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sábado, 18 de fevereiro de 2012

Homenagem póstuma!

No fim do ano passado morreu um dos três «Peniches» que fizeram parte da Companhia de Fuzileiros Nº 2. Esta dos Peniches tinha uma certa graça, pois cada vez que a gente se referia ao «Peniche» havia sempre alguém que perguntava:
- Qual deles?
Mas deixem-me contar a história.
O primeiro dos Peniches era filho da minha escola, pertencia ao 1º Pelotão da recruta e também atendia pela alcunha de «Fragata», por ser oriundo daquela instituição da Marinha. Andou sempre a par comigo até abandonar a Briosa, aí pelo fim do ano de 1963, por razões disciplinares. Como havia mais dois Fragatas, na recruta, se alguém perguntava por ele vinha sempre a mesma pergunta:
- Qual deles?
- O Peniche!
O segundo dos Peniches era artilheiro, da escola de Março de 1961 e juntou-se a nós na CF2 como membro de uma equipa de artilheiros responsáveis pelas armas pesadas da Companhia. Competia-lhes a eles carregar com o Morteiro, a Bazuca e as MG-42. Os fuzileiros usavam apenas a G3, com ou sem tripé. Neste caso, quando alguém perguntava pelo Peniche a resposta era:
- O Artilheiro.
O terceiro dos Peniches era Sargento e comandava o 3º Pelotão. O nome oficial que constava em todos os documentos, Escala de Serviço, etc., era Sargento Leopoldo, mas no toma lá dá cá do nosso dia-a-dia era sempre o Sargento Peniche. Entre Cabos e Marinheiros, além dos Sargentos, ele era sempre mencionado como «Peniche» e se perguntavam:
- Qual deles?
- O Sargento - era a resposta que se ouvia.
Quando soube da morte dele escrevi qualquer coisa num dos blogs, mas não fui capaz de encontrar o que escrevi e hoje lembrei-me de voltar ao assunto, porque o Sr. 1º Tenente Idalino de Jesus Leopoldo, reformado da Marinha de Guerra Portuguesa, foi um dos melhores superiores com quem tive o prazer de conviver durante uma comissão de 30 meses, em Moçambique. Que me lembre foi o único sargento da CF2 que pôs os pés no Niassa e viveu connosco as primeiras peripécias ligadas ao arranque das operações da Frelimo, em 1964.
Os últimos anos da sua vida foram passados na zona da Cruz de Pau, Amora, sob os cuidados de uma filha que lá mora. A doença de Ahlzeimer que o dominou quase por completo fez com que não fosse possível ter uma conversa decente com ele, pois não reconhecia ninguém nem se lembrava de coisa alguma deste passado de que eu falo.

Fila de trás - Marcolino, Piaça, Marinho, Loureiro, Baltasar
Fila da frente - Marlon, Budens, Leiria, Rosa, Peniche, Camarada

Que descanse em paz o Sargento Peniche, pois o seu fado neste mundo terminou!

4 comentários:

  1. Carlos;
    Já que estás com a mão na massa, que tal se revisses os nomes e números dos presentes na foto.
    Quanto ao sargento Peniche, como comandante do meu pelotão, direi que foi um sargento à maneira. Que descanse em paz porque merecedor disso certamente o foi.
    Obrigadinho e mais...

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  2. A pedido do Leiria cá vão os nomes da malta que acompanha o Sargento Peniche na fotografia.
    Nomes, alcunhas, etc., tudo serve e da esquerda para a direita (como mandam as regras).

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  3. Hoje estive á conversa com um dos retratados na foto, o meu Vizinho Piassa, falei-lhe na festa que estás a organizar para 31 de Março, e ele disse que ainda não tinha sido contactado, não te esqueças dele.
    Um abraço
    Virgílio

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  4. O Piaça não é filho da minha escola. Ele já fez os 50 anos em Setembro do ano passado.
    De qualquer modo obrigado pela lembrança.

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