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quarta-feira, 1 de abril de 2009

A Pedra do Feitiço II

Nas minhas pesquisas sobre a "Pedra do Feitiço" encontrei o blog «Travessa do Ferreira» administrado por um homem que se define assim:
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Antunes Ferreira
Jornalista, antigo Chefe da Redacção do Diário de Notícias (1975-1991)e escritor, dizem... Escrevo porque gosto, ponto. E gosto que os outros gostem do que escrevo. Originário de Direito, licenciado e mestre em Jornalismo e Comunicação. Muitas outras coisas mais: homem dos sete ofícios... Casado há 45 anos, sempre com a mesma mulher, Raquel, três filhos, três noras, quatro netos e uma neta. Agora dei em escritor: lancei em 15 de Abril o me(a)u livro de contos «Morte na Picada». Estórias da guerra de Angola, anos sessenta, em que, infelizmente e bem contra-vontade participei. O MEU IMEILE OU IMILIO:
ferreihenrique@gmail.com
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Achei que valia a pena importá-lo para aqui e tenho a certeza que ele não se zangará por isso, se vier a tomar conhecimento do facto.
Ora leiam lá.
Citando:
Venho de Santo António do Zaire, ou mais precisamente da Pedra do Feitiço a que chamam também Emídio de Carvalho, nome de tenente. Da cidade da foz do rio fui até lá para transportar uma peça de artilharia – sem munições. Esta puta desta guerra tem singularidades que não lembrariam nem ao mais pintado. Dou por mim a pensar com os meus botões que a peça em causa é mais de teatro... que de militança.
Porém, os estrategas militares entenderam que um canhão desactivado, desactualizado, degradado, até mesmo depravado, plantado na Pedra seria um excelente argumento para «dissuadir o IN que por ali tentasse passar» – e passava. Vá-se lá dizer-lhes que não... Anote-se: IN em língua castrense quer dizer inimigo. Na picada, o tuga quer lá saber dessas subtilezas fardadas. É o turra e ponto.
O Zaire é um rio majestoso. Subi-lo de Santo António até Nóqui, já na fronteira com o Congo Kinshasa, dizem-me ser uma viagem inesquecível, pela grandeza dele, mas também pela beleza selvagem da mata que o abraça, pelos matizes de verde, enfim. Os tipos da Marinha andam por lá, no troço angolano, eu vi-os, nas suas lanchas, com nomes fora do habitual, a Rigel, a Pollux, a Espiga, a Régulus e outras. Disse-me o segundo tenente da Reserva Naval Pires Martins que os percursos vão das muílas ao canal internacional e as ilhas.
É da Pedra que trago no MVL – creio que já desvendei a sigla, mas, na eventualidade de..., são as colunas de reabastecimento, Movimento de Viaturas Logísticas – um grupo de Flechas e um prisioneiro alegadamente pertencente à UPA. Os Flechas são uma verdadeira tropa negra, auxiliares da PIDE, com pré a sério e direito a saque. Temidos pelos patrícios, são terríveis em combate.
Fim de citação.

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