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quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O Leão desceu à cidade!

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Não sei como estão os vossos conhecimentos de zoologia, mas é um facto que o leão com a idade vai rompendo as suas unhas. Quanto mais velho mais as unhas estão gastas e não consegue caçar.
Na caça o leão salta sobre a sua presa, crava-lhe as unhas na pele para a não deixar fugir e cerrando as suas fortes mandíbulas sobre o pescoço da vítima, parte-lho ou sufoca-a. Quando a presa é grande demais para um leão só, juntam-se vários para conseguir derrubar a presa. Quando as unhas começam a ficar gastas o leão tem dificuldade em se agarrar à sua presa e deixa-a escapar. Com o avançar da idade isso torna-se cada vez mais frequente, não conseguindo caçar o suficiente para garantir a sua alimentação.
Chegado a esta fase o leão começa a rondar as povoações, na mira de deitar as unhas a algum animal doméstico ou até a uma criança que lhe possa saciar a fome. É nesta fase da vida do rei dos animais que ele se torna perigoso para os humanos e há que ter cuidado para não lhe cair nas garras.
O leão que vêem na foto acima passou por todas estas vicissitudes até cair morto de fome. Um certo dia, em Metangula, começou a ouvir-se um zum-zum sobre alguém ter avistado um leão a rondar a povoação, depois do sol-pôr. Alguns dias depois faltou um cabrito no curral de um dos moradores da tabanca. O zum-zum a respeito da possibilidade de andar por ali leão, aumentou. No dia seguinte o leão atacou uma criança e fugiu com ela para o mato. Como houve testemunhas do ocorrido, foi organizada uma batida nas proximidades para tentar resgatar a criança ou, pelo menos, abater o predador. O resultado desta batida foi um completo insucesso e os aldeões tiveram que conformar-se com a perda da criança.
Poucos dias depois e por mero acaso, um indígena descobriu o leão, deitado entre o capim, a meia dúzia de metros da picada por onde seguia. Por trás da caserna dos especiais, numa pequena elevação do terreno coberta de capim, longe de qualquer tabanca, foi onde o leão se refugiou quando sentiu faltarem-lhe as forças. E ali terminou a vida daquele caçador, vencido pela idade e pela fome.
Para quem nunca tinha tido a oportunidade de tocar num bicho daqueles, foi uma festa. E todos quiseram fazer uma fotografia para mostrar aos netos o seu troféu de caça.
Homo Sapiens, o único sobre a terra capaz de caçar «o caçador»!

2 comentários:

  1. Amigo Tintinaine

    Que o «Leão» andava mal de saúde, já suspeitava,agora morto, é que não esperava.

    Um abraço

    Virgilio Miranda

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  2. O de Metangula morreu à míngua
    O de Lisboa ainda mantém a vida
    Paulo Bento, tento na língua
    Para te safares da despedida

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