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sábado, 24 de abril de 2010

Contrastes - Desigualdades inacreditáveis!

Tenho 36 anos, sou trabalhador independente, o meu pai – falecido há cinco anos – (era capitão do Exército) e a minha mãe, actualmente na reforma, com 67 anos, era professora do Ensino Secundário.
Como todos os “jovens“, sou um pouco desinteressado em relação ao que diga respeito a reformas, parece-me ainda tão longe, mas tenho seguido à distância os debates acerca da falência da Segurança Social. Recentemente, soube, pela primeira vez, o valor da pensão de reforma mensal da minha mãe: 2.795,04 euros brutos – 2.171,73 euros líquidos. Nada mau para uma professora do Ensino Secundário, hem? Será que os professores do activo – sempre em permanentes reivindicações salariais e a criar instabilidade social – sabem das belas reformas que vão auferir?
Agora, portugueses e portuguesas, leiam isto com atenção: para além desta reforma, acresce ainda uma pensão de sobrevivência (?) pela morte de meu pai, no valor de 954,84 euros brutos (672,06 líquidos), ou seja, dá um total de 3.749,88 euros brutos – 2.843,79 euros líquidos. Na moeda antiga, corresponde a um total de 750 contos brutos e 569 contos líquidos, mensalmente. Fiquei estupefacto...
Mas não é tudo. Enquanto filho de um oficial do Exército (somos quatro irmãos), gozei de grandes benefícios ao longo da minha vida, designadamente na assistência médica (ADME), no hospital militar (até internamentos e operações sem pagar um tostão) e as férias (baratinhas...) nas ricas messes de oficiais.
Os militares têm outras vantagens conhecidas, como, por exemplo, pagarem apenas ¼ do preço dos bilhetes nos transportes públicos, fora o que não se conhece.
Baseado na minha experiência pessoal (acompanhava o meu pai aos quartéis), não tenho dúvidas de que são uma classe improdutiva e despesista para o país, mantendo uma posição dominante baseada nas enormes regalias conquistadas no 25 de Abril, como se o país lhe devesse tributos eternos. Agora, o que é inacreditável é que uma reforma de professora do Ensino Secundário naquele já de si elevado valor (e que continua a gozar das regalias acima referidas) seja ainda acrescida de um outra – mas em que país é que uma mulher de um oficial das forças Armadas precisa de uma “pensão de sobrevivência”?
Por que é que há umas reformas de 200 euros ou menos e outras de 2.795 euros ou mais? Mil euros por mês para todos os reformados não chegavam? Por que é que a minha avó (mãe da minha mãe) trabalhou até aos 90 anos de sol a sol nos campos e lameiros, conseguindo criar e dar uma licenciatura a todos os seus oito filhos e filhas, e tem uma reforma de 200 euros? Uns são mais do que os outros? Quem trabalhou mais e quem trabalhou menos? Que justiça social é esta?
Será preciso muita coragem por parte deste Governo para continuar a mudar os interesses instalados neste país (políticos e forças armadas à cabeça) e para aplicar uma verdadeira justiça social na distribuição mais equitativa dos rendimentos! O problema é que os governantes também têm uns vencimentos muitíssimo altos e, mexer com os outros é dar punhaladas a eles próprios!
O que eu sei, cada vez com mais certeza, é que as casas dos portugueses de hoje estão cheias de telhados de vidro.
Oh Pátria, erga-se a voz dos teus egrégios avós!
A.Verde
Apontamento tirado do: (JN 10/04/2006)

2 comentários:

  1. Está aqui tudo dito no que respeita ao tratamento desigual dado aos Portugueses.
    Tiro o meu chapéu ao autor deste escrito.
    Um abraço
    Virgilio Miranda

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  2. Também tiro o chapéu a este autor pelas verdades que disse! Nas inverdades pode induzir em êrro quem não está ao corrente da situação actual dos Professores, porque misturou o passado com o presente, a não ser que esteja a confundir com o activo dos políticos, aí sim nos bolsos desses ninguem pode mexer!
    Quanto aos Professores no tempo da mãezinha dele, bons ou maus todos progrediam na carreira até chegar ao tôpo indo para a reforma aos 55 anos com o valôr mensal equivalente
    ao último salário, durante o activo iam para casa às 16 ou 17 H hoje a realidade é bem diferente: um professor com 15 anos de serviço ainda está contratado, de casa às costas e salário congelado recebe um vencimento de 1.100€ ilíquido muitas veses às 20,00 H ainda está a trabalhar na escola às voltas com processos dos meninos mal educados e indisciplinados que a sua mãezinha não apanhou porque a autoridade dos professores só lhes foi retirada pelo Sócrates e sua cúmplice Maria de Lurdes Rodrigues agora vão trabalhar até aos 65 anos numa profissão de desgaste psicológico e até foi retirado a alguns a ADSE se conseguirem chegar à reforma não trazem os 3.749,88€ mas sim 700,00€ ou com sorte 900,00,mas está desculpado uma falha qualquer ser humano tem!
    Teria muito mais verdades para dizer a este SR.Mas não sou o dono do blog, peço desculpa pelo alongamento.

    Um abraço
    Páscoa

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