Naquela varanda, por cima da entrada para o refeitório, onde funcionava a enfermaria, vivi duas situações que não desejo a ninguém e espero nunca mais enfrentar.
A primeira tem a ver com a noite mais dolorosa da minha vida com um dente furado e um enorme abcesso que me fez passar uma noite inteira à porta da enfermaria na esperança de alguém me aliviar a dor. Acabei na cadeira do dentista, na Base Naval, no dia seguinte e ali perdi o meu primeiro dente.
A segunda tem a ver com o quase afogamento do Mário Lima. Passou ali 3 dias entre a vida e a morte e nós revezávamo-nos à porta da enfermaria para lhe fazer companhia e prestar-lhe a solidariedade possível. O pessoal da saúde corria connosco e nós descíamos pela escada da direita e subíamos de novo pela da esquerda. Foi assim durante 72 horas, mas felizmente tudo acabou em bem.
Ali, naquela janela do primeiro andar, era o covil da fera, o gabinete do Comandante Cristino. Felizes daqueles que nunca lá tiveram que pôr os pés. Eu estive várias vezes em risco de lá ir parar, mas a deusa da sorte sempre me protegeu e acabei por me escapar. Ainda parece que estou a ver o Domingos Miranda (o nosso saudoso Granel) em frente do homem a prestar contas por ter «desvirgulado» a namorada.
FLEXÕES ATÉ DIZER CHEGA!
ResponderEliminarO Leiria a fazer flexões como castigo, debaixo da arcada do lado direito por baixo das escadas que subiam para a messe dos oficiais…
Faz 15, faz 20, faz 30; já chega!
Com palminhas da maralha à mistura e tudo…
Grandes malandros!
Ao ver agora a foto da "nossa" escola, recuei os 47 anos e tenho presente a minha apreensão quando, logo que ali cheguei. Fui tão maltratado nquele lugar que, quando saí da Marinha em Janeiro de 1966, nunca mais lá voltei. Era para esquecer.
ResponderEliminarNo entanto, sinto agora uma certa curiosidade em voltar a rever aquele lugar. Segundo informação disponível na blogosfera, a Escola alberga agora o Museo do Fuzileiro.
Estou tentado a fazer-lhe uma visita e rever os locais onde a nossa geração foi tão maltratada.
Eu também só lá voltei uma única vez. E é verdade que para além do Museu do Fuzileiro (que já visitei via internet) e do Mural dos Caídos em Combate, não há muito mais que ver. Hoje em dia toda a actividade ligada aos Fuzileiros vive-se na «Força de Fuzileiros» na mata do Alfeite.
ResponderEliminarNa primeira foto,onde em 65 era a cosinha,é agora o muzeu do Fuzileiro,na segunda e no rés-do-chão por baixo do gabinete do comandante, era o gabinete do oficial de dia,se não estou enganado.
ResponderEliminarum abraço para todos
Virgilio Miranda
Mais do que certo, está certíssimo!
ResponderEliminarAmigo, filho da escola.