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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Festa de Natal na Messe!

Festa de Natal de 1965. Estação Radio-Naval da Machava, em Moçambique. Para alguns a primeira passada em África, longe da família. Mesmo assim e pela animação que se adivinha nas caras dos participantes, parece que posso afirmar que ninguém estava com saudades do "Puto". A comissão de serviço ia ainda no seu 2º mês e a novidade de tudo que nos rodeava fazia com que tristezas e saudades ficassem esquecidas, ou relegadas para segundo plano.


A banda de música reuniu a maioria dos sargentos da Companhia 8. Os instrumentos musicais eram muito pouco convencionais, mas ninguém parecia dar por isso, pois a música fluía sem problemas e a animação era grande. Uma noite inesquecível para todos eles, tenho a certeza.
Ainda bem que alguém se deu ao trabalho de guardar estas preciosidades para nos permitir fazer marcha-atrás no tempo e recordar estes momentos, 45 anos depois.

6 comentários:

  1. Ainda nos vem ao ouvido o som da Bazuka, Laurentina e 2 M.
    Verdade que os Natais eram vividos com tal intensidade entre a camaradagem que não sentíamos grande vazio naquele dia.
    Recordo os Natais que foram vividos com enorme alegria. Ao contrário de um que no dia 24 navegavamos aqui no mar do Norte e o Jantar foi massa guizada e a ceia nem deu para ir ao refeitório "apesar de isso de ceia às onze da noite, não me dizer nada" tal era a bagalhoça deu isso sim para fazer um quarto sempre a chamar pelo Gregório, com o balde enfiado ao pescoço.
    Como dizes e muito bem:- há sempre alguém que guardou estas preciosidades.
    Foi bom recordar, pois elas nas nossas unidades era vividas estas quadras com intensidade.

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  2. Foi pena ninguém ter fotografado, a minha 1ª passagem de ano em Metangula, lá em baixo de guarda às lanchas que estavam atracadas no cais, foram só 4 garrafas de Uhisky para 6 Fuzos fazerem a guarda de joelhos, era a festa no meio da guerra!:)

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  3. Nessa mesma noite,de muito calor,entrava eu de serviço a uma das torres metálicas que a unidade de fuzileiros da Machava continha com um potente projector e duas tarimbas para os grumetes marretas descansarem.Ao longe,muito longe, entre o silencio absoluto, ouvia-se um comboio a vapôr que passava misturando-se com o cantar dos grilos e o rufar dos tambores provindos das sanzalas mais próximas.Enquanto isto,no meu pequeno trasístor,uma voz feminina muito suave, acalmava os espíritos de todos os que estavam de serviço naquela hora, ao serviço do próximo:médicos,militares e todos os que sofriam.
    A fotografia que acaba de ser publicada,demonstra bem a união e a unidade em que todos estava-mos imbuidos.E hoje? será assim com todos?

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  4. a´merico laranjeira9 de outubro de 2010 às 21:05

    Então ex fuzileiros da C.Nº8,onde estais vós? Onde está a vossa memória? Já vos esquecestes de tudo aquilo que fizestes e destes na vossa juventude em nome de Portugal.Eu, não me esqueci e jamais me esquecerei.
    Se não qiuzeres falar de guerra,falai de paz.Falai da antiga Lourenço Marques,do bar Vasco da Gama,da Avenida de Angola, da rua Araujo ou do Continental etc.etc. Não devemos ter vergonha do nosso passado porque o que fizemos só nos honra.
    Falai à vontade,porque o povo de Moçambique hoje são nossos amigos e nós amigos deles.Tenho a certeza que eles compreenderam a nossa luta como nós compreendemos a deles e hoje somos irmãos.

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  5. Américo, somos irmaos ou uma familia d'ursos ?

    Haviam tarimbas pros grumetes marretas e os outros iam pro Hotel Polana?

    Porque nao falar da rua Consigliére Pedroso onde existia o mais célebre Bar Discotéca !Nao tenho vergonha do meu passado mas sim,de nossos "governantes e pequenas merdas que lhes lambiam as botas".Filhos de puta que eram capazes de vender os pais pra ganharem 600 paus por mês.

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  6. Meu caro: verifico que conheceu muito bem, como eu, Moçambique e assim, dir-lhe-ei, que tambem por diversas circunstâncias não tenho boas recordações dos governantes de que fala.Porém, sei que existem hoje alguns ex militares que embora respeite,por razões ideológicas,sentem-se encomodados de terem sido ex combatentes esquecendo-se que, o que agora sabem da vida, se deve ao ramo a que pertenceu, não dando muita importancia agora, aos valorosos camaradas
    que deram tudo por Portugal e não por aqueles governantes.

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