Um tiro, dois melros!

O ano de 2010 e parte de 2011 passei-os a tentar localizar o pessoal da Companhia de Fuzileiros Nº 8. A não comparência de muitos daqueles que contactei no convívio da Mealhada fez com que eu tenha abrandado os meus esforços para localizar o resto da malta. Mesmo assim mantenho ligado o radar e sempre que posso dou mais uma abanadela na árvore a ver se cai algum fruto esquecido.

Como já referi (no outro meu blog) há alguns dias topei com o Luís de Jesus (1220/64) no Facebook. Ele não percebe patavina de computadores, foi um filho que lhe abriu a conta, e anda por ali ás voltas, mas não consegue responder ás mensagens nem usar o chat. Conta de e.mail também o filho lhe criou para poder registar-se no FB, mas não tem a menor ideia como entrar ou usar aquilo. Enfim, uma completa paranóia para mim que precisava contactar com ele.

Reconhecendo essas limitações da parte dele, não abrandei o meu ataque cerrado e fui-o metralhando com mensagens, recados no chat, mensagens por e.mail, etc., esperando que, mais dia menos dia, ele fosse capaz de dominar a tecnologia e responder-me. Até que ontem, para fechar o ano em grande, ele conseguiu furar e responder a uma das minhas mensagens e enviar-me o seu número de telemóvel.

A partir daí, como é fácil perceber, tudo se tornou mais fácil. Entrei em contacto com ele, pusemos toda a informação em dia e quando lhe fiz a sacrossanta pergunta se tinha contacto com mais algum elemento da nossa Companhia, ele respondeu-me:

- Só com o meu cunhado.

- E quem é esse teu cunhado? Qual era o seu número?

- 1196/64.

- Espera aí que vou consultar a minha lista ... Deve haver algum engano, porque esse não consta como tendo pertencido à CF8!

- Ai isso é que pertencia!

- E tens a certeza do número? Qual é o nome do teu cunhado?

- Orlando Martins.

- Ah, está o problema esclarecido, não era o 1196, mas sim 1192.

- Pode ser, a memória está muito gasta ... como tudo o resto.

- Porque dizes isso? Tens problemas de saúde?

- Graças a Deus é o que mais tenho. Mal saio de casa agora.

- Isso é que é mau. Cuida-te para ver se no próximo ano volto aqui para te desejar umas Boas Entradas em 2013.

- Vou fazer por isso.

- E já agora desejo que o ANO NOVO de 2012, que está aí à bica, te traga muitas coisas boas, a começar pela saúde.

- Obrigado, para ti também e fiquei muito contente por me teres telefonado.

- Já agora diz-me mais uma coisa. Eras tu que era conhecido na Companhia pela alcunha de Montijo?

- Não, esse era o meu cunhado Orlando.

- Ok, por falar nisso não te esqueças de lhe contar esta conversa, dá-lhe o meu número de telefone e pede-lhe que me ligue. Ou então arranja o número dele e dá-mo que eu ligo-lhe.

- Ele é um tipo super-ocupado, nunca arranja tempo para nada, mas vou tentar passar-lhe o teu recado.

Bem, foi uma longa conversa, como podem ver por esta amostra. Eu não fazia a mínima ideia por onde andaria o Orlando, pois embora tivesse o número do telefone dele quem o atendia era a sua ex-mulher que apenas sabia que ele, depois do divórcio, tinha ido morar para a zona de Castelo Branco.

E, deste modo, tenho a minha lista de "desaparecidos" mais curta dois nomes à entrada deste novo ano de 2012. Não tenho grandes esperanças que algum dos dois se junte a nós num próximo convívio, mas pelo menos sabemos que estão vivos e de relativa saúde.