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sábado, 30 de julho de 2011

Custa-me assistir a isto!

A falta de resposta da 3ª Repartição leva-me a crer que já ninguém sabe por onde andam as papeladas referentes à "Marinhagem" dos velhos tempos. Pode até ter acontecido que os ratos tenham já roído parte desses velhos papeis que (do ponto de vista de alguns) dão mais trabalho do que valem.
Ora, eu sou da opinião que o período que medeia entre a perda de Goa (1961-12-19) e a independência de Angola (1975-11-11) tem um significado especial para a Marinha de Guerra Portuguesa no contexto da Guerra do Ultramar, também chamada Guerra Colonial. E assim sendo, devia o Arquivo Histórico da Marinha tomar a seu cargo a preservação de todo e qualquer documento que, de algum modo, esteja relacionado com este assunto/período.
Os historiadores hão-de querer espiolhar todos os documentos existentes sobre o assunto e dentro de um século, quando não haja já nenhuma memória viva desse período, serão os documentos escritos a sua única fonte de informação. E eu considero importantes os dados bibliográficos de todos aqueles que foram chamados a dar o seu contributo em prol da Pátria, quer voluntária quer involuntariamente, durante esses escabrosos 14 anos.
A esta distância no tempo, o problema começa a perder importância e já há quem tenha varrido isso da sua memória. Mas para os pais que perderam os filhos, para os filhos que nunca conheceram os seus pais e para as viúvas que perderam os seus maridos, vendo-se obrigadas a criar sozinhas os seus filhos órfãos, sabe Deus com que dificuldades, foi uma enorme tragédia que só a morte apagará das suas memórias.
É, por isso, minha convicção sincera que estes registos deviam ser informatizados ou, no mínimo, micro-filmados para os salvar da mais que provável destruição que acabará por acontecer se isso não for feito. Não é difícil nem custa muito dinheiro fazer isso. Como recursos podiam usar-se, em primeiro lugar, o software que foi desenvolvido para o Registo Civil, introduzindo-lhe a necessária adaptação, e, em segundo lugar, o pessoal da "Lista dos Supra-numerários" que o governo não sabe para onde mandar nem que trabalho lhe distribuir.
Quantos homens prestavam serviço na Armada em 1961-12-31?
Quantos foram admitidos desde aí até ao fim do ano de 1975?
Quantos participaram e quantos ficaram à margem desse conflito?
Quantos morreram ou ficaram estropiados (física ou moralmente)?
Quando abandonaram a Armada e que Posto atingiram?
Estas e outras perguntas ficarão sem resposta se não forem preservados os documentos a que eu pedi para ter acesso e que, por qualquer obscura razão que não consigo atingir, não me é concedido.

3 comentários:

  1. Sabem, sabem, e estão lá registados todos os teus passos desde o 1º dia de recruta, atá ao dia em que passaste à disponibilidade, passando à reserva da Armada, pode não haver é vontade de te fornecer dados de antigos colegas!

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  2. Peço desculpa, onde se lê (atá) deve ler-se até!

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  3. Quantos beneficiaram deste tempo de guerra para passar do estatuto de guarda cabrs a uma situaçao jamais imaginavel anteriormente ,
    Toda esta malta que se esqueceram de sua existencia mediocre e dos colegas que regressaram à vida civil.
    Nao me digam que nao temos malta competente para exercer estas tecnicas que o Amigo Carlos cita.
    Que todos os parasitas façam um esforço e se mostrem dignos do pao que genham !
    Ph. da C.

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