nma-16429.blogspot.pt é o meu novo blog. Seleccionem o link correspondente na coluna da direita e visitem-me!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

A Marinha Mercante!


Depois de sair da Marinha de Guerra um dos meus planos era ingressar na Marinha Mercante. Mas não era fácil conseguir isso. E, se calhar, arrepender-me-ia disso a vida toda. A ânsia de viajar, de conhecer outras terras e viver outras aventuras toma conta da nossa cabeça e faz-nos esquecer o que de negativo existe nessa vida. A vida a bordo, sem a presença feminina e o isolamento permanente em que se é forçado a vegetar, não são garantia de saúde mental para ninguém. Na minha primeira tentativa como emigrante, ainda arranjei colocação num navio mercante, no porto de Antuérpia, mas desembarquei de novo antes que ele largasse as amarras e se fizesse ao mar. Não gostei do navio nem da tripulação que ia ter por companhia.
Uma das variantes da Marinha Mercante que eu nunca conheci foi a de pesca. Da pesca e do bacalhau, em especial, gosto mais dele no prato. Com muito alho e regado com um bom azeite português.
Mas a minha vida girou sempre à volta de pessoas e coisas que tinham a ver com a pesca. Em geral e do bacalhau, em especial. Em Vila do Conde, onde fui parar quando tinha 16 anos, havia uma «Seca de bacalhau». Eram muitos metros quadrados de rede de arame, alinhados na margem do rio Ave, onde uma troupe de moças jovens passava o dia trabalhando. Estendiam o peixe ao sol, logo pela manhã, e depois viravam-no e ao fim do dia recolhiam-no todo para o armazém. Á falta de melhor distracção, entretinha-me por ali a olhar para elas.
Depois fui para Vale de Zebro e aconteceu-me o mesmo, na Seca de Palhais. E aí a coisa já era mais séria, pois a idade obrigava a andar sempre de olho em tudo o que fosse do sexo oposto. As oportunidades é que não eram muitas, mas sempre que podia dar o salto, lá ia eu. E depois, ao domingo, encontrávamo-las cá fora e já havia assunto de conversa.
Depois, havia também muitos filhos da escola que já tinham feito parte das campanhas de pesca do bacalhau e outros que o fizeram depois de saírem da Briosa. Tal como o nosso camarada Domingos Belo, o «Peniche» ou «Fragata», alcunhas por que era conhecido entre nós.
A pensar nisso tudo e por sugestão do Artur Sousa, o «Leiria», vou deixar-vos aqui um link para o caso de estarem interessados em assistir a um pequeno filme que tenta retratar a perigosa vida desses heróis da Terra Nova.

Sem comentários:

Enviar um comentário