É geralmente bastante difícil que nos convívios de quaisquer organismos e neste caso da Companhia Nº 8 de Fuzileiros, se consiga fazer ou concretizar tudo aquilo que em boa hora se planeou, pese embora a boa organização levada a cabo por pessoas de relevante mérito que aqui, não deixarei passar sem lhe prestar a devida homenagem e recompensa com as palavras mais usuais da literatura portuguesa: muito obrigado, Carlos Manuel Alves da Silva! Bem hajas pelo prazer que nos destes de podermos mais uma vez aniquilar as saudades de quarenta e tal anos.
Como atrás referi, o tempo não chega para tudo e ficou, um pequeno discurso por fazer, que estava preparado e que me apraz dar-vos conhecimento do seu teor, para poderdes comentar ou censurar a fraca prosa, por mim, nele escrita:
Caríssimos filhos da escola, caríssimos familiares, caríssimos convidados, minhas senhoras, meus amigos!
Apesar da alegria que todos sentimos neste momento, há coisas que não devemos esquecer; são aqueles que, por qualquer motivo não puderam vir, embora gostassem de estar presentes. Mais que isso, são também, aqueles que faleceram em combate ou noutras circunstâncias, quer em serviço militar ou mesmo civil. Levaram consigo as mesmas recordações de amizade que hoje nos une, a nós, ainda vivos. Para esses que partiram, vamos expressar-lhes numa singela mas justa homenagem, de pé, em sua memória, guardando um minuto de silêncio…
Eles e nós, fomos colegas das boas e más ocasiões; fomos colegas de caserna; colegas de combate, colegas das cervejas, colegas das tristezas e das alegrias. Enfim, colegas, filhos da escola!
É por isso que hoje, aqui estamos, para cimentar essa amizade e aumentá-la cada vez mais! Estamos aqui, para reviver, momentos inesquecíveis que nos tornaram amigos para sempre! Hoje, somos poucos! Para a próxima seremos mais, porque uns irão avisando e trazendo outros! Não posso, contudo, deixar de enaltecer a maravilhosa e louvável ideia, de quem abnegadamente tomou esta iniciativa, para que houvesse esta amicíssima confraternização. Bem-haja! Sempre lhe transmiti o meu sincero e incondicional apoio.
Queria entretanto, fazer um pequeno reparo e apelo: devíamos trazer as nossas esposas, (?) verificando que a maioria delas está presente. Elas, provavelmente, quase todas, eram já nossas namoradas quando fomos incorporados na Marinha. Tiveram preponderante importância durante o nosso serviço militar, através das suas cartas, fotografias e outras recordações. Elas, caros amigos e minhas senhoras, foram para nós, autênticas molas impulsoras que nos deram ânimo nas horas tristes, coragem nos piores momentos e entretenimento nas horas de ócio. Quem não gostava de receber uma cartinha ou fotografia, para se deliciar, seguidamente, lendo e contemplando a cara da sua amada? Posso afirmar e, penso que estareis de acordo: elas, valeram para nós, tanto ou mais que uma MG42 com os seus 1.200 tiros por minuto! Além disso, elas hoje, fazem parte desta grande família naval que não deixa de aumentar!
Quanto a nós, meus amigos e minhas senhoras, é tão agradável e maravilhoso, percorrer o país de Norte a Sul, de Nascente a Poente e, até no estrangeiro e, encontrar alguém que nos toca no ombro e sentir a sua voz: Oh filho da escola! Depois, aquele abraço de quem há muito se não via. É isto que nos congratula, que nos trás aqui, que nos regozija, que nos torna mais homens, porque, temos amigos em qualquer parte do mundo!
Termino, fazendo votos muito sinceros para que, não esqueçamos este dia e, se proceda com a devida antecedência à marcação da respectiva data da nova confraternização. Deixo aqui o pedido sincero de desculpas por tudo e a todos pela maçada que ousei dar-vos.
Muito obrigado!
Viva a Companhia Nº 8 de Fuzileiros!
Vivamos todos!
Viva a Marinha!
Viva Portugal!