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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Porque razão adiar... refletindo!

Umas vezes com razão e outras sem essa mesma razão, vamos adiando coisas, factos ou efemérides que nunca mais conseguimos acertar ou por em dia. Os calendários da vida não deixam margens para dúvidas: ou é ou não é! 
Há atitudes na vida que não podem ser adiadas. Pode ser um telefonema de encorajamento numa hora difícil de um companheiro. Pode ser um cartão de condolências a alguém em hora de luto. Pode ser uma visita para encorajar um colega internado num hospital ou acamado em casa por doença grave. São tantas as oportunidades de levar aos outros um pingo de alívio, de conforto e de esperança. 
Por vezes, os afazeres da vida fazem-nos adiar e voltar a adiar, podendo ser tarde demais, como conta a escritora Matilde Rosa Araújo num dos seus livros: 
Era professora. Uma das alunas adoeceu gravemente e foi internada num hospital. As companheiras foram visitá-la e vieram comunicar à professora que a moça gostava de vê-la. A professora mandou-lhe um recado dizendo que logo que fosse possível iria visitá-la. A doente ficou radiante e todos os dias espera o sorriso da sua mestra. 
O tempo rolou e a professora sem disponibilidade para fazer a visita prometida… foi adiando. Entretanto a saúde da aluna foi piorando. Matilde conseguiu finalmente algum tempo livre para ir ver a aluna. Porém, quando chegou ao hospital, a moça tinha morrido. Era já tarde demais… Ficou estupefacta… 
Regressou consternada e escreveu esta história triste para sobreavisar que adiar pode impedir de nos despedirmos, de agradecer, de reconciliar, de pedir desculpas, de mostrar a quem sofre que não está sozinho levando a sua cruz, que tem amigos que conseguiram um tempo para ir junto do seu leito de sofrimento, como que dizendo: “Estou aqui” nesta hora difícil. 
Adiar pode ser tarde demais e este gesto adiado algumas vezes por motivos fúteis, deixará na alma uma sensação de culpa: de esquecimento, de ingratidão, de falta de amizade ou de camaradagem… 
Os elementos da Companhia Nº 2 de Fuzileiros que participaram no Convívio Anual, mostraram mais uma vez que, possivelmente conhecedores deste elucidativo texto que muito me apraz transcrever, incluindo algumas palavras minhas, apesar das inúmeras dificuldades motoras (casos do Silveira, do Parreira e outros), dos problemas económicos, das enormes distâncias a percorrer, dos problemas familiares, das doenças e da longa idade que pesa sobre os nossos ombros, não quiseram adiar o Abraço da Amizade que nos une, porque, amanhã será tarde demais… para concretizar esta magnífica vivência de convívio, adquirida no serviço militar que dura e perdura no tempo, enquanto houver homens de dura têmpera que sabem discernir o que é a amizade e a camaradagem! Bem-haja, amigos! 
Enquanto o sol resplandecer e a lua brilhar, no romper da aurora que começa mais um dia e eu puder desfrutar dessa luz, com a força dos meus velhos ossos, o meu espírito de Fuzileiro responderá sempre à chamada, dizendo: Pronto! 
Um abraço aos que compareceram e também a todos os outros com a mais elevada estima, amizade e consideração. 
Agostinho Teixeira “Verde”

4 comentários:

  1. Muitos mas mesmo parabéns pelo magnifico texto e a importância do alerta.
    Para partilhar momentos cruciais com alguém por quem nutrimos estima devemos tudo fazer para não deixar para a próxima, como é sabido essa próxima pode nunca ser realizável.
    Foi bom poder ler atentamente o texto e dele tirar ilações proveitosas.

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  2. Sentir-nos-emos sempre bem
    Se alguém louva a nossa obra;
    Nesse orgulho há para vós,também
    Um agradecimento que sobra.

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  3. E que magnífica obra! Faz-nos meditar, e não adiar-mos coisas com esta importância! Obrigado AMIGO, esta sacodidela é necessária para não adormecer-mos!

    Um abraço
    Páscoa

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  4. Sim, nao guardes para amanha o que poderes fazer hoje: guarda que comer,nao guardes que fazer e muitos outros adàgios fazem-me lembrar a historia do tio Manuel e a tis Maria.

    Dizia o Manel, oh Maris em vez de fazermos amor todas as noites, vamos fazer duas vezes por semana e assim economizamos pra quando tivermos mais idade.

    Os anos passaram e chegou o tempo em que o Manel jà nao podia fazer o dever conjugal. Vai a Maris e diz: entao Manel e as economias onde estao? Ainda bem que eu nao fiz como tu !

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