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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

De férias na guerra!


A viagem de Lourenço Marques até Nacala a bordo do Império não podia ter corrido mais mal. Atafulhado de tropa com destino ao norte de Moçambique, não houve lugar nos beliches para o pessoal da CF8. Mandaram-nos arrumar a tralha onde fosse possível (não esquecer que naquele tempo andávamos sempre com a maca às costas) e dormir nos corredores ou no convés. Refilamos, confrontamos o nosso 2º Comandante com a nossa condição de pessoal da Marinha e a prioridade  que isso nos deveria garantir, mas nada adiantou. Para mim, em particular, foi mais um degrau na ladeira que tinha começado a descer desde o dia em que saímos de Lisboa.
Como vingança resolvemos levar do navio tudo aquilo que nos pudesse ser de alguma serventia. Eu carreguei com as toalhas de banho a que consegui deitar a unha. E que jeito me fizeram depois, em Nacala, naqueles fantásticos 17 dias que lá passámos à espera do transporte que nunca mais aparecia. O avião para nos levar até Vila Cabral nunca mais chegava e nós íamos aproveitando o tempo o melhor que podíamos. Era só praia, comer e dormir. E depois acabámos por ter que fazer a viagem de comboio até ao Catur.
Do Catur até Metangula foi uma saga que aqui já descrevi e não quero repetir. Viagem de alto risco, mas que acabou por correr bem, não houve incidentes com o IN nem acidentes de percurso. Podia ter sido bem pior. Pouco tempo depois, uma Companhia do Exército foi emboscada nesse percurso e teve tantas baixas que acabou por regressar à Metrópole para curar as mazelas dos que salvaram o físico, mas ficaram com a moral em frangalhos.
Felizmente, este ex-combatente escapou ileso e continua por cá para vos contar estas histórias.

2 comentários:

  1. Como curiosidade há hotéis que pôem (just in case) os preços em utensílios que podem fácilmente sêr gamados. Mas essa toalha vinha mesmo a jeito para a minha colecção... No Vera Cruz de '70 passámos um pouco mais ou menos a mesma cruz (prácticamente era atum + batatas dia sim, e vice-versa dia não)... Refilámos mas de nada nos serviu!

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  2. E que por cá continues por muitos anos, são os meus votos.
    Um abraço
    Virgilio

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