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sexta-feira, 11 de junho de 2010

A Degradante Miséria Moral

Leonardo Da Vinci legou-nos, entre outras maravilhas do seu talento, uma obra admirável intitulada "Santa Ceia" representando a última Ceia de Jesus com seus discípulos.
Da Vinci pensou em representar no rosto de Jesus a bondade e o amor. Procurou um modelo para o seu trabalho. Depois de tanto buscar, encontrou num coral religioso um jovem de rosto belo e sereno semelhante ao rosto de Jesus. Convidou-o então para ser o modelo de Jesus no trabalho que pretendia realizar.
O jovem acedeu e passou a ir várias vezes ao atelier de Leonardo, que observou atentamente o jovem fazendo vários esboços. E a figura de Jesus ficou belíssima.
Da Vinci pretendia ainda outra coisa. Queria também representar a figura de Judas, que traíra Jesus. A sua obra estava quase pronta, mas a dificuldade era não encontrar alguém que representasse a figura sinistra de Judas, como ele a imaginara.
O seu trabalho esteve parado três anos até que o Cardeal responsável pela obra começou a pressionar o pintor para que o concluísse.
Leonardo procurou o modelo por caminhos sórdidos de delinquência e vício. Visitou cadeias e tascos nauseabundos de embriagados. Depois de tanto procurar, encontrou um jovem envelhecido, esfarrapado e sujo. "Está aqui um rosto sinistro de Judas" pensou. E ordenou aos seus auxiliares que lhe levassem aquele homem para o seu atelier.
Da Vinci viu no rosto daquele infeliz os sintomas da miséria moral semelhantes ao rosto do traidor. Ao despertar da sua sonolência alcoólica, o jovem olhou o quadro incompleto com espanto e tristeza e disse: "Eu já vi este quadro!"
"Quando?" - Perguntou Leonardo.
"Há três anos atrás, quando me convidou para ser o modelo de Cristo. Era um jovem cantor, cheio de sonhos e comportamento irrepreensível. As más companhias e as tentações do mundo atiraram-me à valeta da vida."
Quantos jovens se assemelham a Jesus, vivendo como Ele viveu, amando como Ele amou. Mas a droga, o alcoolismo, as más companhias levam à ruína moral que tantas vezes termina na prisão, no hospital ou na morte.
Estou a lembrar-me do Valdemar (se não for ele que me perdoe) que, se não tivesse deixado as bebidas alcoólicas, possivelmente teria morrido ou não teria a saúde de que hoje beneficia. Como ele, tantos outros e muito piores ainda.
Aqui fica este apontamento, quer sejamos religiosos ou não, olhando ao começo do respectivo texto, para reflectirmos um pouco sobre as contingências que a própria vida nos proporciona, através de emboscadas e ciladas constantes quase sem nos apercebermos.
Saudações amistosas!

4 comentários:

  1. Em Primeiro parabéns pelo maravilhosos texto que não conhecia.
    2º= Eu sim Valdemar Marinheiro.
    Tal como eu, foram três anos que vivi como Doente alcoólico crónico e fui um farrapo era tratado pouco menos que um tapate humano, ou um escarrador público totalmente abandonado por todos, (expecção minha esposa, Mãe Irmã e alguns poucos verdadeiros Amigos), mesmo pelos falsos amigos (os Alcoólicos como eu) quando deixei na parte final de ter dinheiro para lhes pagar, se aproveitavam da minha debilidade.
    Vinte e três anos passarma e há muitos que recuprei tudo com muito mais força e a vida deu-me coisas maravihosas.
    Partilho essa experiência e sou imensamente feliz.
    O Judas que fizeram dele vil traidor, vieram a provar passados três séculos, que ele não só não tinha traído Cristo e que sempre lhe tinha sido leal. Mas a Igreja teve e tem ainda todo o interesse em o manter como traidor.
    Mas provadamente sabe-se que não o foi, mas isso traria muitas inconveniências e descrédito á própria Igreja se viesse a repôr a Verdade.
    Se só ontem o Papa teve a coragem quase silênciosa de pedir perdão às vitimas da Pedofilia, que acarreta menos inconvenientes.
    Obrigado por trazeres este exemplo que muito pode ajudar na procura e ajuda a quem vive com Dependências,como: Tabagismo, Drogas (Estupefacientes) ou Alcoolismo, etc..
    Mais uma vez parabéns pelo artigo.

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  2. Gostei muito desta história que até poderá ser ficção, mas que nos dá a saber onde poderá chegar a degradação humana, quando não se tem uma estrutura mental bem estruturada...
    Infelizmente, "filhos de muito boa gente", como se dizia lá nas aldeias do Douro se têm "perdido" e não será só através da degradação física, mais visível aos olhares das multidões, mas sobretudo porque perderam os grandes princípios, que em boa verdade nunca souberam ou quiseram agarrar, antes preferindo o caminho das facilidades, no intuito de imitar, quem sabe, uns quantos, que esquecendo ou renegando as suas origens, vão sendo mais conhecidos, a maioria das vezes acusados de praticar actos, que fariam corar de vergonha os pais e avós, que sempre deram mostra de lisura de processos durante toda as suas vidas!
    Nunca é demais ler, reler e meditar nestes temas do bom carácter e ter o especial cuidado de passar a mensagem aos nossos filhos e aos filhos dos outros, sem a arrogância de que já sabemos tudo, porque em boa verdade, apesar de termos uns aninhos de experiências, por vezes, lá vem ao de cima as nossas imperfeições, o que é normal...
    O Agostinho Verde está de parabéns pelo excelente tema que trouxe até nós!...
    PIKÓ

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  3. Agradeço-vos do coração
    Mas, tal louvor não mereço
    Continuarei com a mesma opção
    A narrar factos que conheço

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  4. Agostinho e o Verde Vinho
    Agradeço do fundo do Coração
    Não bebas mais dum cartilhinho
    Para não beijares o chão
    II
    É a vida meu bom amigo,
    saber o bem reconhecer
    Assim ninguém corre perigo,
    se controlar e souber beber.

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