O ano de 1962 foi o primeiro em que o destacamentos de Unidades de Fuzileiros para o «Teatro de Guerra» teve o seu grande impulso. Nos fins de 1961 tinha apenas seguido para Angola o DFE1 formado por fuzileiros reconvertidos de outras especialidades.
Enquanto eu dava os primeiros passos na minha recruta, aprendendo a formar, marchar e marcar passo, fui assistindo à evolução da CF1, esta formada com fuzileiros da 1ª incorporação de raiz (filhos da escola de Setembro de 61), que andava de um lado para o outro preparando-se para partir para Angola, facto que viria a acontecer em 31 de Março.
Ainda mal tinham desaparecido da nossa vista os camuflados do pessoal dessa Companhia quando começamos a ver outro grupo que se formava, desta vez de fuzileiros especiais com o curso acabadinho de tirar. Tratava-se do DFE2 que em três tempos juntou as suas tralhas (armas e bagagens) e no dia 6 de Junho rumou à Guiné, sendo a primeira força da Marinha a pisar aquelas terras africanas.
E com a guerra a tomar proporções preocupantes em Angola, foram agrupados os fuzileiros restantes e completado o DFE3 que em 29 de Agosto marchou ao encontro do seu destino naquela colónia portuguesa.
Entretanto, eu e os meus camaradas de recruta já tínhamos jurado bandeira e íamos a meio do ITE. O comando da Escola de Fuzileiros fez saber que ia começar a formar a CF2 com destino a Moçambique e pediu que se increvessem aqueles que quisessem fazer parte dela. Com a vontade que todos tinham de evitar a Guiné, para onde seria enviada a Unidade seguinte, foi um «vê se te avias» de inscrições. Os amigos mais chegados agrupavam-se e lá iam rumo ao gabinete do oficial de serviço para dar o nome. Assim aconteceu comigo e mais 79 filhos da minha escola que me acompanharam nessa aventura. No dia 29 de Outubro (data oficial publicada) rumamos à terra dos Landins, onde a guerra ainda não tinha chegado... para nossa felicidade.