O nosso Ministro dos Negócios Estrangeiros deu uma entrevista ao Expresso, no passado fim de semana, meteu os pés pelas mãos e fez asneira. Arrasou o governo do seu chefe, pediu um novo governo de coligação e avisou o país que poderia ser necessário abandonar o euro. Não podia ter feito borrada maior.
O Sócrates, se bem o conheço, não tem outro caminho a não ser substituir a besta que assim o desacreditou. A pressão para que o governo seja remodelado é grande e eu acredito que ela vai acontecer, mais dia menos dia. E o Amado bem pode começar à procura de novo emprego. Um onde se faça mais Bem-Amado.
Por outro lado ele devia saber tão bem quanto eu que um governo de coligação não é solução nenhuma. Tudo o que os políticos querem e fazem, é repartir os tachos que há (e criar mais alguns para o efeito) pelos amigos. Pensam neles próprios em primeiro lugar e depois no Partido, como meio de os ajudar a conseguirem o que pretendem. E como todo o mundo sabe, o que há é pouco para dividir entre todos, mesmo tratando-se de um partido só. Não é, portanto, possível nem nunca será, fazer com que um governo de coligação funcione neste país.
Mas a pior asneira, na minha opinião, ainda foi a referência à eventual saída do Euro. Eu estou convencido que o Euro está para os portugueses como o inferno está para os pecadores, uma vez lá entrados não se pode sair nunca mais. Imaginem só qual seria a cotação da nossa nova moeda se tivéssemos que abandonar o Clube dos Ricos por razões de falência. Para não falar no insustentável custo da emissão dessa moeda.
Só para fazermos um pequeno exercício matemático, vamos supor que o BCE estabelecia um valor de 0.25€ como cotação da nossa nova moeda. Como pagaríamos a "enormíssima" dívida externa, de repente multiplicada por quatro? E os juros que valor atingiriam? Sim, porque a dívida é em Euros e Dólares que teriam que ser comprados ao câmbio estabelecido para pagar aos credores. É certo que poderíamos aumentar as exportações, mas como pagar aquilo que importamos, aos preços a que todos os produtos, desde a energia aos automóveis, passando pelos artigos farmacêuticos e de consumo, nos seriam oferecidos? Nem é bom pensar nisso! A única solução é continuar com o Euro, por muito que isso nos custe. Por muitos sacrifícios que nos exijam será sempre melhor que sair (digo eu).
Ou seja, o homem disse asneira e da grossa. E vai ter que pagar com língua de palmo!
Sou um «inimigo» declarado da moeda «Euro»,mas por uma razão muito minha, não me entendo com esta moeda e seu «filhotes os tais cêntimos», mas concordo que enquanto nos suportarem na U.E. a melhor solução é aguentar o Euro, por muitas saudades que eu tenha do nosso Escudo, quanto á entrevista do Amado, tenho o Expresso aqui ao meu lado, e ainda só vi a primeira página, realmente os que os Políticos dizem já não me aquece nem arrefece, embora sofra as consequências dos seus actos.
ResponderEliminarUm abraço
Virgílio
Vamos esperar para ver como acaba esta história.
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