Por vezes, não podemos passar ao lado ou desistir, de ânimo leve, das nossas intenções quando deparamos com algo de valor que nos chama a atenção, sendo-nos dado o “epíteto de cobardes” se renegássemos a tais princípios de moral ou por outro lado, não quiséssemos assumir a responsabilidade de relatarmos aquilo que vemos ou ouvimos:
Há casos que rotulamos de autênticas lições e subsequentes benefícios para a nossa sociedade, quando deles tiramos as ilações devidas. Será este caso, ao que me parece, uma boa oportunidade para discernirmos o real valor dos valores humanos?
A.T.Verde
Ingratidão
Toda a gente conhece um cauteleiro, vendedor de bilhetes de lotaria, quase sempre humilde e respeitador. Alguns vão acumulando conhecimentos, dando informações às pessoas sobre o turismo local, monumentos, etc.
António Aleixo, grande escritor, percorreu vários caminhos profissionais na vida, entre eles, o de cauteleiro. É conhecido por “poeta cauteleiro”.
Nas cidades e vilas, o vendedor de cautelas entra nos cafés e restaurantes, anunciando a sua actividade. E nas ruas lembra em alta voz que a sorte pode estar nas suas mãos.
Mas vamos contar a história curiosa de um cauteleiro simples e pobre que deambulava nas praças e ruas da sua terra.
Tinha um velho automóvel, que certo dia avariou.
Levou-o a um mecânico vizinho que rapidamente o compôs. Mas o cauteleiro quando foi buscar o carro não tinha dinheiro para pagar o conserto. Propôs então ao mecânico dar-lhe uma cautela, todas as semanas até pagar a reparação, para sortear na semana seguinte. Talvez tivesse sorte…
Ele aceitou e teve sorte, pois saiu-lhe precisamente o primeiro prémio.
O mecânico ficou radiante e o cauteleiro com uma réstia de esperança de receber uma parte do prémio, mesma pequena, embora reconhecesse não ter direito a isso.
O mecânico arrecadou feliz uma enorme quantia, mas esqueceu o pobre cauteleiro por cujas mãos a sorte o tinha bafejado na vida.
E o humilde vendedor de cautelas continuou a deambular muito triste pelas ruas e praças da vila.
O povo comentava a seu modo e censurava aquele mecânico com muito dinheiro, mas sem nenhuma solidariedade para dividir um pouco pelo cauteleiro necessitado.
A falta de solidariedade surge em todos os lugares e a todas as horas.
É bom reflectir sobre esta palavra de Montagu: “Ao fecharmos o interesse apaixonado pelos nossos semelhantes, perdemos a capacidade de sermos felizes”.
Embora o mecânico não tivesse obrigação de repartir a fortuna pelo cauteleiro, a gratidão é uma virtude que deve existir e crescer em todos os corações.
Temos o caso do Euromilhões, por dividir entre dois noivos, para os lados do Minho.
Temos ainda o caso de um “engenheiro mecânico”, que lhe saiu a Sorte Grande há uns anos em Portugal. Este nunca repartiu uma pequena esmola, mas continua a decapitar os miseráveis (?). TVP
Oh..Gratidao, Solidaridade,sao palavras que ciram em desuso.
ResponderEliminarEu do cautoleiro,conheço uma diferente.
Todos vos se lembram dos horinois souterraneos da Praça do Comércio.
Estava um cauteleiro com ela na mao e as cautelas na outra,quando chega um tipo todo Pipi,se mete ao lado e começa a jogar o canto do olho por cima.O cauteleiro ao se aperceber pergunta-lhe: quer a grande? Vai o interlocutor responde: ai!... ainda tem uma maior?
Salut e saiam cobertos,
A história aqui em cima está de morte e queria dar os meus parabéns "ao Zé Bordel".... Perdão!... Queria eu dizer "Monsieur Filipe disse"... Que me lembrou dos já demolidos e famosos Urinóis da Praça do Comércio (inaugurados durante o Estado Novo com corta-fitas e tudo)... O palco imaginário de muitas anedotas alfacinhas, que diga-se de passagem, nunca foram utilizados na sua máxima capacidade (excepto pelos panascas de serviço) porque no tempo em que os ditos mictórios estavam sob a alçada do Salazar (díria CML) estávamos nós nos Fuzileiros e francamente como toda a malta sabe, naquela altura até uma roda de carro servia para fazer xixi... Hehehehe!... Infelizmente "maintenant" para verter àguas em Lisboa, um gajo precisa fazer despesa ao balcão, antes que tenha acesso a uma Biblioteca de Escritores Falhados (mais conhecidas por WC's)... Infelizmente hoje em dia Mijar em Lisboa é um acto dispendioso e arriscado, quer se esteja à rasquinha quer não, e nem uma típica esquina em obras salva o infeliz que teve a ousadia de sêr multado pela bófia... Belos os tempos em que para fazer xixi bastava simplesmente abrir o portaló!... Porque este negócio de fazer xixi de borla sempre foi um dos privilégios de viver na época salazarista como nos prova a abertura e o bom funcionamente... DOS JÁ SAUDOSOS URINÓIS DA PRAÇA DO COMÉRCIO!
ResponderEliminarValdemar Alves