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quarta-feira, 30 de março de 2011

Ainda o cabeça de Burro!

O meu cunhado mais novo celebra o seu aniversário no mesmo dia que eu. Simples coincidências da vida e nada mais. Desde que me casei que me acostumei a convidá-lo para festejarmos juntos o nosso aniversário. No dia do meu 50º era um dia especial e requeria, por isso, uma comemoração especial. Ele já ia nos 38, era casado, tinha 2 filhos, já fazíamos um grupinho considerável.

Abrira há pouco um novo restaurante, de nome «O Assador Mirandês», que andava nas bocas do povo, dizia-se que se comia lá do bom e do melhor. Não pensamos duas vezes, foi para lá que nos encaminhámos. Para surpresa minha quem nos veio receber à porta foi um amigo meu que tem passeado por toda a Europa com uma viola ás costas e tem a mania que canta. Naquela altura andava com as finanças por baixo, meteu a viola no saco e resolveu dedicar-se ao trabalho.

Abancámos à mesa prontos para dar ao dente. A lareira estava acesa fazendo circular pela sala um ar quentinho que sabia bem. E a grelha de onde começaram a chegar uns petiscos, as especialidades do «Assador», espalhava pela casa mais calor ainda e um cheirinho que fazia crescer água na boca. Concentrámos-nos nos petiscos e pedimos a lista dos vinhos. O meu amigo "violeiro", sempre com a mania das grandezas, disse-me para deixar a escolha por sua conta e foi buscar uma garrafa de tinto «Cabeça de Burro» que nós emborcámos em menos tempo do que leva a dizê-lo. Ás alheiras transmontanas e linguiças a escorrer gordura seguiu-se uma "Posta à Mirandesa" que justificou e bem uma segunda garrafa do mesmo (e muito bom) Cabeça de Burro, cujo nome eu jamais esqueceria. E vou contar-vos porquê.
Depois de tudo aquilo que já mencionei, da sobremesa, do café e do bagaço, com a pança mais inchada que a de um Cabo Manobra que um dia me acompanhou nuns copos na Ilha de Moçambique, levantei-me e fui até ao pé da grelha, onde se encontrava o meu amigo, e pedi-lhe que me tratasse da conta, pois a miudagem estava cansada, tinha aulas no dia seguinte e queria ir para casa. Não se fez rogado e em menos de um fósforo tinha a minha conta na mão e olhava para o total a pagar sem querer acreditar naquilo que via.

Era habitual gastarmos cerca de 30 contos naqueles aniversários, eu pagava um pouco mais que ele, já sabíamos como a coisa era e ninguém reclamava. Era só uma vez por ano. Mas naquele dia o total da facturinha do Assador fazia-me arregalar os olhos pelo inesperado do número - 44.000$00 (quarenta e quatro contos). Minha Nossa Senhora, o que tínhamos nós comido?
Comecei a analisar a conta, parcela a parcela, e a admirar-me dos preços exorbitantes de cada iguaria que tínhamos saboreado, mas quando cheguei ao Cabeça de Burro e li 6.000$00 (seis contos), caíram-me os c.... ao chão! Paguei, não bufei (que é como quem diz!) e nunca mais esqueci aquele nome - Cabeça de Burro!

5 comentários:

  1. Bom, pelo preço devia ser um Special Reserve... Se tiverem oportunidade provem um Chardonnay ou um Cabernet Sauvignon da Villa Maria Winery (NZ), há venda pelo menos no Corte Inglês... Parece sêda e combina bem com a nossa comida.
    Valdemar Alves

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  2. Esqueci-me de dizer que, naquele tempo, pagar 1000$00 por uma garrafa de vinho já era caro!

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  3. O Burro era de cabecinha pensadora.
    Com que então era boma e era caro?
    Querias a Amália por 20$00.
    Aproveitasses o Camarão e as Lagostas da Ilha.

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  4. O Amigo que te recebeu, e como musico que é, o que fez foi dar-me musica, com amigos desses quem é que precisa de inimigos, e de burro só o vinho porque o amigo deve te ido festejar a gorjeta que lá deixastes, pois por esse preço já devia estar incluída uma boa gorjeta, para o amigo não ter que ir tocar por esse Mundo fora.
    Um abraço
    Virgílio

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  5. O Verde tinha dito:

    Existe cada baptismo, invulgar
    Que não escapam ao ateu
    Depois de comer e pagar
    O cabeça de burro, sou eu...

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