A Companhia de Fuzileiros Nº4 fez comissão em Moçambique entre 1968 e 1970. Comandada pelo Tenente A.P.Varandas incorporava pessoal de idades e escolas muito diversas. Para começar tinha como Quartel-Mestre o famosíssimo Sargento Trindade que na renumeração da 11ª Série ficou com o Nº 402. A título de curiosidade devo dizer que é um dos raros "fuzileiros" que aparece nos registos sobre a Guerra Colonial com um número de identidade de apenas 3 dígitos. Os outros sargentos tinham numerações na casa dos 2000, 3000, 4000, 5000 e 6000. Os Cabos espalhavam-se também por numerações tão diversas como 4000, 5000, 6000, 7000, 8000 e 9000, sendo dois deles filhos da minha escola, nomeadamente o 8135 - Filipe Cruz e o 8415 - Manuel Ferreira. Os Marinheiros eram Barras 64 e 65 e os Grumetes eram Barras 66 e 67.
Esta amálgama de numerações dá para perceber a diferença de idades de toda aquela tropa. Com gente de idades e escolas tão diversas acredito que não deve ter sido fácil criar um verdadeiro espírito de camaradagem entre eles. O isolamento em que foram forçados a viver, no tempo que passaram em Metangula e Cobué, talvez tenha ajudado a estreitar esses laços.
Houve alguém desta Companhia, ainda não consegui descobrir quem, que abriu um Blog no Sapo - http://cfz4.no.sapo.pt/ -, deixou lá uma lista do pessoal tirada a papel químico do «Livro dos Fuzileiros», uma dúzia de fotografias e desapareceu sem deixar rasto. Já enviei vários e.mails para o endereço que lá deixaram, já tentei descobrir através do Filipe Cruz, actualmente a morar em Paris, mas não consegui chegar a lado nenhum.
Hoje resolvi voltar a mencionar aqui o assunto e vou fazer o mesmo no Facebook, para ver se algum filho da escola dos mais "novinhos" (barra 64, 65, 66 ou 67) dá com a notícia e comenta qualquer coisa que me dê uma pista. No meio dessa confusão talvez haja alguém que tenha uma foto do Sargento Trindade que faz parte das minhas memórias de há 50 anos atrás. Era ele que todos os dias me acordava com o seu vozeirão a gritar «Alvorada», «Está na hora», «Enrola a Manta»!
Está na hora enrola a manta
ResponderEliminarE pega na manelika
Caminhando não encontra
Segue enfrente e não grita!
Para que não sejas ouvido
Por aquele que não te querem ver
Por falar muitos têm morrido
Numa guerra sem sem direito de o ser.
Na minha recruta, e no meu Pelotão um dos instrutores tinha o Posto de Marinheiro e tinha o nome de Varandas, isto foi em Abril-Julho de 1965, ora fazes referência a um Tenente Varandas numa Companhia em Moçambique nos anos 1968 a 1970, será a mesma Pessoa?
ResponderEliminarUm abraço
Virgílio
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ResponderEliminarNão pode ser. Este em 1968 já era 1º Tenente e as coisas não andam assim tão depressa.
ResponderEliminarMas havia mais Varandas nos fuzileiros. Quando tiver uma folga vou dar uma olhadela no livro dos fuzileiros e descubro quem é esse Varandas que era Marinheiro em 65.
Bom dia,
ResponderEliminarhoje, por mero acaso, deparei-me com este blogue. Foi com enorme emoção que li as referências feitas a meu pai, Joaquim Martinho da Trindade. Terei o maior gosto em facultar fotos, não só dele, mas também de vários camaradas.
Obrigada.
Rosalina Trindade.