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terça-feira, 30 de junho de 2009

Um Castigo à Vista!



Por Artur/Leiria
Aqui vou precisar que alguns de vós me dêem uma pequena ajuda. Deverão lembrar com certeza, uma ou duas (?) viagens num navio de guerra, uma fragata, se não estou em erro (?) que fizemos de reconhecimento junto à costa da nossa tão saudosa ex-província de Moçambique!? Sei que um prisioneiro, pelo menos foi feito a norte da Beira numa ilha onde havia um belíssimo hotel, ao que me parece foi na ilha de Moçambique, seria? Lembro bem esta passagem porque, fui encarregue de tomar conta do pretinho cativo, enquanto o resto da companhia continuou em busca de outros cúmplices. Então para que o prisioneiro não desse à sola, e para que não ficasse eu em apuros, comecei a fazer cócegas na G3 e a fazer jogo de que estava a atirar como se estivesse a treinar, só sei que o pretinho se portou maravilhosamente bem, de olhos arregalados a olhar para o que eu ia fazendo!
Ora, no regresso a Lourenço Marques e para facilitar o trabalho do homem do armeiro, ordem foi dada para lhe darmos as G3s a granel e que, logo que chegássemos ao destino, cada um receberia uma espingarda qualquer, a qual seria trocada por aquela que o seu dono tinha na altura, até que todos e cada um conseguisse encontrar a própria. Que confusão não foi para alguns, no que me tocou a mim, entreguei e recebi umas 20, mas a minha, nem vista nem achada! Quando - o seu a seu dono - estava praticamente resolvido para quase todos os camaradas, alguém, não se soube quem, foi entregar uma G3 que estava abandonada encostada à parede da caserna debaixo do alpendre, ao comandante. Logicamente, e porque era a minha, sou chamado e convidado a entrar. Logo que a pala foi batida, perguntou qual a era a minha explicação em eu ter abandonado a minha espingarda na rua, respondi o que acabei de dizer em cima, e que ainda estava no processo de a encontrar, portanto que a minha procura por ela, ainda não tinha acabado… respondeu que não me dava um castigo porque não sabia quem a tinha abandonado, mas se soubesse, que levávamos os dois, e, que me fosse embora antes que mudasse de ideia. Ah Leiria! Leiria! Que te safaste desta! (...) Bati-lhe a pala, fazendo sentido ao mesmo tempo que os tacões estalavam, dei meia volta brusca, de corpo erecto e arranquei numa retirada fugaz! Agora gostaria de saber quem foi o escola, “amigo de Peniche”, que deixou a minha canhota encostada à parede naquele dia, o que me causou quase - um castigo à vista!

5 comentários:

  1. Leiria, tenho muito pena, mas, não te posso ajudar; pois, dado que o ocorrido não passou de promessa de eventual " recompensa ", o que era frequente naquele tempo, agora não adianta " agradeceres " ao autor do desvio/abandono da tua óptima " ferramenta de trabalho " e, assim, vais continuar, alegremente, a ter presente um passado que jámais poderá ser esquecido. Como vês, é muito simples . Quanto ao navio a que fazes referência, poderá ter sido o " Bartolomeu Dias " ou a fragata " Vasco da Gama ", desde que te refiras ao pessoal da Companhia nº 2 de Fuzileiros, uma vez que embarcamos nestas duas unidades militares e executámos operações de desembarque na costa de Moçambique, em várias zonas.

    Um abraço do Hipólito

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  2. Tenho muita pena, mas também não te vou poder ajudar. Era costume embarcar um pelotão de cada vez e nós estávamos em pelotões diferentes, não devemos, portanto, ter navegado juntos, embora concorde com o Hipólito quanto aos nomes das fragatas. O Bartolomeu Dias foi o primeiro navio de guerra onde embarcaram os primeiros fuzileiros de Moçambique e da CF2, eu incluído.
    Quanto à G3 é uma história estranha. A mim calhou uma G3 de tripé, de que eu não gostava nada, e carreguei com ela para todo o lado, desde o 1º ao último dia da comissão.

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  3. Amigo Leiria .
    Eu também não te posso ajudar, porque também era de outro pelotão.
    Quanto aos navios que operavam naquela altura em Moçambique, além do Bartolomeu Dias onde tambem estive embarcado e por sinal apanhámos um grande susto, devido a uma forte tempestade no Canal de Moçambique. Quém se lembra?
    Havia outro navio que pensava ser a fragata Pacheco Pereira. Seria?...

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  4. Obrigado, amigos!
    Assim sim, vale a pena confraternizar com pessoas como vós! Sempre prontos a colaborarem no que respeita a questões minhas e doutros, expostas neste site…
    Pelo menos o que confirmam já tem para mim um valor tangível, palpável e real no aspecto virtual, claro!
    Mais uma vez: “Obrigado, amigos!”
    Um abraço, a vós "fuzileiros", de rachar osso!
    Saúde!

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  5. Meu caro Silva, em complemento do que comentei anteriormente, quero dizer-te que, para além dos navios que indiquei, também há que ter em conta a " Pacheco Pereira " que, se não estou em erro, foi rendida pela " Vasco da Gama " .
    Relativamente ao mau tempo que o navio " Bartolomeu Dias " apanhou no Canal de Moçambique, recordo-me disso e, ainda, de termos andado uma noite à deriva, devido a uma avaria surgida na movimentação do respectivo leme.

    Um abraço.

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