Por mais que treinássemos não havia maneira de o tiro de salva que tínhamos que fazer no Juramento de Bandeira saísse bem. Em vez de um simples PUM, ouviam-se vários pum..pum...pum e, para piorar as coisas, havia sempre um atrasado que, após o silêncio restabelecido, ainda vinha com o seu "pum" final que soava como um trovão. Não quero ser má-língua mas acho que na maioria das vezes era o 16400 (Pencónis) esse atrasado de que falo.
Por essa razão, e por muito que isso custasse a aceitar ao Tenente Max Fredo, comandante da nossa recruta, foi decidido que não haveria tiro de salva no nosso Juramento. E assim, no célebre dia, quando toda a assistência tapava os ouvidos para os proteger do trovão que representaria o disparo de 300 espingardas Mauser ao mesmo tempo, ouviu-se um simples "CLIC".
Pensem nisso e na tremenda humilhação por que passaram todos os filhos da minha escola, enquanto assistem ao video-clip que vos deixo aqui.
O Max Fredo foi juntamente com outros um dos nomes mais badalados na EF... Mas já não me lembro porquê (?!).
ResponderEliminarValdemar Alves
O Maxfredo e o Pascoal Rodrigues foram os primeiros oficiais comandantes dos Cursos de Fuzileiros quando a Escola abriu em 1961.
ResponderEliminarO Pascoal Rodrigues fez o curso de Rangers em Inglaterra e veio, com o posto de 2º Tenente, chefiar os primeiros 2 ou 3 cursos de Especial que deram origem aos primeiros 4 Destacamentos de Fuzileiros Especiais.
Saiu para Angola como comandante do DFE4, no início do ano de 63, por supostamente ter sérios desentendimentos com o Maxfredo que comandava a recruta da Escola e era já 1º Tenente.
Este acabaria também por deixar a Escola ao comando do DFE1 em 1964, primeiro a actuar em Moçambique.
Este oficial ficou conhecido por ser muito militarista e por andar sempre acompanhado por um grande pastor alemão, completamente negro, chamado Taifun. Uma vez, por vingança, apanhámos o cão e esfregámos-lhe no cu um desperdício encharcado em aguarraz. Foi um espectáculo ver o cão correr pela parada, em grande acelerado, para trás e para diante, com a língua de fora e a ganir como um desalmado.
Depois escondeu-se debaixo daquelas casas de pré-fabricado que havia ao pé do lodo e ninguém o tirava de lá.
Se o Maxfredo nos apanhava nessa altura estávamos feitos ao bife. Felizmente ninguém se chibou.
Como te lembras disso tudo! Obrigado Tintinaine.
ResponderEliminarMuito bem!..grande memória tem o
ResponderEliminarTintinaine.Relata o passado(40 anos
e picos), como se fosse o ano passado.Quero no entanto ajudar na
história e fazer uma pequena correção.O curso que o Cte Pascoal
Rodrigues foi tirar a Inglaterra com as Praças Claudino,Santinhos e
Piçarra(a quem já chamaram de os 4
maginificos),foi o Royal Marines.
Posso acrescentar,que o Cte P.R.
era oriundo do Colégio Militar,
passou ainda pela Academia Militar
e só depois a ENaval.Nunca foi da
classe FZ.Comandou o DFE 4 Angola e
após o regresso,foi colocado na EN
como intrutor infantaria.Quando
esperava voltar aos fuzileiros foi
colocado a comandar um Patrulha que
nunca saiu a barra.Desiludido com
a situação bateu com a porta.Foi para o Brasil trabalhar onde julgo
ainda hoje estará e bem.
Espero que gostem deste complemento
Abr.Fuzo MFA