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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Agora digam lá...

...se os alentejanos
não têm jeito para a poesia...

...oOo...
A PILITA ALENTEJANA

Rija, enquanto durou.
Agora q'amolengou
e antes q'a morda a cobra,
Vou atá-la c'uma corda
Pra ela nã me fugiri.
Preciso da sacudiri,
Leva tempo pá'cordari
Já nem se sabe esticari.
Más lenta q'um caracoli,
Enrola-se-me no lençoli.
Ninguém a tira dali,
Já só dá em preguiçari.
Nada a faz alevantari
E já nã dá com o monti,
Nem água bebe na fonti.
Que bich'é que lhe mordeu?
Parece defunta, morreu.
Deu-lhe p'ra enjoari,
Nem lh'apetece cheirari.
Jovem, metia inveja.
Com más gás q'uma cerveja,
Sempre pronta p'ra brincari.
Cu diga a minha Maria,
Era de nôte e de dia.
Até as mulheres da vila,
Marcavam lugar na fila,
P'ra eu lha poder mostrari!
Uma moura a trabalhari,
Motivo do mê orgulho.
Fazia cá um barulho!
Entrava pelos quintais,
Inté espantava os animais.
 Eram duas, três e quatro,
Da cozinha até ao quarto
E até debaixo da cama.
Esta bicha tinha fama.
Punha tudo em alvoroço,
Desde o mê tempo de moço.
A idade nã perdoa,
Acabô-se a vida boa!
Depois de tanto caçari,
Já merece descansari.
Contava já mê avô:
"Niuma rata lhe escapou!"
É o sangui das gerações.
Mas nada de confusões,
Pois esta estória aqui escrita,
É da minha gata, a Pilita!

4 comentários:

  1. Tinha que ser do Leiria
    Mesmo não sendo invenção tua
    Quer de noite quer de dia
    É a verdade nua e crua...

    Claro, está muito boa
    Faz-me lembrar a de Braga
    Que muito se apregoa
    Dava duas à noite
    E quatro de madrugada
    Mas agora a força foi-se
    E a gaja só se caga...

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  2. Agostinho; és um valentão!
    Que estás sempre atento.
    Contigo não consigo não…
    Com poesia tua jamais aguento.

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  3. Atão que nã é agora
    Pilão mas uma pila
    Coitada chgou a hora
    Certamente já não engrila
    II
    Ao recordar bons momentos
    Relembrar grande alegria
    Também nos tráz sentimentos
    Por tal obrigado ó Leira
    III
    Mas a Pila coitadinha
    Também tem dias contados
    Guardá-la bem guardadinha
    Se não ainda cai aos bocados
    Iv
    Comadre também a minha,
    Hoje é Pila foi Pilota
    Agora poupo-a coitadinha
    Senão indahá Bancarrota

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  4. Em Poesia ou em prosa sou mais do tipo pés de chumbo, por isso só me resta dar os parabéns aos três Poetas que aqui nos deixam estas rimas.
    Um abraço para eles
    Virgilio Miranda

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