Jantar às 17.30 horas era o pior dos problemas para aqueles que não iam de licença. Às 21.oo horas, quando tocava a recolher, a fome já era tanta que ninguém sabia o que fazer para a enganar. E quando o rancho, ao jantar, não valia nada a coisa punha-se mais feia ainda. Lembram-se de coisas como o almoço de sábado ser sempre massa guisada com carne? Sobrava mais do que se comia! E do jantar de quarta-feira ser imperterivelmente peixe cozido com batatas? A maior parte da malta não gostava nada desse petisco e não comia. Depois era só correr para Palhais a comprar sandes de chouriço!
Aqueles que iam de licença não se preocupavam com isso. Ou tinham família e amigos em Lisboa que lhes enchiam a barriguinha, ou dinheiro no bolso para uma bifana e uma imperial.
Mas antes disso era preciso apresentar-se na formatura devidamente barbeado e fardado, receber o cartãozinho de identidade (como aquele que podeis ver na imagem abaixo) e passar na revista feita pelo oficial de serviço que, ás vezes, embirrava com tudo que via (ou lhe interessava ver). Só depois se entrava no autocarro, a caminho da base naval para apanhar a vedeta para Lisboa.
Benditos tempos!
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