O Blog da CF2 já foi denunciado como impróprio para ser visitado por gente de bem. Com a notícia que se segue, deixa lá ver se este segue pelo mesmo caminho.
Na entrevista de ontem à noite na TV que pôs frente a frente o Ministro das Finanças e a muito experiente jornalista Judite de Sousa, o assunto era a «Redução da Despesa do Estado». A Judite bem insistiu com o seu entrevistado, mas ele foi fugindo com o cu à seringa e acabou por confessar que isso não é coisa para se discutir em público.
O que ela queria era levar a conversa para os BMW's e outras máquinas de luxo que fazem parte da frota do nosso governo, para as mordomias concedidas aos «Boys» que alinham na classe governante, para os salários dos gestores das empresas públicas acima de 20.000€ e outras coisas similares. Mas o Ministro não se deixou conduzir para esses terrenos e a entrevista acabou por se esvaziar de conteúdo.
No entanto é sabido que o grosso da despesa do Estado, cerca de 70%, é salários. Para haver uma redução a sério só mesmo atacando essa grossa fatia dos 70%, porque mexendo na fatia dos 30% pouco resultado daí advirá.
Uma das maiores fatias, saída desses 70%, é para pagar as Forças Armadas e de Segurança, no activo e na reforma. Tanto quanto sei Portugal não está em guerra nem pensa entrar em nenhuma nos tempos mais próximos.Que tal então a ideia de eliminar todas as Forças Armadas de uma penada só?
As Forças de Segurança, GNR e PSP, e a Protecção Civil deveriam chegar para as despesas. Ao fim e ao cabo, tudo o que temos que fazer é controlar uns ladrõezecos que infestam o território nacional, uns mais encapotados que outros, e perseguir uns espanholitos que teimam em continuar a roubar-nos o pouco que resta dos nossos pesqueiros.
Uns aviõezitos, uns helicópteros e mais uns quantos navios patrulha devem chegar para fazer esse serviço e o resto passa-se a patacos. E poupa-se uma fortuna na manutenção.
Do mesmo modo é preciso pôr um travão na frota automóvel ao serviço de todas essas forças. A PSP é para andar a pé a patrulhar as ruas. A GNR e a Protecção Civil podem partilhar meia-dúzia de jipes para se fazerem transportar pelo interior desertificado do país e tomarem conta dos ladrões e dos incendiários. «Bombas descapotáveis» como a que se vê na imagem acima não fazem falta nenhuma.
A Brigada de trânsito, se for decidido que deve existir, tem que ser ensinada a fazer uma vigilância preventiva e não andar armada em «Bando do Zé do Telhado» apenas preocupada em assaltar a carteira dos condutores que circulam pelas nossas estradas.
E é preciso não esquecer que, depois de tudo isto entrar nos eixos, ainda continua a ser preciso reduzir os ordenados de toda essa gente em cerca de um terço, para que fiquem, mais ou menos, equiparados aos do sector privado que é, em última análise, de onde vem o dinheiro para pagar os salários de todos os servidores da coisa pública.
Ora muito bem, este é o tipo de conversa que o Ministro não pode discutir abertamente em frente das câmaras de televisão. Nem sequer tem a mais pequena ideia como poderá ser feito. E tem quase a certeza que ninguém vai querer tirar essa castanha do lume.
Assim sendo ...!