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quinta-feira, 22 de julho de 2010

Oh Zé, aperta o cinto!

Graça a miséria no meu país
É isso mesmo que eu sinto
Agora faz como eu fiz
Oh Zé, aperta o cinto

A fome já é demais
Neste triste labirinto
De tantas coisas abismais
Oh Zé, aperta o cinto

Será por obra do diabo
Para beber um copo de tinto
Eu já não tenho chavo
Oh Zé, aperta o cinto

Vou apertar mais um furo
É verdade, não minto
Estou pior que maduro
Oh Zé, aperta o cinto

Do ordenado do Sócrates
O meu não chega a um quinto
Diz que estão felizes os pobres
Oh Zé, aperta o cinto

O ministro das finanças
Só tem moedas de zinco
Ele, mata as nossas esperanças
Oh Zé, aperta o cinto

O senhor primeiro ministro
Jura e promete com afinco
Mas nós temos cá disto
Oh Zé, aperta o cinto

Nesta moda do aperta
Que põe a gente raquítico
O governo não acerta
Oh Zé, aperta o cinto

Já se acabaram os furos
Que já são mais de cinco
Era encher-te a cara de murros
Oh Zé, aperta o cinto

De barriga tão franzina
Da fome, dos furos que finto
Para alguns é uma mina
Oh Zé, aperta o cinto...

Cinto de tristeza afivelada
Cujos furos têm verdete
Tanta criatura enganada
A quem enfiaram o barrete...

Eu canto aquilo que sinto
Eu choro porque não minto
Eu amo quem é faminto
Eu também aperto o cinto...

5 comentários:

  1. Está, como todas as outras, camarada! Está de rachar! Ao que parece o pano para mangas nunca mais acaba hein? É só dar-lhe corda, puxar e, já está na rede que nem peixe… É uma alegria continua que a gente gosta…

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  2. Se o Quim Barreiros apanha esta letra, até rebenta a concertina!

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  3. Ó Zé Sócrates aperta o cinto
    O Passos que se aperte a ele
    Eu o meu até já nem o sinto
    Fornicai no teu cú e no dele

    Já basta de Bosta. Esta camabada trocada çpor ela fica mesmo muito cara.

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  4. Muito bem amigo VERDE, isto não é só por quem tem disponibilidade, mas também por quem tem talento!
    Gostei maravilha!

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  5. Continuam a roubar-me
    Por vontade eu não consinto
    Mas se deles não vou livrar-me
    Tenho é que apertar o cinto.

    Neste imenso labirinto
    Em que eles nos enfiaram
    É já muito o que roubaram
    Ó meu povo, aperta o cinto...

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