Na Companhia Nº 8 de Fuzileiros havia uma razoável quantidade de transmontanos. Alguns seguiram a carreira da Marinha e ficaram a morar na zona da capital dizendo adeus à sua terra. Mas outros houve que regressaram a casa mal o puderam fazer. Alguns desses tomaram depois o rumo da emigração e acabaram por esquecer Trás-os-Montes. Mas há sempre alguém que se mantém fiel ás suas raízes e resiste a abandonar o torrão que os viu nascer. É nesse grupo que se inclui o Angelo Martins que ontem fui visitar, na pequena aldeia perdida no alto da Serra do Alvão, onde vive actualmente.
Acompanharam-me outros dois fuzileiros da CF8, o Américo (à esquerda na foto) e o Azevedo ( à direita) que, para além de terem feito comissão com o Angelo ( ao centro na foto), são também filhos da sua escola, ou seja, juraram bandeira juntos.
Depois do almoço (principesco) com que nos presenteou, descemos à cidade (sede do concelho) e aproveitámos as facilidades oferecidas pela Biblioteca Municipal, no que à Internet diz respeito. Eu queria mostrar-lhes o que aí existe relacionado com a Marinha, os Fuzileiros e a nossa Companhia e não havia melhor lugar para o fazer.
Como o calor apertava e a garganta estava a ficar seca e irritada com tanta conversa, fomos forçados a uma paragem para a refrescar. Na serra há água fresca com abundância, na cidade há cerveja e outras bebidas que a vida moderna das cidades põe à nossa disposição. Como é fácil de perceber ninguém se fez rogado e em três tempos estavam os copos de fundo para o ar. Como se costumava dizer na Marinha, nos bons velhos tempos, "vai acima, vai abaixo, vai ao centro e bota pr'a dentro"!
Depois da visita à cidade e antes das despedidas, houve tempo ainda para uma visita à propriedade do Angelo, onde ele mantém um rebanhozito de ovelhas, mais para se entreter e passar o tempo do que para tirar daí algum proveito.
A razão da minha visita era, antes de mais, fazer a promoção do nosso convívio anual que espero realizar em 2 de Outubro e tentar motivar os meus camaradas a participar nesse evento e promover o convívio entre os filhos da escola que andaram juntos por terras moçambicanas, entre 1965 e 1968. Espero sinceramente que a ideia tenha caído em terreno fértil, embora entenda que pessoas como o Angelo têm sérias dificuldades em ausentar-se das suas casas por um período de muitas horas. Os animais precisam de ser alimentados e requerem atenções que não se compadecem com encontros e convívios de fuzileiros, por mais amigos que sejam e mais vontade tenham de neles participar.
"E TUDO O TEMPO LEVOU"
ResponderEliminarTodos nós mudámos bastante!Obrigado pelas fotos, nunca é demais agradecer-te pelas fotos que nos vais presenteando,mas há uma coisa que me está a fazer confusão! Será que o nosso ex.Camarada ÂNGELO não tem um vizinho, um amigo,um familiar que lhe trate dos animais para lhe ser possível juntar-se a nós no nosso encontro? Caramba é só um dia!
Um grande abraço a todos
O amigo António Páscoa tem toda a razão ao dizer que é só um dia.
ResponderEliminarTalvez ao amigo Ãngelo, vontade não lhe falte em comparecer nos encontros dos seus ex-camaradas que, outrora, em defesa da Pátria, nas longínquas terras do ex-ultramar português viveram e partilharam as alegrias e tristezas. Agora na reforma continua a não ter um dia disponível para confraternizar com os amigos.
Desculpa amigo Ângelo não me quero intermeter na tua vida. Mas caramba é só um dia como diz o António páscoa. O amigo que no Cóbué, com a sua ajuda contribuia para o melhoramento do rancho no Exército. Ele sabe porquê!
Eu não tenho nada que fazer, mas se tivesse, nada me impedia de comparecer no encontro dos meus ex-camaradas, excepto falta de saúde.
Oxalá que, no vosso próximo convívio, todos o possam confraternizar com muita saúde e alegria.
Para todos muita saúde e paz.
Eduardo.