Procurar 140 ou 150 homens que pertenceram a uma Companhia de Fuzileiros e desapareceram no mundo há mais de 40 anos não é tarefa fácil. De palpite em palpite, de informação em informação, fui correndo o país de norte a sul tentando confirmar aquilo que me chegava aos ouvidos. Na maior parte das vezes fui bem sucedido e consegui localizar e entrar em contacto com aqueles que procurava. O pior foram os casos em que nenhuma informação chegou até mim. Aí não havia nada a fazer.
Um dos casos em que me garantiram a origem de um dos nossos camaradas e não fui capaz de chegar a lado nenhum, foi o do Silvério Pires. Um dos filhos da sua escola e (parece-me que) transmontano também informou-me que o Silvério era de Miradeses, Vale Salgueiro, Mirandela.
Rio Rabaçal - Vale Salgueiro
Tentei entrar em contacto com o Presidente da Junta de Freguesia desta localidade, mas não o consegui. Acredito que nas aldeias remotas de Trás-os-Montes não haja alguém em permanência nas instalações da Junta e por isso o telefone toca sem que ninguém o atenda. Optei por enviar uma carta pelos CTT, acreditando que numa terra tão pequena o carteiro encontraria o destinatário sem qualquer problema. Enganei-me e uns dias depois recebi a carta devolvida à procedência.
Há dias, em conversa com outro dos filhos da escola do Silvério, contei-lhe este episódio e ele respondeu-me logo que estava tudo errado. O Silvério não era nada de Vale Salgueiro, era do lugar de Paitorto da freguesia de Suçães.
Paitorto - Suçães - Mirandela
Hoje voltei ao velho exercício de marcar o número de telefone da Junta de Freguesia desta localidade e o resultado foi o mesmo que consegui no ano passado, ou seja, nada. Não me convenço que o Silvério tenha passado a vida naquele fim de mundo, o mais certo é ter emigrado, mas pode ser que alguém se lembre ainda dele ou da família dele.
Coincidência ou talvez não, o facto é que, nos últimos tempos, tenho passado muitas vezes na estrada nova que liga Mirandela a Valpaços, o mesmo é dizer que a dois passos do lugar de Paitorto e sem imaginar que tal lugar existia.
Na próxima vez que ali passar vou desviar-me até Paitorto e procurar por alguém que me saiba dar notícias do nosso camarada da Companhia 8 de Fuzileiros. Se é vivo ou morto, se vive cá ou no estrangeiro e se está de saúde como eu desejo. E depois vos contarei o resultado!
Á grande Paitorto, que deste um Fuzileiro à Comp.8!
ResponderEliminarÀ Grande Tintinaine, que continuas à procura deles por todos os recantos, enquanto puderes mexer as perninhas!
Força Camarada, FORÇA!
Bravo camarade Carlos,tipos como tu jà nao se fabricam e mesmo na nossa época (anos 40) se fabricaram poucos.
ResponderEliminarIsto tudo para contar aqui uma anedota acontecida em 2008;realizou-se neste ano e no s principios do mês de maio uma confraternizaçao do 4° DFZE fui de proposito a Portugal com a intençao d'assistir à reunion de camaradas que nao via à 43 anos.
Dois dias antes telefone ao organisados que habita em Queluz e lhe peço informaçoes de qual a melhor maneira de ir à Escola de Fuzileiros,sabendo que partia de Faro no Alfa Pendular das 7 da manha e que certamente o termius seria a estaçao do Oriente.Tive como resposta: apanha um tàxi .Nao foi capaz de contactar um camarade que habite na margem Sul e me desse rendez vous para me trazer.Eu acabei por passa um dia em Lisboa e beber uns copos como nos velhos tempos !... Tenho a certeza que o 16429 nao me teria deixado abandonado tao proximo da meta.De vez penso que os Fuzos "navais" sao mais porreiros que a merda especial!
Um abraço a todos ,
Tu sabes bem, que se encontra de tudo, Amigo Filipe!
ResponderEliminarTodos temos qualquer coisa de especial dentro de nós, uns pela positiva, outros pela negativa, e o mais inteligente é aquele que sabe viver com todos, ou pelo menos que tenta adaptar-se!
Bonne Santée.