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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Os Fuzos da CF3!


Na mesma semana em que aqui se falou do G3, filho da minha escola, e do livro que ele publicou, quero também lembrar o Fernando Maudslay e a CF3, Unidade de Fuzileiros em que ambos prestaram serviço na Guiné.
A Companhia de Fuzileiros Nº 3 foi uma das Unidades mais difíceis de formar. Havia uma enorme urgência em mandá-la para a Guiné e pouca gente disponível para a completar. Por essa razão foi decidido ir destacando para o Comando Naval de Bissau o pessoal que fosse aparecendo e a Companhia ia-se formando lá. Foram arrebanhados todos os grumetes da minha escola que não entraram na CF2 nem no Curso de Especiais, juntaram-lhe alguns Cabos e Marinheiros que tinham acabado o Curso de Reconversão e completaram o grupo com alguns sargentos e oficiais que eram indispensáveis. Não tenho dados aqui à mão, mas acho que este grupo, em que se incluia o G3, partiu antes do Natal de 1962.
Foi preciso esperar que acabasse a recruta e o ITE da escola de Setembro para se organizar o segundo contingente que seguiu em Março ou Abril de 1963. E só em Setembro desse ano, quando os recrutas da escola de Março de 1963 terminaram o ITE, é que foi enviado o último contingente e a CF3 ficou completa.
Não tenho a certeza, mas diria que o G3 já tinha desaparecido da Guiné quando chegaram estes últimos homens, ou seja, o comandante Vandschneider nunca conseguiu ter a sua Unidade completa.
Isto sou eu a a fazer história baseado apenas em suposições. Vou tentar arranjar alguém (da CF3) que leia isto e corrija aquilo em que eu estiver errado.
Quanto ao trajecto do G3 e tomando por base estes dados e a morte do General Humberto Delgado, tudo o que ele refere no livro se passou entre os fins de 1963 e meados/fins de 1965, e que corresponde à viagem entre Bissau e Casablanca. Depois disso, não houve mais nada senão PIDE, porrada e prisão.

3 comentários:

  1. O Fernando anda mais virado para o Facebook, falei com ele nas vésperas da apresentação do livro do G3, e ele disse-me isso mesmo, mas manda-lhe um E-Mail para o chamares á razão, estou a brincar é claro, ele ainda trabalha e com uns horários lixados, não lhe deve sobrar grande tempo e vontade para andar nestas lides.
    Um abraço
    Virgilio

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  2. Mesmo não tendo deixado aqui nenhum comentário, o Fernando telefonou-me para esclarecer dois pormenores.
    O primeiro é sobre a data do primeiro contingente da Companhia que foi para a Guiné na Primavera de 63 e não antes do Natal de 62.
    E o segundo é sobre a data da deserção do G3 que segundo ele aconteceu já durante o ano de 64.
    Como o General H.Delgado morreu em Abril de 65, quer dizer que a odisseia descrita pelo G3 no seu livro terá a duração aproximada de um ano.

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  3. No comentário anterior escrevi que o General Sem Medo morreu em Abril. De facto essa foi a data em que o corpo foi encontrado (dia 24), mas a data da morte foi a 13 de Fevereiro.
    Leiam abaixo um pequeno extracto da biografia escrita por Frederico Delgado Rosa, neto do General.

    «A morte do general que desafiou Salazar ao garantir que o demitiria da chefia do Governo caso fose eleito nas presidenciais de 1958 ocorreu a 13 de Fevereiro de 1963 perto da localidade espanhola de Villanueva del Fresno.
    Segundo o autor, a ideia de que Delgado foi morto a tiro pela PIDE 'foi uma mentira conveniente que permitiu ilibar muita gente'.»

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