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segunda-feira, 24 de maio de 2010

Comadres no Alentejo...

...ao lado de um bom marujo há sempre uma Grande Mulher!
Artur Sousa
 - Comadre Engrácia numa correria dessas que raio te mordeu, que se passa contigo rapariga? Acalma-te que este Alentejo ainda vai ficar cá depois de irmos para os anjinhos um dia!
- Olá Eulália, eu sei disso, mas estou com pressa para contar á Malaquias que a festa da marujada este ano vai ser mesmo aqui pertinho, portanto não há razão para que não apareçam lá todas.
- Pelo que me contaste, Engrácia, minha querida, tenho pena de não ter ido o ano passado ao encontro perto da Figueira, e olha que o meu Zeca está bem arrependido também.
- Eu não te disse, que vale a pena vermos os nossos marujos que, quando se juntam parecem uns garotos autênticos! Olha Eulália, que quando começam a dizer que foi em Moçambique que aprenderam a fazer amor com aquelas pretas, que segundo parece eram elas que se punham debaixo deles e vê lá que, até  chiavam como ratas… dizem eles!
- Eu sei Engrácia, o meu Zeca até me diz que a companhia dele foi a que arrancou os três a tudo de novo quanto por lá havia! Que além das pretas, foram inaugurar quartéis, capitanias e que alguns foram baptizados com a primeira emboscada, onde morreu um pobre preto dos nossos e, que nem os batuques dos pretos escaparam pela noie fora!
- Então onde vai ser este ano, querida?
- Não me digas que não sabes? Vai ser aqui mesmo em Montemor e, a razão por ser aqui, é porque um deles que lhe chamam o Tintinaine, que se encarregou desta festança, quer juntar os Algarvéus que, como sabes ninguém os arranca lá debaixo daqueles buracos quentes, mas desta vez vai, Eulália! E olha que muitos já disseram que sim na internet… vamos ver se cumprem como cumpriam na Marinha.
- Na internet!? Como assim?
- Não sabes que com essa coisa, eles estão em contacto e que até as fotografias deles lá põem!? Claro, que agora já não são aqueles bonitotes/borrachos da nossa mocidade, mas alguns deles ainda estão catitas, Eulália! As barriguitas notam-se um pouco inflamadas, mas quanto ao resto ainda passam por uns bonitões e briosos, de tal maneira que até chamam briosa á Marinha também, vê lá!
- Não me digas que este ano vai haver uma carne de porco á nossa maneira?
- Não querida, aquela malta lá de cima prefere o caldo verde em vez da açorda alentejana, bacalhau do Zé do Pipo ou coisa assim parecida, e então carne nem te digo… nem te conto! E por fim tudo regado com a mixordia do vinho verde! Yak! que gostos!
- Olha Engrácia, este ano nem Santo António vai valer ao meu Zeca, se ele não for até o esgano, vais ver?!
- Certo, se vocês  forem, quero o teu Zeca bem juntinho ao meu Hilário para veres como é, para contares como foi…! Oh que alegria, rapariga!

5 comentários:

  1. Muita Inspiração.
    Relata com exactidão tudo o que envolve os Marinheiros e os torna no seu dia a dia seguidores de paixões permanentes.
    A Ti Rosa Cá do Norte se calhar também vai gostar de falar com a Comadre Algarveu.

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  2. Estes convivios, fazem-me lembrar o filme "Les Oiseaux se Cachent pour mourir", com Richard Chamberlain.

    Andamos tantos anos sem pensar-mos uns nos outros e nos entre ajudarmos e agora que estamos a ir de "patas pra frente" é que sentimos a nostalgie do passado.

    I'M SICK OF THEM ! ...

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  3. Dear Anónimo!
    Looks like you are not happy with these annual Navy gatherings. To tell you the truth, I never thought, as I am an immigrant, therefore, not ware that such gatherings were happening in our beloved country, till I received a letter from somebody that cares about us all, that someone I do not have to mention his name, evidently everyone knows who he is. The simple reason for these happenings, are due to the fact that only once in past generations was it possible! Just think about it, solders and sailors of past wars did not have the same chance as we do now, because of the power of internet! Furthermore, Navy is an Army by excellence, where traditions are totally different from the other branches of the military forces… Think again; imagine our sailors living in close quarters in the middle of the ocean, for months at a time, where understanding of comradie and life was a real necessity, middle ground friendship towards our peers was not an option. Either you are a real friend or real foe, better learn to be a real friend or the ocean could be one’s grave till the end of time. In conclusion as you have access to the internet it is healthier for a person to write something, that needs some mental thinking, instead of playing cards all day long, or fry our brains with excess of alcohol.
    No heart feelings, my friend… just food for thought...

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  4. Amigo Leiria, queira ter a amabilidade de me traduzir este testo em portugues !

    Formado com o 2° grau Salazarista, nunca pratiquei uma lingua de "cangorou"

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  5. Quem disse que eu nao estou satisfeito com os encontros anuais dos "fuzos" ?

    Emigrante nao significa (prisioneiro) do pais que nos acolheu ! Voce sera sempre o bem vindo.

    Pais bem amado que nao consegue dar o bem estar a seus cidadaos, eu classifico-o de mal amado.Ese é assim tao patriotista, porque se esta a exprimir numa lingua estrangeira em resposta a um comentario em portugues? Uma palavra ou uma frase pode-se escapar, mas o tudo é pretensioso.

    Sim mais vale escrever ou refletir qualquer coisa do que se afogar no alcool (o que nao é anti-fuzo).

    Hoje nos nao servimos pra lavar os pés aos Marinheiros da guerra do passado e assim a devisa mudou (pobre pais que teus filhos deixas fugir).

    Um amigo é um amigo, se ele nao é verdadeiro é um ser desprezavel, nao existem meias medidas na amizade.

    Sem mais,um ex-combatente , nao Marujo, mas Araujo

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