozam duma paisagem maravilhosa que a mãe natureza se dignou colocar ao seu dispor.
Tivemos o condão, muito privilegiado, de almoçar num restaurante, tipo “Varanda para o Rio”, que, além do sabor gastronómico e opíparo da refeição, nos foi dado contemplar a faina de alguns pescadores, a sua navegação e, melhor ainda a brisa do Douro que nos proporcionou um bem-estar idílico de causar inveja a qualquer pessoa.
As fotos que acompanham a prosa deste texto, são elucidativas da nossa presença nos Valboneiros ou Valboeiros (pequenos barcos a remos) e, também da inesquecível camaradagem que ainda vai unindo alguns portugueses, apesar da crise nacional, que se prezam de ser autênticos Reis e Senhores duma primordial hospitalidade.
O carinho, a gentileza, a prontidão, a afabilidade e a educação aliada à frontalidade sadia daquelas gentes, deixam marcas que já mais esqueceremos e das quais guardaremos as melhores e mais valiosas recordações.
Ao Valdemar, ao Cardoso, ao Cunha, ao Sérgio e outros e às mensagens do telemóvel que recebemos do Piko e outros, proporcionaram-nos o enorme prazer e alegria de conviver naquele dia numa harmonia e paz de amizade rica e duradoira.
Expressamos com sinceridade e franca veemência o nosso melhor obrigado pelo vosso prestimoso acolhimento e carisma de saber receber e cativar!
Um abraço, amigos! Até sempre!
Agostinho Teixeira “Verde”

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Para não esquecer!

...oOo...
Não admira que num país assim emerjam cavalgaduras, que chegam ao topo, dizendo ter formação, que nunca adquiriram, (Olá! camaradas Sócrates... Olá! Armando Vara...), que usem dinheiros públicos (fortunas escandalosas) para se promoverem pessoalmente face a um público acrítico, burro e embrutecido.
Este é um país em que a Câmara Municipal de Lisboa, desde o 25 de Abril distribui casas de RENDA ECONÓMICA - mas não de construção económica - aos seus altos funcionários e jornalistas, em que estes últimos, em atitude de gratidão, passaram a esconder as verdadeiras notícias e passaram a "prostituir-se" na sua dignidade profissional, a troco de participar nos roubos de dinheiros públicos, destinados a gente carenciada, mas mais honesta que estes bandalhos.
Em dado momento a actividade do jornalismo constituiu-se como O VERDADEIRO PODER. Só pela sua acção se sabia a verdade sobre os podres forjados pelos políticos e pelo poder judicial. Agora contínua a ser o VERDADEIRO PODER mas senta-se à mesa dos corruptos e com eles partilha os despojos, rapando os ossos ao esqueleto deste povo burro e embrutecido. 
Para garantir que vai continuar burro o grande cavallia (que em português significa cavalgadura) desferiu o golpe de morte ao ensino público e coroou a acção com a criação das Novas Oportunidades.
Gente assim mal formada vai aceitar tudo e o país será o pátio de recreio dos mafiosos.
A justiça portuguesa não é apenas cega. É surda, muda, coxa e marreca.
Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso, apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção.
Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros.
Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado.
Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.
Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas Consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.
Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou, nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.
Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma, peças do quebra-cabeças. E habituámo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal, e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.
E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.
Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga Parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém quem acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?
Vale e Azevedo pagou por todos?
Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência de Leonor Beleza com o vírus da sida?
Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?
Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?
Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?
Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?
Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.
No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém?
As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância.
E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?
E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente "importante" estava envolvida, o que aconteceu?
Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.
E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?
E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára?
O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.
E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?
E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.
Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento.
Ninguém quer saber a verdade. Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.
Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.
Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.
Este é o maior fracasso da democracia portuguesa
Clara Ferreira Alves - "Expresso"
SNCF/

terça-feira, 22 de junho de 2010

DIÁRIO DE UM HOMEM MADURO NO GINÁSIO

 ...oOo...
Acabei de completar 50 anos. A minha mulher ofereceu-me um voucher de uma semana num dos melhores ginásios. Estou em excelente forma mas achei boa ideia diminuir a minha "barriguinha". Fiz a marcação dessa semana no ginásio. A personal trainer que me vai seguir chama-se Catarina, tem 26 anos, é monitora de aeróbica e modelo. Recomendaram-me que escrevesse um diário para documentar o meu progresso, que transcrevo a seguir.

Segunda-feira
Com muita dificuldade levantei-me às 6 da manhã. O esforço valeu a pena. A monitora parece uma deusa grega: loira, olhos azuis, grande sorriso, lábios carnudos e corpo escultural. Primeiro mostrou-me todos os aparelhos de ginástica. Comecei pela bicicleta. Ao fim de 5 minutos mediu as minhas pulsações e ficou alarmada porque estavam muito aceleradas. Mas não era da bicicleta: era por causa dela, por estar vestida com uma malha de lycra justíssima que lhe moldava as formas todas. Gostei do exercício. Ela consegue dar-me imensa motivação. Começo a sentir uma dor constante na barriga de tanto a encolher.

Terça-feira
Tomei o pequeno almoço e fui para o ginásio. A monitora estava melhor que nunca. Comecei por levantar uma barra de metal. Depois ela atreveu-se a pôr pesos!!!
Tinha as pernas fracas mas consegui completar UM QUILÓMETRO na passadeira. O sorriso arrebatador que a monitora me deu no fim da manhã convenceu-me de que todo este exercício vale a pena.... É uma vida nova para mim.

Quarta-feira
A única forma de conseguir escovar os dentes foi segurar na escova com os cotovelos apoiados no lavatório e mexer a cabeça de um lado para o outro. Conduzir também não foi fácil: estender os braços para meter as mudanças foi um esforço digno de Hércules. Dói-me o peito. As plantas dos pés doem de cada vez que carrego nos pedais. Fisicamente diminuído, estacionei o carro no lugar reservado para deficientes, até porque só consigo andar a coxear. A monitora estava com a voz um pouco aguda. Quando grita incomoda-me muito. Quando me pôs um arnês para fazer escalada todo o corpo me doeu. Para que é que alguém inventa um aparelho para fazer escalada quando isso ficou obsoleto desde a invenção dos elevadores? A monitora disse-me que este exercício me ia ajudar a ficar em forma, ou a gozar a vida...

Quinta-feira
A monitora estava à minha espera com os seus dentes de vampiro horríveis. Cheguei meia hora atrasado: foi o tempo que demorei para conseguir calçar os sapatos. A desgraçada pôs-me a trabalhar com os pesos. Quando se distraiu, fui-me refugiar na casa de banho. A gaja mandou um outro monitor ir buscar-me.
Como castigo pôs-me na máquina de remar... Estou todo rebentado.

Sexta-feira
Odeio essa desgraçada. Estúpida, magra, anémica, chata e feminista sem cérebro! Se houvesse uma parte do meu corpo que eu pudesse mexer sem sentir uma dor excruciante, partia ao meio essa sacana. Quis que eu trabalhasse os meus trícipedes... EU NEM SABIA O QUE ERA ESSA COISA DOS TRÍCIPETES! E se não bastasse colocar-me pesos nos braços, pôs-me aquelas tretas das barras... Desmaiei na bicicleta. Acordei numa maca. Uma nutricionista, uma idiota com cara de estúpida, deu-me uma seca sobre alimentação saudável.

Sábado
A filha da mãe deixou-me uma mensagem no telemóvel com a sua vozinha de lésbica assumida a perguntar por que é que eu não apareci. Só de ouvir aquela vozinha fiquei com ganas de partir o telemóvel, mas não tive forças para o levantar. Carregar nas teclas do comando da televisão para fazer zapping está a ser um esforço tremendo...

Domingo
Não me consigo levantar.
Pedi a um amigo meu para agradecer a Deus por mim na missa por ter sobrevivido a esta semana que felizmente já acabou. Rezei para que no ano que vem a desgraçada da minha mulher me dê qualquer coisa um pouco mais divertida, como um tratamento dentário, um cateterismo ou até mesmo um exame à próstata.

Nota de José de Viseu: eh eh eh eh eh ah ah ah J.V.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Mãos à obra!

Seguindo aquela conversa que reza, «Um amigo tem amigo e este amigo amigo tem», quero pedir a todos que vão espalhando a palavra e reunindo elementos sobre o pessoal da Companhia 8.
No caso da Companhia 2, houve alguém que fez o trabalho de sapa indo a Alcântara buscar os elementos dos alunos da escola de Março de 1962, o que possibilitou o contacto com grande parte dos seus elementos. Infelizmente ninguém fez o mesmo com as duas escolas de 1964, Março e Setembro, que representam a grande maioria da Companhia.
Sendo assim faço um apelo a todos os que lerem esta mensagem. Se conheces alguém que fez parte dea CF8 passa-lhe este recado e pede-lhe que faça o mesmo em relação a outros conhecimentos que possa ter.
Faltam-me os endereços de metade do pessoal e não tenho maneira de fazer-lhes chegar o convite.
Embora não tenha recebido mais que 3 respostas ao mail que enviei, parece consensual a data de 2 de Outubro para realizar o evento. E o lugar, perto da Batalha, parece ser também do agrado da maioria. Resta-me esperar para ver que tipo de adesão terá esta ideia. A ver vamos!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Luto

 Morreu o ribatejano Saramago. Grande perda para o mundo das letras e para Castela.

Paz às suas cinzas em Lanzarote!

CF8 - Moçambique 1965 a 1968!

Hoje dei o pontapé de saída na organização do convívio anual do pessoal da CF8.
Data provisória - 2 de Outubro
Local provisório - Zona da Batalha
Agora um pedido a todos os filhos da escola que frequentam estas paragens:
Quem conhecer algum filho da escola que tenha feito parte da CF8 (1965/1968) agradeço vá passando a palavra e pedindo para se porem em contacto comigo. O meio mais fácil é usar o Telemóvel - 911 967 796.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A Crise Tirou Alegria à Festa do Trabalho!

Para Bento XVI, a crise global deve deixar uma lição: a economia exige ética, pois ficou claro que o mercado é incapaz de auto-regular-se. Disse-o, ao receber os participantes na sessão plenária da Academia Pontifícia das Ciências Sociais.
O Papa sublinhou que "a vida económica deveria ser um exercício de responsabilidade humana, intrinsecamente orientada para a promoção da dignidade da pessoa, a busca do bem comum e o desenvolvimento integral - político, cultural e espiritual - de indivíduos, famílias e sociedades".
No mesmo sentido se pronunciou o Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos (MMTC), a propósito do 1º de Maio, que poderia ser a festa dos trabalhadores se não houvesse tanto desemprego e tanta pobreza, escandalosamente agravados pela crise económica que se devem a políticas erróneas dos governantes.
A crise económica, segundo o MMTC, agravou a situação dos trabalhadores; "as empresas deixaram de contratar pessoal e muitas despediram e estão a despedir um número considerável de trabalhadores. Isto provoca o sofrimento, empobrecimento, perda de confiança e deterioração da "empregabilidade", pois quanto mais tempo uma pessoa estiver desempregada mais difícil será voltar a trabalhar".
Entre os mais afectados encontram-se especialmente os filhos das famílias mais pobres e vulneráveis. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), "o aumento do desemprego e da pobreza ameaçam pôr em perigo a educação, a saúde e o bem-estar das crianças".
Perante situação tão dramática, muitas vozes se ergueram para assinalar "o caminho insustentável que tem seguido a globalização. A OIT fez, no ano passado, um apelo internacional para que se estabelecesse um Pacto Mundial pelo Emprego, no qual desafiava à necessidade de lançar as bases de uma economia mundial justa e sustentável, dizendo que "é vital potenciar o respeito e a utilização dos mecanismos de diálogo social, com a negociação colectiva". Lembra que "o diálogo social é um mecanismo de valor incalculável para o desenho de políticas adaptadas às prioridades nacionais e, logicamente às internacionais. É uma base sólida para suscitar a união entre empregadores e trabalhadores para uma acção conjunta com os governos, indispensável para superar a crise e construir uma recuperação sustentável com urgência.
Conclui o MMTC: "Este 1º de Maio abriu-nos um grande horizonte para a prática da solidariedade com os nossos companheiros e companheiras de trabalho. É também uma oportunidade para a prática da justiça e da participação de todos os agentes a nível internacional na construção de outro modelo baseado no trabalho digno. Temos de caminhar em direcção a uma economia que se preocupe com as pessoas e com a vida social, com uma distribuição justa dos bens, de produzir o necessário de forma digna, respeitando a dignidade dos trabalhadores e trabalhadoras e cuidando o "ambiente".
Ainda haverá quem tenha medo da festa do trabalho? Tudo leva a pensar que não mas, devido a todas as contingências económicas, houve muitos trabalhadores que não participaram por razões monetárias...

Técnica trata tumor da próstata

Passar dia e noite a correr para a casa de banho para urinar e perder vida sexual por falta de erecção são problemas comuns aos homens que sofrem de Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP), o tumor não maligno mais frequente no homem. Porém, um método terapêutico inovador, denominado embolização das artérias, restabelece a função urinária e devolve a actividade sexual ao doente.
O objectivo deste procedimento é interromper a circulação sanguínea que irriga a próstata, resolvendo o problema e preservando a próstata. Sem irrigação sanguínea, a próstata atrofia-se e os sintomas desaparecem. A técnica não provoca dor nem perda de sangue. No final da intervenção, que dura uma a duas horas, o doente pode ir para casa.
Martins Pisco, o médico especialista em radiologia de intervenção que desenvolveu esta técnica no Hospital Saint Louis, em Lisboa, explica que o método consiste 'em tapar as artérias prostáticas, o que reduz a circulação do sangue para a próstata, diminuindo o seu tamanho.'
Os homens podem desenvolver HBP a partir dos 40 anos. Com mais de 60 anos, 65% dos homens têm um aumento da próstata e a percentagem sobe para os 90% entre os 70 e os 80 anos. A partir dessa idade, todos os homens têm esse problema.
DISCURSO DIRECTO:
'QUANTO MAIS CEDO, MAIS FÁCIL SE EXECUTA', Martins Pisco, Especialista em Radiologia de Intervenção Natural.
Pelo tratamento, aquela unidade de saúde privada cobra 4250 euros aos doentes sem seguro de saúde.
P.S: Quem pode pagar, cura-se; quem não pode, sofre ou morre!

Médico Espanhol dá cabo de Listas de Espera

...oOo...
Temos que acabar com a mania da elite da classe médica!!!
Hospital do Barreiro - Médico Espanhol dá Cabo de Listas de Espera

REPASSEM ESTE MAIL ATÉ À EXAUSTÃO, DÊEM CONHECIMENTO AOS BURROS QUE POR AQUI PROLIFERAM E TEIMAM EM NÃO ACREDITAR NA CHULICE DESTES "INTELIGENTES".

SEM PAPAS NA LÍNGUA...

Lê bem o que vem escrito a seguir e pensa bem se em Portugal não há tantos chulos que não querem trabalhar!
Porque é que existem listas de espera?
Em 6 dias operou tanto como 5 médicos num ano e por metade do preço cobrado na privada.

Em seis dias, um oftalmologista espanhol realizou 234 cirurgias a doentes com cataratas no Hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, num processo que está a "indignar" a Ordem dos Médicos. Os preços praticados são altamente concorrenciais, tendo sido esta a solução encontrada pelo hospital para combater a lista de espera. O paciente mais antigo já aguardava desde Janeiro de 2007, tendo ultrapassado o prazo limite de espera de uma cirurgia. No ano passado chegaram a existir 616 novas propostas cirúrgicas em espera naquela unidade de saúde. Os sete especialistas do serviço realizaram apenas 359 operações em 2007 (cerca de 50 por médico num ano). No final do ano passado, a lista de espera era de 384, e foi entretanto reduzida a 50 com a intervenção do médico espanhol.
A passagem pelo Barreiro durante o mês de Março - onde garante regressar nos próximos dois anos, embora o hospital não confirme - foi a segunda experiência em Portugal do oftalmologista José António Lillo Bravo, detentor de duas clínicas na Extremadura espanhola - em Dom Benito (Badajoz) e Mérida. Entre 2000 e 2003 já havia realizado 1500 operações no Hospital de Santa Luzia, em Elvas, indiferente às "críticas" de que diz ter sido alvo dos colegas portugueses."Eu percebo a preocupação deles e sei porque há listas de espera tão grandes em Portugal. É que por cada operação no privado cobram cerca de dois mil euros", diz ao DN o oftalmologista espanhol, inscrito na Ordem dos Médicos portuguesa, que cobrou 900 euros por cada operação realizada no Barreiro.
As 234 cirurgias realizadas no Barreiro, por um total de 210 mil euros, foi o limite possível sem haver necessidades de abrir concurso público internacional, sendo que o médico fez deslocar a sua equipa e ainda o microscópio e o facoemulsificador. O hospital disponibilizou somente um enfermeiro para prestar apoio.
HÁ QUE ACABAR COM A CHULAGEM DA ORDEM DOS MÉDICOS E BAIXAR AS MÉDIAS DE MEDICINA E ABRIR NOVAS FACULDADES.
ASSIM ACABA-SE A MAMA DESTA CORJA DE PARASITAS, QUE SÓ PENSAM EM GANHAR GUITO NA PRIVADA.
TOCA A PASSAR AOS AMIGOS
"As pessoas precisam de entender que estão a ser burladas. O País não pode continuar a ser dirigido por trafulhas..."

(Dr. Medina Carreira)

terça-feira, 15 de junho de 2010

Hello New York!

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, 18 A 28 DE DEZEMBRO DE 2005 
Pelas 16,30 horas locais, vindos de Lisboa num avião da TAP, aterramos no aeroporto de Newark. Eu e a minha esposa nunca tínhamos pisado a terra dos Estados Unidos da América. 
Chegamos num dia de sol, mas havia neve em alguns locais, pois, dias antes tinha nevado o que era prenúncio de que estávamos mesmo no Inverno. 
Depois das respectivas formalidades de identificação e após passarmos o último “torniquete”, finalmente, conseguimos abraçar a família que nos esperava, ansiosamente, havia já muito tempo. 
O aeroporto de Newark, fica situado na cidade do mesmo nome e pertence ao Estado de New Jersey, assim como a cidade de Elizabeth onde nos encontramos instalados em casa de familiares. 
Elizabeth é uma cidade plana com as suas casas típicas e cheia de canteiros verdes. É considerada zona de trabalhadores e, possui uma das maiores comunidades de portugueses, aqui, nos E.U.A. 
O Estado de New Jersey, é conhecido como Garden State, ou seja, Estado Jardim e, curiosamente, todas as matrículas dos veículos registados neste Estado, além das características exigidas por lei, levam também em linha horizontal a legenda: Garden State. 
Como é óbvio, passamos o Natal com a família e alguns amigos. A ceia de Natal, era composta pelos mesmos ingredientes que costumamos utilizar em Portugal: batata cozida com bacalhau e hortaliça, formigos e rabanadas, vinhos verdes e maduros e também vinho do Porto. 
Tencionávamos ir à Missa do Galo, mas a conversa prolongou-se até de madrugada e, por essa razão não fomos. 
No dia de Natal, levantamo-nos um pouco tarde e, então sim, fomos à missa na Igreja de Nossa Senhora de Fátima. A Assembleia Dominical era constituída quase só por portugueses. A Comunhão tinha o mesmo paladar que tem em Portugal! Rezar, é igual em todo o Mundo, apenas os sotaques e as línguas são diferentes! A Fé não tem limites nem fronteiras, portanto, pode ser-se Cristão em qualquer parte do Mundo ou mesmo optar-se por outra religião, pois aqui há liberdade total de escolha. 
Dia 26, oitava de Natal, fomos visitar New York. Claro está que, quem vem a esta cidade, é quase obrigatório subir ao Empire State Building Observatory, ao qual também podemos chamar, Capitólio da Capital do Mundo. Cento e dois andares, além das suas extremidades, são qualquer coisa fora do normal. Lá em cima, tem uma panorâmica visual quase sem comparação a nível mundial. À sua volta, podemos vislumbrar toda a cidade de New York e, de noite, parece um Paraíso interminável, pois, os seus milhões de luzes, parecem ter mais estrelas que o próprio Céu! É inesquecível e admirável! 
Além disso, nesta quadra festiva, há mais luzes que o normal o que lhe dá ainda mais realce. São muitas, muitas luzes e também a famosa e grande Árvore de Natal, que lhe dão ainda mais beleza, mais encanto e mais luz. 
Dolorosamente, estivemos também no fatídico local das Twin Towers Center. É um lugar vazio, parece morto, apenas lhe dá vida o grandioso número de visitantes que tiram fotografias, que espreitam, miram e olham abismados, pensando, como foi possível, alguém ter provocado um desastre catastrófico de tamanha dimensão!? Impensável e imperdoável!.. 
As pessoas colocam ramos de flores em frente das respectivas “Torres”. São amuletos, fotografias, memoriais, tudo é e tudo serve para lembrar a morte daqueles que morreram com as “Torres”. São distintivos de bombeiros, capacetes, bandeiras e até cachecóis de diversos clubes! Isto, é querer dar vida a quem malogradamente sucumbiu, vendo-se placas alusivas com os nomes de muitos falecidos. 
Olhamos para os alicerces e pouco vemos. Apenas e ainda, alguns ferros retorcidos na largura da área imensa, que mais parecem duas enormes sepulturas de tantos mortos que ali deram o seu último ai! 
O rio Hudson passa ali ao lado e, podemos atravessá-lo pela ponte ou pelo túnel, grandiosas obras, cujo esforço e dedicação, são dignos de louros para aqueles que aliando o saber à técnica, souberam contribuir para o bem-estar dos seus residentes e visitantes. 
O rio, o velho Hudson River, muito calmo, viu um dia engrossar o seu caudal com as lágrimas do povo Americano, chorando o desaparecimento das suas queridas Torres e dos desafortunados filhos da grande Nação Americana. (…) Descansem em PAZ! 
Porém, os nomes dos autores macabros, não existem, não aparecem, ninguém fala deles, não são mencionados e, penso, que mesmo no “inferno, o próprio diabo, com vergonha do sucedido, mandou riscar do mapa satânico os seus malditos nomes”!... 
Por tudo o que tenho visto e observado, no pouco tempo de férias de que desfrutei, e olhando às críticas de muitos países, que julgo sem fundamento, pois aqui, encontram-se pessoas de todas as raças e religiões e de todos os cantos do Mundo, onde trabalham, onde vivem, onde criam os seus filhos, onde ganham os Dólares para a sua subsistência e do agregado familiar que constituíram, leva-me a pensar e a crer que, se por qualquer motivo a América desaparecesse do mapa, também acabaria o Mundo!?... 
Tal é a dimensão e conjunto de mecanismos, a sua tecnologia e avanço de que dispõem, quase incapazes de ser igualados a todos os níveis por qualquer país!? 
Se a América tem defeitos, se tem problemas, se precisa de remodelações, mas qual a nação que os não tem ou que não precisa de ajustes e alterações!? Talvez tenha, mas possui milhões de fórmulas e milhões de Dólares para os resolver! Porém, isso é outra história para mais tarde me debruçar sobre ela. 
(P.S: Na próxima oportunidade irei falar da Estátua da Liberdade e, posteriormente lançarei as “âncoras”ao Porta-aviões e ao Submarino que ultimamente visitei.) 
New Jersey, 28 de Dezembro de 2005 
Agostinho Teixeira “Verde”

Por Causa dos Chips das Matrículas...

Aparece cada uma, infelizmente
Que nos deixa sem apetite
Fica de boca aberta, boa gente
Por a matrícula levar um chip

O meu vizinho, tido como muito fixe
Incumbiu a esposa dessa matéria
E, não é que na oficina a por o chip
Acabou por dar em galdéria

Pelos vistos, ela ouve muito mal
E, não percebeu a ideia dos chips
Como não entendeu a palavra, tal
Pensou que era por-lhe os chifres

Parece que tinha falta de peso
A maré faz o próprio ladrão
O marido era pouco teso
Segundo a informação

Vejam bem, caros amigos
Como se criam confusões
Os chips já fizeram inimigos
Estão provadas as razões

Por causa das matrículas
Que levam mais um adorno
Com chips ou chifres, ridículas
Que fazem um homem corno

Deita-se a culpa ao governo
Por editar mais um despacho
Não terá culpa o estafermo
Das pessoas andarem ao macho.


Instituições e Modelos Institucionais

Todos sabemos que uma sociedade, seja ela de que modelo político for, é composta de muitas e variadíssimas instituições. O seu nome é-lhe conferido consoante as prestações de serviços ou logística que efectivamente desempenham. Vou mencionar algumas por achar demasiado longo enumerar quase todas elas.
Teremos a Assembleia e Junta de Freguesia que, embora com funções diferentes, procuram aliar-se em sintonia a fim de poderem dar despacho às obras e serviços da povoação que as elegeu. A Assembleia delibera e a Junta executa, mostrando assim que não podem gerir e elaborarem de costas voltadas.
Nas Assembleias e Câmaras Municipais o procedimento baseia-se na mesma teoria e, pô-lo em prática significa obedecer às normas estabelecidas para a conclusão do que foi aprovado.
Na Assembleia da República o critério é semelhante, apenas com algumas diferenças, porque o governo pode tomar algumas iniciativas e decisões sem precisar da aprovação da respectiva Assembleia.
Todas as instituições, em princípio, são constituídas por assembleias tendo estas de respeitar os estatutos nelas regimentados, explorando os seus conteúdos funcionais, face a diferentes escalas institucionais.
Além daquelas que já mencionei existem muitas outras que variam um pouco no modelo, criando para si os princípios adequados e próprios.
Nestas diferenças, poder-se-ia vislumbrar por exemplo, uma reflexividade relativa ao estado, à religião, à família e à sociedade, mas isto são preconceitos que dizem respeito às próprias instituições!
As escolas, os postos médicos, os hospitais, os bombeiros, os asilos e as diversas associações espalhadas pelo território nacional, alguns destes organismos com uma certa autonomia, funcionam estatutariamente ou de fórmulas acordadas por si mesmas.
Porém, o carácter servil e humanitário de todas as instituições nacionais contribui necessariamente para o bem comum da sociedade, do país e daqueles que nos visitam.
Todavia, reconheço a necessidade de se proceder a certas remodelações de modo a poderem ser mais eficazes nos seus préstimos, mais actualizados e funcionais.
Neste último aspecto que frisei, não deixaria de fora a ideia da remodelação e melhor aperfeiçoamento dos tribunais e, claro está, da maltratada justiça que funciona quase ou completamente à deriva.
Este pobre apontamento aqui mencionado, refere-se ou relaciona-se com os respectivos comentários do Carlos e do Agostinho Maduro e porventura, outros que venham juntar-se no Blogue.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

A Questão do Véu

Através da história, o elemento mais fortemente identificativo de uma cultura nacional sempre foi a Religião. A cultura de um povo, ou de um conjunto de povos, integra, certamente, outros elementos, mas foi e ainda é, quase sempre, o mais vinculativo. Trata-se de um elemento tão forte que, não poucas vezes, Cultura e Religião se identificaram e se confundem.
No mundo dito ocidental, ou de influência ocidental, esta identificação é hoje cada vez menos visível. Bem pelo contrário, o movimento é de contínua ruptura. O processo tardio de uma laicidade sadia e enriquecedora acabou por dar lugar a um laicismo cada vez mais agressivo e destrutivo. Mesmo assim, o peso da herança religiosa na vida social e colectiva ainda está vivo, e vivo continuará. Basta ter em conta o número de festas religiosa que dão nome e justificam grande parte dos feriados portugueses.
Ao contrário do que aconteceu e acontece nas sociedades ocidentais, pode dizer-se que nos países islâmicos a identificação entre Cultura e Religião tende a recuperar, senão mesmo a aumentar, o peso que já teve no passado. Em muitas dessas sociedades, o poder político é dominado pelo clero; o texto base da organização política é o livro do Corão; o sistema penal é a "sharia". Hábitos e costumes, desde a alimentação ao vestuário, são fortemente condicionados ou limitados por critérios religiosos.
Vem isto a propósito do que está acontecendo nalguns países europeus, a pretexto da chamada "questão do véu". A França, a Bélgica, a Holanda, a Alemanha e o Reino Unido, entre outros, acolhem, por via de imigração "generosa", fortes comunidades islâmicas, cujos membros já usufruem, quase todos, da nacionalidade do estado que os acolheu. Independentemente do país de onde vieram, todos eles têm aproveitado a riqueza e os privilégios da sua nova "casa", sem, aparentemente, fazerem qualquer esforço visível pela sua integração nas novas comunidades em que se instalaram. O espírito de tolerância que encontraram permite-lhes não usufruir apenas de uma liberdade religiosa total, mas continuar a viver sob os moldes culturais em que sempre viveram, incluindo no que toca ao vestuário feminino. Os "niqabs" e as "burkas" vêm-se multiplicando nos espaços públicos das cidades europeias, e isso aconteceu, surpreendentemente ou não, depois do 11 de Setembro de 2001, sugerindo uma espécie de tentativa de afirmação ou cultural que é, no mínimo, corajosa, mas pode trazer alguns perigos.
Invocando motivos, nem sempre coincidentes, e sob pressão de grande parte da opinião pública, os governos dos diferente países estão a dar sinais, cada vez mais visíveis, de caminharem para a proibição da utilização pública de um tipo de vestuário que tapa a face de quem o usa. Além de outras, são duas as razões mais invocadas: uma, que se escuda nas ameaças à segurança, e merece toda a compreensão; outra, que invoca o princípio da laicidade do Estado e é, pelo menos, muito discutível.

Desculpar Reciprocamente

"República e Igreja com rigor histórico – Comemorações do centenário, em 2010, poderá ser uma boa ocasião para se ler e interpretar culturalmente as relações Igreja-Estado legitimamente separados”.
A história poderá tirar a limpo a polémica “questão religiosa”. Não foi fácil gerir a questão religiosa, na 1ª República. O seu fracasso também se deve à polémica entre defensores da República e apóstolos da natureza da Igreja.
A crispação de parte a parte extremou posições. De um lado, poderá ter havido quem se agarrasse ao clericalismo na defesa do indefensável, como, do outro, não faltou o anti clericalismo.
Falta serenidade histórica, para, cem anos depois, podermos tirar a limpo acertos e desacertos de uns e de outros, para o bem e a paz entre todos.
Ao abrir o recente congresso sobre o padre António Vieira, o reitor da Universidade Católica, Braga da Cruz, defendeu que “seria justo se o Estado português pedisse desculpas aos jesuítas na celebração do centenário da República” que se assinala em 2010. Concretizou: o pedido de desculpas não seria “um gesto de reconciliação mas de reconhecimento pelo que os jesuítas têm feito pela cultura portuguesa”.
Também na Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal encomendou a vários “historiadores um estudo sobre as ordens e congregações na 1ª República, para assinalar o primeiro centenário da sua expulsão pela República”.
Vale a pena ainda lembrar que o Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC) da Igreja Católica promove, de 2008 a 2011, um ciclo de reflexão sobre a identidade portuguesa, que passará, entre outros, pelas celebrações do centenário da República, no nosso país. Centenário que é assumido como “oportunidade para pensar Portugal: os seus fundamentos, os seus traços maiores e referenciais, mas também no seu viver de agora”. Para D. Manuel Clemente, presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, aquele ciclo procura “reflectir sobre identidade portuguesa”, não apenas por causa dos acontecimentos de 1910, mas recuando até às invasões francesas, há 200 anos, “que trouxeram impacto da contemporaneidade a Portugal”.
Para o padre e poeta Tolentino Mendonça, director do SNPC, a comemoração dos cem anos da República é para compreender o passado, mas também, e sobretudo, “dizer como estamos nós agora”. Clarifica: para a Igreja, “mais do que pensar qual foi a situação há 100 anos atrás, importa perceber qual o seu lugar hoje, o contributo que oferece numa sociedade aberta e democrática”.
A seu tempo, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Jorge Ortiga defendeu que, em relação ao centenário da República, em Igreja, “devemos estar presentes para que a interpretação dos acontecimentos seja exacta”.
Na sua opinião, em Igreja, “esta data não pode passar despercebida e necessitamos de, serena e desapaixonadamente, sintonizar com a heroicidade dos pastores e cristãos daquela época para crescermos no amor à Igreja na actualidade”.
Cem anos depois, ainda não se dissiparam as suspeitas mútuas entre a República e a Igreja. (JN 23.11.2008)
“Apraz-me referir que em todos os sectores políticos, religiosos, étnicos e outros, existiu e possivelmente irá continuar a existir a diversidade de ideias e paixões que a sociedade não conseguiu ainda harmonizar com uma tolerância de entendimento mútuo e fraternal de apaziguamento”.

domingo, 13 de junho de 2010

O discurso, na íntegra, de António Barreto no 10 de Junho


Algumas teias de aranha limpas no Dia de Portugal, pelo desassombrado discurso de António Barreto.

Ainda não me convenceram.

Para além do esclarecido - mas tardio! - Discurso de António Barreto, a quem (suspeito) se deve, em exclusivo, a presença dos ex-combatentes na cerimónia do 10 de Junho, a maioria da classe política que nos vem governando manteve-se à margem do reconhecimento do sacrifício daqueles que a Pátria mandou combater.
Depois de andarem mais de trinta anos a inculcar no espírito dos portugueses o sentimento de que os combatentes de África encarnam o odioso daquela guerra prolongada e dolorosa, a elite política que emergiu do 25-A, está longe - até por estratégia ideológica de reconhecer que aqueles que combateram o fizeram em nome de Portugal.
Importa saber, em igual plano, se daqui a alguns anos, com outros ventos históricos, se para os militares oram mandados para o Afeganistão, Bósnia, Kosovo e para outros destinos de conflito armado, não vai ser transferido o ferrete de terem participado em guerras injustas.
Tarde, mas António Barreto - que até se eximiu ao cumprimento do dever, e mais insuspeito se qualifica -, soube chegar ao âmago da questão ao vincar, de forma bem veemente, que sendo os Governos a decidirem as guerras (justas ou injustas), os militares cumprem o seu desígnio, mas lutam em nome da Pátria e não de governos ou políticas.
E é dela, da Pátria, que os combatentes se sentem credores do respeito que lhes é devido.
E que, até agora, lhes tem sido regateado!...

Eis o notável discurso de António Barreto (36 anos depois do 25 de Abril!) nas cerimónias do 10 de Junho, em Faro:

O DIA DOS PORTUGUESES ou, oficialmente, o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, comemorado em 2010, tem um significado especial. Na verdade, assistimos esta manhã a um desfile das nossas Forças Armadas precedido de uma extensa delegação de Veteranos, de Antigos Combatentes, mais singelamente de combatentes dos exércitos em todas as guerras e conflitos em que Portugal esteve envolvido desde meados do século XX. Ao ver desfilar umas dezenas de antigos combatentes, de todos os teatros de acção militar em que Portugal participou, não sentimos vontade nem necessidade de lhes perguntar pela guerra, pela crença ou pela época. Sentimos apenas obrigação de, pelo reconhecimento, pagar uma dívida. Sentimos orgulho por saber que é a primeira vez na história que tal acontece e que está aberta a via para a eliminação de uma divisão absurda entre Portugueses. Com efeito, é a primeira vez que, sem distinções políticas, se realiza esta homenagem de Portugal aos seus veteranos. Centenas de milhares de soldados portugueses combateram em nome do seu país, do nosso país, desde os inícios do século XX até à actualidade. Já não há sobreviventes do Corpo Expedicionário Português enviado para Flandres, na 1ª Grande Guerra Mundial, nem das forças que, no mesmo conflito, lutaram em África. O último veterano dessa guerra, José Maria Baptista, morreu a 14 de Dezembro de 2002. Depois daquele conflito, as guerras foram, durante décadas, poupadas aos Portugueses. Só a partir de finais dos anos 1950 os soldados e outras forças militarizadas voltaram a encontrar-se em situações de combate aberto, primeiro no então Ultramar português, depois em múltiplos teatros de guerra, em associação com forças armadas dos nossos aliados da NATO e da União Europeia e em missões organizadas sob a égide das Nações Unidas. Independentemente das opiniões de cada um, para o Estado português todos estes soldados foram Combatentes, são hoje Antigos Combatentes ou Veteranos, mas, sobretudo, são iguais. Não há, entre eles, diferenças de género, de missão ou de função. São Veteranos e foram soldados de Portugal. É assim que deve ser. Em Portugal ou no estrangeiro, no Continente ou no Ultramar, na Metrópole ou nas Colónias, as Forças Armadas portuguesas marcaram presença em vários teatros de guerra e em diversas circunstâncias. Militares portugueses lutaram em terra, no mar ou no ar, cumpriram os seus deveres e executaram as suas missões. Em Goa, em Angola, em Moçambique, na Guiné, no Kosovo, em Timor ou no Iraque. Todos fizeram o seu esforço e ofereceram o seu sacrifício, seguindo determinações políticas superiores. As decisões foram, como deve ser, as do Estado português e do poder político do dia. Mas há sempre algo que ultrapassa esse poder. O sacrifício da vida implica algo mais que essa circunstância: é, para além das vicissitudes históricas e dos ciclos de vida política, a permanência do Estado. Os soldados cumprem as suas missões por diversos motivos. Por dever. Por convicção. Por obrigação inescapável. Por desempenho profissional. Por sentido patriótico, político ou moral. Só cada um, em sua consciência, conhece as razões verdadeiras. Mas há sempre um vínculo, invisível seja ele, que o liga aos outros, à comunidade local ou nacional, ao Estado. É sempre em nome dessa comunidade que o soldado combate. Na verdade, em todos os episódios de guerra referidos e noutros mais, há fenómenos de natureza diversa. Houve decisões políticas de carácter exclusivamente nacional, mas também houve actos de colaboração em missões multinacionais, como houve decisões estratégicas colectivas das alianças de que Portugal é membro. Também conhecemos decisões políticas tomadas em vários quadros: com e sem legitimidade democráticas, com e sem referenda parlamentar. E até, finalmente, situações em que o Parlamento fica aquém daquela que deveria ser a sua função. Com efeito, a Constituição e as leis não obrigam, infelizmente, a que as missões no estrangeiro sejam aprovadas pelo Parlamento. Apenas admitem o “acompanhamento do envolvimento” militar no estrangeiro, o que nem sempre é rigorosamente cumprido. A análise destas diferenças pode ser importante do ponto de vista político, histórico e intelectual. Mas, no plano do reconhecimento de um povo, do respeito devido e do esforço do soldado, essas distinções são secundárias ou inúteis. Foram, simplesmente, militares portugueses que tudo deram ou tudo arriscaram. É esse o reconhecimento devido. Um antigo combatente não pode nem deve ser tratado de colonialista, fascista, democrata ou revolucionário de acordo com conveniências ou interesses menores. A sua origem, a sua classe social, a sua etnia, as suas crenças ou a sua forma de vínculo às Forças Armadas são, a este propósito, indiferentes: foram, simplesmente, soldados portugueses. Pelo sacrifício, pela duração e pelas implicações políticas, as guerras do Ultramar foram evidentemente as que mais marcaram as gerações das últimas décadas. Mas, ao longo dos trinta anos de democracia e de compromissos internacionais, muitas centenas ou milhares de cidadãos portugueses estiveram presentes em teatros de guerra e em missões de protecção da paz ou de mediação. Novos sacrifícios foram feitos, vidas foram interrompidas, carreiras e famílias suspensas. Todos esses militares, os de Luanda ou do Líbano, os da Guiné ou da Bósnia, merecem o nosso respeito. São antigos combatentes. São Veteranos. São soldados que cumpriram os seus deveres e que, com excepção dos que tenham moralmente abusado das suas funções, merecem a nossa homenagem. Não há lugar, não deve haver lugar para diferenças entre esses Veteranos. Não há Veteranos melhores ou piores do que outros. Não há Veteranos que mereçam aplauso e Veteranos a quem se reserve o esquecimento. Não há Veteranos ou Antigos Combatentes fascistas ou democráticos, socialistas ou comunistas, reaccionários ou revolucionários. Não há Veteranos de antes ou de depois do 25 de Abril. Não há Antigos Combatentes milicianos ou de carreira ou contratados. Há Veteranos e Antigos Combatentes, ponto final! É o que nós lhes devemos. Nós, todos, os que fizeram ou não, os que concordaram ou não com as guerras, sem distinção de época, de governo ou de cor política. Portugal não trata bem os seus antigos combatentes, sobreviventes, feridos ou mortos. É certo que há, aqui e ali, expressão de gratidão ou respeito, numa unidade, numa autarquia, numa instituição, numa lei ou numa localidade. Mas, em termos gerais e permanentes, o esquecimento ou a indiferença são superiores. Sobretudo por omissão do Estado. Dos aspectos materiais aos familiares, passando pelos espirituais e políticos, o Estado cumpre mal o seu dever de respeito perante aqueles a quem tudo se exigiu. Em cada momento, em cada conflito, houve quem tivesse ideias diferentes e se opusesse à intervenção militar. Uns, mesmo nessas condições, cumpriram as ordens oficiais, outros recusaram-se. Por oportunidade, por convicção política, por uma interpretação diferente do interesse nacional, houve refracção e objecção. Em certos casos, pensava-se que as operações militares não tinham sido referendadas pelo povo soberano ou eram contrárias à ética e ao interesse nacional. Noutros casos, faltava o assentimento parlamentar. Aliás, o acompanhamento parlamentar do envolvimento militar é deficiente, apesar de estatuído pela Constituição. Houve soldados que combateram sob um regime autoritário, outros em regime democrático. Houve soldados que combateram integrados em forças nacionais, outros em forças aliadas ou internacionais. Como houve soldados que, de outras origens étnicas então e tendo hoje nacionalidade diferente, serviram nas Forças Armadas portuguesas. Em 1974, jovens militares decidiram derrubar o regime autoritário e dar uma oportunidade à democracia. Outros tentaram estabelecer um novo regime político que eventualmente limitaria as liberdades. Outros ainda ficaram independentes e equidistantes. Enquanto outros, finalmente, teriam preferido continuar sob o regime anterior. Prefiro os primeiros, os que ajudaram a fundar o Estado democrático. Mas, pelo sacrifício das suas vidas e pelo cumprimento dos seus deveres, respeito-os todos. Qualquer guerra ou envolvimento militar é controverso e suscita opiniões diversas e contraditórias. É assim no Afeganistão ou no Iraque. Foi assim no Ultramar. Como também na Flandres, nas Linhas de Torres ou em Aljubarrota. Essas divergências podem ser legítimas e compreensíveis. Traduzem ideias, interesses, convicções e doutrinas diferentes. Assim como versões diversas do interesse nacional. Mas isso não justifica a ausência de respeito por aqueles que combateram, que correram riscos, que ficaram feridos ou deram a sua vida. As diferenças de opinião e de crença não devem impedir de respeitar todos os que fizeram a guerra, com convicção ou por obediência ao poder político, desde que, evidentemente, o tenham feito sem abuso. Merecem as pensões que lhes são devidas. Merecem atenção e cuidado. Merecem um Dia do Combatente oficialmente estabelecido. Merecem que as suas associações sejam consideradas de utilidade pública. Merecem estar presentes nas cerimónias públicas e oficiais. Mas sobretudo merecem respeito. Os Portugueses são parcos em respeito pelos seus mortos e até o Estado não é muito explícito no cumprimento desse dever. Pois bem: está chegada a altura de eliminar as diferenças entre bons e maus soldados, entre Veteranos de nome e Veteranos anónimos, entre recordados e esquecidos. Pela Pátria ou pelo seu País, pelo Estado ou pela sua profissão, foi pela sua comunidade nacional que todos eles combateram e se sacrificaram. É possível que o comportamento do Estado, a atitude de políticos e os sentimentos de cidadãos para com os militares sejam determinados, em parte, pela avaliação que se faz do modo como deram ou retiraram apoio a certos dirigentes e a certas formas de regime. Não se nega o facto. Mas, perante o antigo combatente, recusa-se o juízo de valor. Aos Veteranos e antigos Combatentes que hoje estiveram connosco pela primeira vez, nada se lhes pede. Nada devem aos seus contemporâneos. Nós é que estamos em dívida para com eles. São o Estado e a sociedade que lhes devem algo. O que lhes pedimos hoje foi muito simples: aceitem a homenagem que o Estado e os Portugueses vos prestaram! Não estamos aqui a festejar a guerra, mas sim os soldados! E não há melhor dia, do que o Dia de Portugal, para o fazer.

Obrigado, António Barreto!

sexta-feira, 11 de junho de 2010

A Degradante Miséria Moral

Leonardo Da Vinci legou-nos, entre outras maravilhas do seu talento, uma obra admirável intitulada "Santa Ceia" representando a última Ceia de Jesus com seus discípulos.
Da Vinci pensou em representar no rosto de Jesus a bondade e o amor. Procurou um modelo para o seu trabalho. Depois de tanto buscar, encontrou num coral religioso um jovem de rosto belo e sereno semelhante ao rosto de Jesus. Convidou-o então para ser o modelo de Jesus no trabalho que pretendia realizar.
O jovem acedeu e passou a ir várias vezes ao atelier de Leonardo, que observou atentamente o jovem fazendo vários esboços. E a figura de Jesus ficou belíssima.
Da Vinci pretendia ainda outra coisa. Queria também representar a figura de Judas, que traíra Jesus. A sua obra estava quase pronta, mas a dificuldade era não encontrar alguém que representasse a figura sinistra de Judas, como ele a imaginara.
O seu trabalho esteve parado três anos até que o Cardeal responsável pela obra começou a pressionar o pintor para que o concluísse.
Leonardo procurou o modelo por caminhos sórdidos de delinquência e vício. Visitou cadeias e tascos nauseabundos de embriagados. Depois de tanto procurar, encontrou um jovem envelhecido, esfarrapado e sujo. "Está aqui um rosto sinistro de Judas" pensou. E ordenou aos seus auxiliares que lhe levassem aquele homem para o seu atelier.
Da Vinci viu no rosto daquele infeliz os sintomas da miséria moral semelhantes ao rosto do traidor. Ao despertar da sua sonolência alcoólica, o jovem olhou o quadro incompleto com espanto e tristeza e disse: "Eu já vi este quadro!"
"Quando?" - Perguntou Leonardo.
"Há três anos atrás, quando me convidou para ser o modelo de Cristo. Era um jovem cantor, cheio de sonhos e comportamento irrepreensível. As más companhias e as tentações do mundo atiraram-me à valeta da vida."
Quantos jovens se assemelham a Jesus, vivendo como Ele viveu, amando como Ele amou. Mas a droga, o alcoolismo, as más companhias levam à ruína moral que tantas vezes termina na prisão, no hospital ou na morte.
Estou a lembrar-me do Valdemar (se não for ele que me perdoe) que, se não tivesse deixado as bebidas alcoólicas, possivelmente teria morrido ou não teria a saúde de que hoje beneficia. Como ele, tantos outros e muito piores ainda.
Aqui fica este apontamento, quer sejamos religiosos ou não, olhando ao começo do respectivo texto, para reflectirmos um pouco sobre as contingências que a própria vida nos proporciona, através de emboscadas e ciladas constantes quase sem nos apercebermos.
Saudações amistosas!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Russa processa avião por danificar silicone com turbulência!

Uma modelo russa não está pelos ajustes: vai processar a companhia aérea Swiss Airlines porque diz que o implante de silicone que colocou nos seios foi danificado durante um voo marcado pela turbulência.
Iren Ferrari, 29 anos, queixa-se que as oscilações do avião, durante uma viagem entre Moscovo e Zurique, fizeram com que batesse com os seios no banco da frente. Ao ‘The Sun’, Ferrari diz que o incidente representou “uma forte colisão” que vai agora implicar a substituição dos nove quilos de silicone que implantou.

- "Doeu muito", desabafou ao jornal britânico.
A modelo, conhecida na Rússia pelo seu voluptuoso peito, pede agora à Swiss Airlines 99 mil euros para avançar com a operação.

Viver na rivalidade!

Para todos aqueles que apreciam a nobreza do carácter.
Muita gente não sabe viver na rivalidade: com os rivais do seu grupo desportivo, com os atletas competidores, com colegas que trabalham na mesma empresa, com estudantes da mesma escola, etc. É gente que não sabe perder: que não tem a humildade de aceitar a derrota e reconhecer o valor dos outros, e que recorre a atitudes agressivas por palavras ou actos, como nos tem mostrado a televisão e os jornais, tantas vezes. O exemplo que vou apresentar é uma lição extraordinária de humildade e de convivência na rivalidade que merece, certamente, o consenso na perfeita apreciação dos leitores deste Blogue.
Muita gente conhece – talvez mesmo sem os ter ouvido – os dois magníficos tenores espanhóis Plácido Domingo e José Carreras.
Plácido é madrileno e Carreras é catalão. Por razões políticas, tornaram-se inimigos. Contratados para cantarem em todo o mundo, exigiam sempre que o seu adversário não fosse contratado para a mesma actuação.
Em 1987, Carreras foi atingido por um inimigo terrível: uma leucemia. Foi horrível a luta que o obrigou a diversos tratamentos e a um transplante de medula. Teve de ir aos Estados Unidos da América mensalmente, fazer tratamentos. A sua fortuna, embora elevada, esbateu-se rapidamente.
Nesta fase de dificuldades financeiras, soube que havia sido criada em Madrid uma Fundação para amparar os doentes com leucemia. Com a ajuda dessa Fundação, Carreras venceu a doença e continuou a cantar. Com o produto que começou a ganhar fez-se sócio da referida Fundação. Ao ler os estatutos, descobriu que o fundador e presidente dessa Fundação era Plácido Domingo. Soube também que o seu adversário criara a Fundação para ajudá-lo. Plácido manteve-se no anonimato para não humilhar o cantor rival.
Foi profundamente comovente o encontro dos dois. Carreras surpreendeu Plácido Domingo num concerto em Madrid e interrompendo a actuação, subiu de novo ao palco, ajoelhou-se a seus pés, pediu-lhe desculpas e agradeceu-lhe publicamente, recebendo pelo gesto de hombridade a mais calorosa e apoteótica salva de palmas dum público em lágrimas.
Plácido ajudou-o a levantar-se e, num forte abraço, selaram o início de uma grande amizade, que permitiu que cantassem no mesmo concerto juntamente.
Mais tarde, uma jornalista perguntou a Plácido a razão por que criara aquela Fundação para um adversário.
Plácido respondeu: “Porque uma voz como aquela não podia perder-se”.
Bela história de nobreza exemplar para todos aqueles que não reconhecem o valor e o mérito dos adversários e não procuram atempadamente a necessária reconciliação de Paz!
Com um fraternal abraço do,
Agostinho Teixeira “Verde”

Bufarda - Atouguia da Baleia - Peniche

Tal foi a Bufarda
Em Atouguia da Baleia
Meteram um militar
Na urna sem farda
Trocado por pedras e areia

Impensável, certamente
Que, 42 anos passados
Tenha havido imberbe gente
Que não dignificou os soldados

Haja, pois, mais respeito
Tirem-se as devidas ilações
Que provocam fraco efeito
Para as novas gerações

Julguem-se os responsáveis
Nesta justiça que tarda
De urnas sem cadáveres
De militares sem farda

De bufarda em bufarda
Acabe-se com essa ralé
Porque os homens da espingarda
Foram militares de boa-fé

Preste-se a devida homenagem
Aos que tiveram menos sorte
Honrem-se com vassalagem
Os que tombaram na morte

Que descansem eternamente
Na sepultura como seu beliche
Deixem em paz a boa gente
Das lindas terras de Peniche…

quarta-feira, 9 de junho de 2010

O TRISTE MANUEL ALEGRE (COM A DEVIDA VÉNIA)‏

 Presidenciais
Alegre ameaça processar quem põe em causa o seu serviço militar. O candidato presidencial Manuel Alegre divulgou, terça-feira, no seu site, o registo de cumprimento do seu serviço militar e adiantou que irá processar judicialmente quem, a «coberto do anonimato», tem levantado dúvidas sobre esta matéria!
«Para conhecimento de quem estiver interessado, divulga-se o registo do serviço militar de Manuel Alegre de Melo Duarte, que pode ser confirmado pelas entidades competentes, nomeadamente o Estado Maior do Exército», refere uma nota publicada no site http://www.manuelalegre.com/ Na parte final da nota, após serem enumerados todos os passos da carreira militar de Manuel Alegre, «nomeadamente em África e em situações de combate», a candidatura do ex-vice-presidente da Assembleia da República deixa um aviso aos sectores que têm levantado dúvidas sobre este período da vida de Alegre. Manuel Alegre «não tem nada a esconder, ao contrário dos cobardes que espalham calúnias a coberto do anonimato e contra os quais não deixará de agir judicialmente», refere a nota.

Exmo Senhor Manuel Alegre de Melo Duarte:
Mais do que conhecida criatura portuguesa, principalmente por meio das designações como Manuel Alegre, Poeta, Radialista, Advogado(?), ex-Deputado, ex-Vice-Presidente da Assembléia da Republica, co-fundador do Partido Socialista, (novamente) Candidato a Presidente da Republica de Portugal e tantas outras coisas mais, que não vem agora a importar muito para a lide em questão. Apresentando desde já os meus respeitosos préstimos, que não cumprimentos a Vossa Senhoria, começo por desde já dizer-lhe, meu Caro, que jamais posso ser incluído no rol daqueles portugueses que, descaradamente e ,em jeito de arruaça propagandística eleitoreira, desafia e apelida de ‘cobardes’, por se esconderem detrás do onimato, porquanto eu sou um cidadão nascido em , no dia 17 de Janeiro de 1962, que tem documento de cidadania
portuguesa com o numero de bilhete de identidade 6266610, emitido pelo arquivo de identificação de Lisboa e fui registrado com o mesmo nome que até hoje ostento, e não o mudei nem mudei de sexo, aproveitando alguma das leis que Vossa Senhoria fez o grande favor de empenhadamente trabalhar na Assembléia da Republica, nas suas horas vagas em que por lá se passeia, pago pelo dinheiro de todos nós que pagamos impostos ou seja, quem está a escrever-lhe esta missiva é, nada mais nada menos, que José João Massapina Antunes da Silva, um cidadão livre, como qualquer outro cidadão português e com os seus deveres fiscais em dia. Portanto, muito mal vai Vossa Senhoria no início da caminhada a uma candidatura presidencial, em que se apresenta mascarado de candidato supra partidário, embora o ar se  sinta empestado com a sua conotação política, quando começa desde logo por atacar os portugueses que não confiam em si, e jamais gastariam um euro para o ajudar sequer a chegar a casa de transporte publico, se lhe tivessem fanado a carteira nalguma reunião, ou esquina de boteco, ou nalgum descuido na pesca do robalo lá para as bandas do centro de Portugal, ou numa caçada aos ‘gambuzinos’ no Alentejo. Cada um faz como melhor entende, mas ao caminhar esta estrada, não lhe vislumbro grandes êxitos no curto prazo da sua vida política, no entanto Vossa Senhoria melhor decidirá, sem que no entanto não deixe de lhe deixar uma opinião, pela qual não paga nada, e que no meu modesto entendimento deveria começar por respeitar todos os portugueses por igual, tanto aqueles que em si confiam, como aqueles que de si só reservam muito más lembranças de um passado que deveria ser para esquecer, só que muitos daqueles que viveram esse passado jamais se vão libertar desses fatos tristes das suas vidas. Fatos em que Vossa Senhoria, tem participação efetiva, e pelos piores motivos, que depois passarei a enumerar, e tal como já lhe referi, o vou fazer sem qualquer temor, pois ‘cobardolas’ deve ser Vossa Senhoria, que ataca sem ver a quem ataca, como se fora cego a disparar a esmo o seu desespero e angustia de ter atrás de si um passado que não pode renegar, e muito menos mudar, pois ele está indelevelmente escrito, vivido e guardado para toda a posteridade, quanto mais não seja nas memórias de muitos que infelizmente consigo conviveram. Pauto a minha vida por olhar de frente para os homens, e nunca os medi aos palmos, por isso para mim, tanto valor tem um homem de 1,95 m, ou outro de 1,52, me dá igual a sua cor de pele, ou se os cabelos são loiros ou pretos ou se é careca, ou barbudo. Agora o que também faz parte da minha forma de ser, estar e viver, é: nunca, jamais deixar de responder a um desafio ou a uma ameaça, e desde já lhe posso dizer que NÃO TENHO MEDO DE NINGUÉM, E MUITO MENOS MEDO DE SI E DAS SUAS AMEAÇAS, pois um homem é um homem, e um bicho é um bicho, e estamos cá é para isto, para viver, e não para nos acobardar perante qualquer ‘pilantra’ que nos surja no caminho armado em pavão cheio de penas, mas com o rabo preso a um passado que tenta vir agora justificar... E posto que me excedi, nesta minha explanação inicial, para que Vossa Senhoria não possa ter a mais insignificante duvida, que não o vou respeitar enquanto homem, porque entendo que Vossa Senhoria não merece qualquer respeito enquanto tal, e muito menos vou acatar a sua ameaça de que quem falar de si terá que se entender consigo, pois também desde já lhe digo que vou falar de si muito mais do que Vossa Senhoria desejaria, e que eu mesmo pensaria ter paciência de falar, atendendo a sua mais do que manifesta insignificância terrena. Vamos lá então finalmente a ver, se o pessoal se entende cá com Vossa Senhoria, em todos os capítulos, para que fiquemos de uma vez por todas devidamente entendidos, pois se existe coisa que detesto na vida é mal entendidos. E quanto a heróis, como muito em sabe; os cemitérios estão pejados deles, e não o estou a ver como valendo grande coisa sequer para alimento das minhocas... Eu, José João Massapina Antunes da Silva sou um dos que o tem atacado nos mais variados locais possíveis e imaginários, assinando sempre com o meu nome próprio, porque não utilizo em local algum pseudônimo para me esconder, porque nunca o fiz, nunca o faço e nunca o farei, uma vez que sempre assumi tudo aquilo que digo e escrevo, com total frontalidade. Obviamente que o tenho atacado verbalmente mas de modo leal e o mais frontal possível porque considero que Vossa Senhoria não é digno de ser algum dia o mais Alto Magistrado da Nação chamada de Portugal, e muito mal andariam os portugueses se assim o designassem, e mais lhe digo que penso pela minha cabeça, não sou influenciado nem por A ou por B, e até me dou ao luxo de ser irmão de um membro da sua Comissão de Honra, ou Comissão de Candidatura, ou lá ou o que lhe queira chamar, e não seria por isso, e muito menos seria por causa disso, que lhe deixaria de zurzir uma valentes pauladas verbais, para o colocar no seu devido lugar, que não deveria ser sequer como Deputado da Nação, mas sim como mero cidadão, obrigado a cumprir os seus deveres e direitos como qualquer outro português digno desse nome. Deve ser realmente por causa da sua falta de dignidade e caráter que Vossa Senhoria tem sido um dos mais privilegiados desta Nação desde a épica Revolução de 1974. Vossa Senhoria diz, e muito bem, que em Agosto de 1961 foi incorporado no serviço militar obrigatório. E eu lhe pergunto desde já, o por que de tamanha admiração, e justificação da sua parte para esse facto, pois quem seria Vossa Senhoria para se assumir como exceção a regra da época. Todos os jovens da sua geração o tiveram que fazer, e ninguém que eu tenha conhecimento até ao dia de hoje, questiona esse facto inquestionável das suas vidas. Seguiu a sua vida militar, e daí também ninguém o questionou se foi soldado raso, ou se chegou a cadete, depois Aspirante, Oficial Miliciano e por ai afora, e até quem sabe podia ter chegado a Major ou até mesmo a General que nem o seu amigo, ex-chefe de rede bombista, e depois de limpa a sua ficha pelo seu outro grande amigo Mario Nobre Soares, transformado em Comendador Otelo Saraiva de Carvalho, e a que só já lhe falta ser colocado no dia do juízo final, no Panteão Nacional ao lado da Amália e dos reis, ou até quem sabe nos Jeronimos ao lado de Camões, Pessoa, e Vasco da Gama. Seguiu viagem para cumprir os seus deveres militares para Angola, como poderia ter seguido para a Guiné-Bissau, Moçambique, ou outra qualquer das colônias onde existia palco de guerra e militares portugueses destacados, ou esperava que o tivesse colocado a guardar lapas na guerra das Berlengas, ou da Ilha do rato em frente ao Lavradio-Barreiro. Diz que o seu pelotão recebeu missões para realizar escoltas e tudo o mais o que seria normal num palco de guerra, porque obviamente Vossa Senhoria não estaria a espera de se deslocar para a Guerra Colonial para ir banhar-se nas águas quentes da costa, ou comer camarão de papo para o ar nas avenidas de Luanda ou mascar tabaco no Nambuangongo. Refere que estive debaixo de fogo algumas vezes, (felizmente nunca se queimou, estorricou, ou lhe colocaram nada dentro dos bolsos para o fazer andar aos pulinhos no meio da picada) pois tudo isso foi muito bom para que dessa forma Vossa Senhoria pudesse tomar consciência das condições em que tantos jovens da sua geração foram colocados, por si próprio, quando mais tarde, segundo as palavras de muitos deles, que estão dispostos a testemunhar, era Vossa Senhoria que via radio como que dava as coordenadas de onde os “turras” poderiam encontrar os destacamentos, colunas e aquartelamentos, bem como as rotas das escoltas. Vossa Senhoria; não sei, não posso afirmar, nem o estou a fazer de modo algum, mas enquanto investido de militar, ainda por cima não um mero soldado raso, poderia ter acontecido dar esses mesmos dados, agora o que a história não consegue apagar é que isso aconteceu por via direta ou indireta quando já não estava a cumprir o serviço militar, e desde Argel, com a conivência direta de adversários de Portugal e dos Portugueses. Obviamente que Vossa Senhoria pode optar por uma autentica “peixeirada”, como aliás é seu timbre, em local próprio, com o digo eu, diz você, dizem eles, eles os seus Companheiros, e olhe que tem dezenas, centenas deles com muita vontade de o desmascarar na praça publica, e para isso basta falar com os muitos que nas diversas Associações de antigos militares, e de estropiados, lhe tem uma amizade tão grande que se você algum dia se descuidar a passar fora de uma passadeira para peões em zona movimentada, lhe pode acontecer bem pior que o simples braço partido a quando da campanha eleitoral para o 1º mandato do seu amigo Mário Nobre Soares. Está a ver como eu tenho uma memória de elefante, e como você conhece tanta gente que até já se esqueceu de um jovem e imberbe jornalista, de gravador em punho, em plena FIL, a poder ver e conhecer as imagens de momentos importantes para a história de Portugal. Já agora uma a parte, sem maldade, só por mais profunda amizade a pessoa em questão, ainda mais que até fomos Companheiros de Partido, e chegamos até a juntamente com outros Companheiros da época, lutar contra muitos daqueles que agora o estão a levar ao colinho na tentativa de o colocar como Magestade em Belém.
Será que a sua amiga arquiteta está boa, não a tenho visto, tirando o empenhamento com que defende os contentores para a zona ribeirinha, mas nessa altura ela já andava muito ao pé de si, pois se a vir, lhe transmita os meus mais afetuosos cumprimentos, vindos de um ex-dirigente da JSD e do PSD do Barreiro. Mas voltemos ao importante desta missiva, deixando as familiaridades para outras oportunidades.
Assim; a quando Vossa Senhoria foi parar ao aquartelamento de Quixico, perto da fronteira com o Congo, e acabou por dar tanto nas vistas da PIDE-DGS, que a coisa esquentou de tal forma que até lhe arranjaram, ou foi você mesmo quem arranjou uma oportuna doença para o tirarem de lá. Quero eu dizer, no meu entendimento, para que você obviamente se pudesse pirar de lá... Com aquilo que lhe acabei de dizer, não lhe estou de forma alguma a chamar ‘cobarde’ antes pelo contrário, pois

seguindo a velha máxima portuguesa, e que outros povos também usam; quem tem cu tem medo... Pena que na época não existiam atestados médicos para justificar, e hoje você até pode dizer que estava com paludismo ou outro qualquer mal tropical, sei lá até mesmo uma mordidela de macaco... mas o que deve ter sido mesmo, e existe ainda vivo na mente de quem se recorda, foi uma doença chamada de investigação da PIDE-DGS que o vitimou, e o jogou para a enfermidade. Foi mesmo a PIDE-DGS e não o paludismo que o atacou, confesse lá só cá para nós, que ninguém nos esta a escutar... Pois foi... em 1963 você foi passar férias pagas, por amável convite da PIDE-DGS, e ainda bem que você nem esqueceu o dia, e até acho que nesse dia todos os anos você deve comemorar, pois passou a categoria de mártir político, posto tão ambicionado pelos camaradas da época, que chegavam a andar quase a porrada para serem detidos e considerados da pesada na oposição. Engraçado como você só passa uma noite preso, e de imediato é passado a disponibilidade. Para logo depois a PIDE-DGS o alojar graciosamente nas suas instalações por mais 6 meses, e olhe que isso você nunca esclareceu lá muito bem, nem sequer em poesia. Esta sua epopéia de mártir político até faz lembrar as prisões e os exílios do seu grande amigo Mario Soares, em que o colocavam numa estância voltada para os coqueirais e para o mar, a passar férias, e lhe possibilitavam salvos condutos para rumar a Paris. Você optou por Argel, pois lá tinha uma radio, onde poderia continuar o trabalho iniciado em Angola. Conte lá, cá para a gente que ninguém nos esta a escutar, foi isso não foi... só que você não pode contar tudo. Como eu o entendo Vossa Senhoria, que ao contar uma história tantas vezes repetida, muitos acabaram por acreditar nela, e o consideram quase um igual ao General herói francês em plena Casablanca Você sabe muito bem que atentou contra Portugal nos idos anos de 1960, e contra aquilo que era a lei no momento, e que por tanto, ao estar a fazer isso colocou as vidas dos seus Camaradas em sérios riscos de vida. Não se pode agora vir fazer de santo, não pode vir escudar-se em maniqueísmos revolucionários para justificar o injustificável, ou vir dizer na praça publica batendo no peito umas trezentas e setenta vezes que nada fez, que não contribuiu para que muitos militares tivessem tido um destino bem diferente daquele que lhes poderia estar reservado. Sabe Vossa Senhoria, o que eu realmente gostava era que se juntassem esses ex-jovens, e no local próprio fizessem um frente a frente consigo, para que de uma vez por todas Vossa Senhora não se queira fazer passar por aquilo que realmente não é. Quanto ao resto... Pois estaremos cá para que a história algum dia o possa julgar a si, e a mais uns quantos que se fazem passar por verdadeiros santinhos democráticos, quando não passam de hereges. Fazer de democrata, aproveitando as circunstancias políticas, e as oportunidades é mesmo a imagem de marca de uma certa casta de políticos que foram paridos, para não dizer mesmo abortados, em 1974, e que tem conduzido tão bem Portugal para o abismo onde hoje se
encontra. Fico então a aguardar da parte de Vossa Senhoria que faça o que entender, pois pela minha parte não retiro uma virgula em tudo o que lhe escrevi, e em tudo o mais que lhe irei continuar a chamar, e a dizer de si. Lhe desejo uma campanha eleitoral a medida dos seus desígnios, e da vontade que tenho de que ganhe estas eleições, ou seja nenhuma vontade, de querer, ou sequer gosto em o saber a candidatar-se perante os portugueses debaixo de uma mascara da maior das hipocrisias possíveis e imaginárias. Faltou ainda dizer-lhe que vou publicar esta minha carta aberta, na grande maioria dos meus espaços na net, para que assim tenha as mais variadas oportunidades de a ler, e ao mesmo tempo de testar que me estou borrifando pura e simplesmente para as suas ameaças, e cá o estou a esperar para falarmos olhos nos olhos no local próprio se assim Vossa Senhoria na sua garbosa valentia de caçador, poeta e pescador o entender. Atentamente, um cidadão português a quem comprovadamente Vossa Senhoria jamais pode chamar de cobarde, e que fica ao seu dispor para outros esclarecimentos que por bem entenda, José João Massapina Antunes da Silva

massapinaopiniontotal, em 2010-05-12 06:11:44