O antigo Complexo Real de Vale de Zebro, onde se instalou a Escola de Fuzileiros Navais, em 1961, é hoje o Museu do Fuzileiro. Da história do edifício sabe-se que em tempos foi gerido diretamente pela família real que abastecia as suas cozinhas dos produtos confecionados nos 27 fornos de cozer biscoito, armazéns de trigo e moinho de maré de 8 moendas que perfaziam o Complexo Real de Vale de Zebro. O terramoto de 1755 destruiu a estrutura e a reforma pombalina "deu-lhe" a sua imponente fachada principal. Visite o espaço para conhecer mais sobre a história e a evolução dos Fuzileiros em Portugal.
Já que não tenho matérias de grande interesse para publicar neste blog e para não passar a ser uma agência funerária, trazendo aqui as notícias triste da morte dos meus camaradas, vou tentar recordar-me desta minha intenção, a cada mês de Julho que começa, de falar do regresso dos velhos fuzileiros, Combatentes do Ultramar, à sua casa-mãe.
Já é habitual ser no primeiro sábado de Julho e este ano não é excepçao. A esta hora já se deu início ao programa estabelecido que consta da deposição de uma coroa de flores em homenagem aos mortos em combate na Guerra Colonial que foi a razão pela qual esta escola foi fundada. O terrorismo rebentou, em Angola, no mês de Março de 1961, a Escola começou a funcionar em Setembro desse ano e no primeiro trimestre de 1962, já estavam no teatro de guerra A CF1 e o DFE1, a que se juntaram várias outras Unidades de Fuzileiros, no decorrer desse ano, nomeadamente o DFE2 e DFE3.
Do norte do centro e do sul partiram esta madrugada muitos carros e alguns autocarros carregando os fuzileiros sobreviventes que vão matar saudades da sua Escola e dos camaradas que só aqui encontram e apenas uma vez por ano. Eu fui convidado para um desses autocarros, mas não me sinto com forças para aguentar uma viagem de 5 horas para cada lado, acrescida de uma manhã inteirinha em cima das pernas. Nem de muletas eu aguentaria esse sacrifício, por isso deixo esse trabalho para os mais novos e para os que moram mais perto.
Depois da cerimónia militar levada a cabo por uma «Guarda de Honra» organizada para o efeito, segue-se um pequeno discurso do comandante da Escola, agradecendo a presença de todos quantos ali estão e depois disso uma missa celebrada pelo capelão dos fuzileiros. Acabada a missa segue-se uma visita ao museu e depois o almoço na mata, onde se iniciava a «Pista de Obstáculos» da formação de fuzileiros e por onde todos passavam, durante a recruta.
Amanhã, espero que todas as contas de fuzileiros e dos seus grupos estejam a abarrotar de fotografias e escolherei algumas para trazer aqui e ilustrar uma nova publicação, a qual ficam já convidados a visitar. Então, até amanhã!