O Chamusca era filho da minha escola, a última vez que me encontrei com ele foi na Escola de Fuzileiros, no dia do nosso Cinquentenário. Nem sabia que ele tinha seguido a carreira militar, soube agora, no anúncio da sua morte, que tinha atingido o posto de sargento, não sei se chefe ou mor.
Depois da recruta nunca mais nos cruzámos, eu andei por Moçambique o tempo todo e ele só Deus sabe por onde andou. Tenho a ideia que ele era fuzileiro especial e deve, portanto, ter feito comissões nos destacamentos. Sendo voluntário como eu, ele ainda não tinha chegado aos 80, como eu também não cheguei ainda e era um dos voluntários mais velhos, completei os 18 anos de idade no dia da inspecção e ingressei na Briosa no dia seguinte, 10 de Março.
Parece-me que ouvi o Fernando Martins (16436) referir que foram juntos para o Ultramar, mas não sei para que província. Em 1965 ou 1966, o Fernando foi destacado para o Comando Naval de Moçambique e foi encontrar-se comigo no aquartelamento da Machava, tendo ingressado na equipa de tratadores dos cães de guerra.
Da Escola, em Vale de Zebro, até à Chamusca ainda são uns bons quilómetros, mas o Carlos (16306), cada vez que tinha uns dias livres montada na sua "motorizada" e lá ia ele a caminho de casa. Muitos quilómetros deve ter feito aquela motoreta!
Agora, lá em cima, não há motorizada que o carregue, nem me parece que lhe faça falta. Os anjos têm umas asinhas que os leva de um lado para o outro rápido e seguro.
Descansa em paz, filho da escola, os teus trabalhos neste mundo terminaram. Que Deus te receba na sua graça e te reserve um lugar, à sua direita!