A propósito de uma troca de comentários sobre os oficiais fuzileiros, recebi do meu camarada de comissão Moisés Almeida, hoje também ele um «Oficial Superior», uma mensagem com pedido de publicação que passo a transcrever.
>>>> No seguimento do comentário do Filipe sobre os Oficiais Fuzileiros, quero tentar dar alguma ajuda. Então cá vai:
1. Os primeiros oficiais nomeados aquando da recriação dos fuzileiros 1960/61 eram todos da classe de Marinha. Não eram FZ.
2. Um Of. e 3 Pr. foram tirar o curso a Inglaterra.(Identificados no blog).Foram eles que ministraram o 1º curso cá, criando depois mais instrutores.
3. A entrada na classe de FZ foi oriunda de voluntários doutras classes da Marinha e dos recrutamentos de mancebos mas só para sargentos e praças QPs e SMOs.
4. Quanto a cursos, os QPs frequentavam o curso de fuzileiro especial (FZE), com destino aos destacamentos e o curso de conversão em fuzileiro (FZ), com destino ás companhias. Os SMOs, vocês lembram-se com certeza (recruta,ite,1ºgrau...
5. Comandavam as unidades operacionais os oficiais da classe de marinha especializados com os cursos indicados em 4.
6. Os oficiais da Reserva Naval (não do quadro) tiveram um curso próprio (curso de formação de oficiais da Reserva Naval. Nas UNs eram: nos DFZE 1º e 2º OF e nas CFs Cts de Pelotão.
7. Entre os anos 70/85 (?), alguns oficiais RN e SE, foram á ENAVAL 2 anos (?) cursar para passar ao quadro de FZ. Nasceram aí, os primeiros oficiais do quadro. Parece que foi a forma de colmatar a necessidade de oficiais para comandar fuzos .
8. Só a partir de 1985 a Marinha aumentou as classes e então os cadetes concorrentes à E.Naval puderam ingressar na classe FZ com destino ao quadro e á semelhança das outras classes, vamos ter no futuro, Almirantes Fuzileiros, quando não sei. Antes, o posto máximo foi, CMG.
Convém lembrar que os Almirantes que tem comandado o Corpo de FZ são da classe de Marinha com,(ou não) especialização em FZ.
Como isto já está grande,fico-me por aqui. Espero que isto seja útil para tirar duvidas. Falta dizer que havia mais cursos para a alimentação dos postos.Não estou a falar deles.
Um grande abraço com muita amizade
Moisés Almeida <<<<<
Oh, como eu me sinto orgulhoso, de ter tido este Grande Sargento, NA 8, no meu pelotão, em Moçambique, em Metangula e Cobué, com ele aprendi muito e continuo a aprender, porque através da NET, mantemo-nos em contacto, como pessoa humana que sempre foi, mereceu ter atingido o posto de Oficial Superior, e atenção isto não é dar graxa, porque não há necessidade disso, é só passar para o papel aquilo que realmente sinto, deste Grande SR. Moisés Almeida!
ResponderEliminarUm Grande Abraço para ele e para todos os FUZOS.
O Carlos suprendeu-me ao lançar no blog a transcrição na integra da msg que lhe enviei pessoalmente.
ResponderEliminarO Páscoa, como o nome indica, é mesmo um "QUERIDO",por tanta lisonja.Eu não mereço mas obrigado.
Peço tambem desculpa pelas iniciais enviadas-é a força do habito.Vamos então a elas:
Of. Oficiais/Oficial
QPs Quadros Permanentes
SMOs Serviço Militar Obrigatório
DFE Destacamento de Fuz.Especiais
CFs Companhias de Fuz.
Ctes Comandantes
RN Reserva Naval
SE (Classe) do Serviço Especial
ENAVAL Escola Naval
CMG Capitão de Mar e Guerra
Ficando á disposição,com mui gosto envio o meu abraço FUZO.
Obrigado pela ajuda!
ResponderEliminarDe si não podia esperar outra coisa. E assim fico com a certeza de que não restarão dúvidas a quem ler a mensagem.
Obrigado Comandante,eu como fuzo genuino de 1962 a 1970,ao abrigo do artigo pendant 18 meses ao regressar à metropole ingressei na vida civil e nao no curso de 2* grau.
ResponderEliminarConheço bem a origem dos fuzileiros e tive o prazer de ser do ultimo curso do Grandissimo Pascoal Rodrigues e partir no seu Destacamento.Este Homem nao foi valorisado pelo serviço que prestou à Pàtria).
Como dizia durante 8,5 anos conheci muita gente e hà muitos que se diziam meus amigos mas as devisas comeram-lhes os néronnes (nao basta eles nao serem abundants).Claro, nao vou medilos todos pela mesma bitola,mas muitos deviam de ir guardar porcos e nao estragar o brio da Briosa.Um 1* grumete que quando vem sargento diz nao conhecer o Quelfes porque ele era grumete durante a comissao,é verdadeiramente um iletrado cultutal.
Enfim: dou valor a tipos dignos e que sabem ser Homens,nunca fui militarista,mas nao era anti-militar.Meus avôs me deram educaçao para saber respeitar quem merece respeito e a uma sexta-feira era estudante e à segunda estava no Corpo de Marinheiros.Nao estava na miséria e m'alistar na Marinha aos 16 anos (nao digo fuzos, porque nao sabia que estes existiam)certamente era para fazer uma carreira militar!
Um abraço Filipe