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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Em prol da nossa salvação...




Uma fábula fabulosa!
Por Art Sousa
Caríssimos companheiros, devido aos rigores do inverno temo-nos vindo ajuntar, desde o princípio dos tempos nestes agrupamentos, que além de ser uso e costume, de todos os patinhos das zonas frias do mundo é também necessidade nossa em nos irmos aquecendo mutuamente. Contudo, achei por bem que venhamos a tornar estas reuniões úteis para a nossa espécie. Como vêem além e olhando a que a mesa redonda está totalmente vazia, os Patos Pançudos não vão aparecendo nas reuniões há uns dias! Ora, é sabido, que aos olhos dessa escumalha mandona, nós somos conhecidos como os Patos Bravos! Patos Mansos! Zé Patinhos! Pé Descalços! Patos Leigos da grei e da plebe! Eu diria antes que somos: Patos Escravos! Patos explorados, porque ao sermos de brandos costumes, não tugimos nem mugimos...
- Pato Diáspora, como pode ser isso se vivemos em democracia?
- Democracia? Pato Valmar! Qual democracia qual carapuça? Democracia é ilusória quanto possa ser… São beijinhos e abraços, a tudo quanto é pato bravo, mas só durante eleições! Logo que se apanham no poleiro: são uns ditadores, são uns fascistas, são uns oportunistas, são uns comilões pançudos, porque comem tudo e muito, muito mais… e não deixam nada!
- Bravo, bravo, Pato Diáspora; nessa, também estou contigo! É o Pato Vigilio a concordar.
- Mais alguém a concordar; que tudo isto não passa duma bagunça de pançudos?
- Claro, claro - é a “patalhada” toda numa “quacada” em uníssono…
- Assim, sim, companheiros! Dá gosto vê-los todos a puxar p’ra mesma banda. Que grandes patos vós sois!

- Como é do vosso conhecimento, recentemente o Pato Tintas que voa e poisa na Póvoa, num rasgo de patriotismo escreveu uma carta aberta ao manda chuva, Pato Sócras, pondo-lhe a competência de gamela a prémio na ribalta do descaramento. Vejam o conteúdo da carta que pela surra consegui desem(patar) do jornal da caserna dos Patos Finos que somos nós!

Carta aberta ao Primeiro Ministro
Excelência:
Não sei muito bem como me enquadrar no espectro político português. Não me revejo na ideologia do PSD e muito menos na do CDS. As ideias marxistas do PCP ou as trotskistas do Bloco também não me convencem. Assim sendo, não me resta outra alternativa senão alinhar consigo no governo deste país.
Num momento tão importante como este, o de estabelecer um orçamento para o corrente ano, custa-me ver que não contou comigo para o ajudar em tão decisivo acto. Como acima de tudo está o interesse do nosso país, vou passar por cima desse seu lapso e, mesmo assim, oferecer-lhe a minha ajuda no sentido de resolver tão escabroso problema.
Como nenhum de nós é parvo, ambos sabemos que não vale a pena procurar a solução do lado das RECEITAS, pois o cinto dos nossos concidadãos já não tem mais furos onde enfiar o fusilhão. Vamos, por isso, concentrar-nos no lado das DESPESAS. Não é verdade que até o FMI nos aconselha a reduzir a despesa? Então vamos a isso. Vou oferecer-lhe a solução para o seu (nosso) problema, numa bandeja, embora saiba que nem obrigado me vai dizer.
Para acudir aos casos desesperados dos pobres, desempregados, sem-abrigo, e quejandos, deve ser criado um FUNDO DE APOIO DO ORÇAMENTO (FADO) a que poderão recorrer todos os que se encontrem em situação de desespero total.
As receitas do FADO serão provenientes de uma SOBRETAXA a aplicar a todos os rendimentos considerados "pornográficos". Consideram-se assim todos aqueles que ultrapassem os 2.500€ mensais.
E, na falta de melhor proposta, considere a seguinte tabela que deve ser aplicada de imediato, com efeitos desde o passado dia 1 de Janeiro, abrangendo todos os rendimentos de todas as pessoas civis ou militares, com empregos públicos ou privados, no activo ou na reforma, sem qualquer excepção. E muita atenção aos profissionais liberais que, salvo prova em contrário, deverão ser taxados numa base mínima de 10.000€ mensais e intensivamente fiscalizados. O "Modus Vivendi" de toda esta classe deverá ser objecto de acompanhamento pormenorizado, de modo a evitar que se escapem ás suas obrigações fiscais. Até hoje, têm sido quem mais ganha e menos paga. Mão dura com eles, portanto, é o que exige.

1º Escalão - 2.501 a 5000€ - 10% de sobretaxa.

 2º Escalão - 5.001 a 10.000€ - 20% de sobretaxa.

     3º Escalão - 10.001 a 15.000€ - 35% de sobretaxa.

     4º Escalão - 15.001 a 25.000€ - 50% de sobretaxa.

     5º Escalão - 25.001 a 50.000€ - 90% de sobretaxa.

     6º Escalão - Mais de 50.000€ - Reverte para o FADO a 100%.

Para casados ou que vivam em comunhão de mesa e habitação e que ambos caiam sob a alçada desta tabela, deverá aplicar-se uma sobretaxa extra de 10% sobre todos os rendimentos do titular com menores rendimentos.
Quaisquer valores de prémios, ajudas de custo, PPR's e outros truques usados pelas empresas para remunerar titulares de altos cargos, devem ser contabilizados como lucros e sujeitos a uma taxa especial de 50% em sede de IRC, valor que reverterá a favor do FADO.
Este sistema vigorará enquanto subsistir a situação de crise ou, como é hábito afirmar-se nas discussões do orçamento, enquanto o país estiver de tanga.
E para que não restem dúvidas, repito que nenhuma espécie de rendimentos, sejam eles de que origens forem, poderão ser isentados desta sobretaxa.

Resta-me desejar que exista na sua equipa governativa quem seja capaz de distribuir as verbas provenientes deste Fundo, de modo absolutamente claro e honesto. E se alguém for apanhado a "meter a unha" neste dinheiro, arrancado "a ferros" aos contribuintes, deve ser banido e proibido de exercer qualquer cargo público, para além de perder o direito a qualquer pensão de reforma paga pelo erário público.
Proponha esta medida na Assembleia, com a certeza de que terá o apoio incondicional de mais de 75% da população deste país
...oOo...
Como podem ver o Pato Tintas é dos nossos, e se lhe dermos corda vai ir longe, por isso, pensei que, se vocês estiverem de acordo, e, se ele quiser, vamos elegê-lo ao Supremo Magistrado do nosso governo e como ele é Benfiquista, pode-se usar a mesma - et pluribus unum – como forma de governar…
- Claro! Claro! Em prol da nossa salvação… em prol da nossa salvação… foram todos à uma!

3 comentários:

  1. Sim senhor, oh Pato das Terras Frias do Cá Nada! Hoje estavas mesmo inspirado.
    Aceito o cargo para que me propuseste com duas condições:
    1ª - Não dou entrevistas, não apareço na televisão, quero um isolamento total da comunicação social.
    2ª - Nego-me terminantemente a receber qualquer pagamento pelo desempenho das minhas funções, para além da pensão de reforma que já recebo actualmente da Segurança Social.

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  2. Amigo Leiria
    Eu a pensar que era o único pessimista desta rapaziada, e afinal venho a descobrir que não,no outro blog vem o Amigo TINTINAINE armado de G3 e tudo aqui é um pessimismo que dá dó,
    vamos lá a animar que o País tem futuro,Terá?
    Um abraço
    Virgilio Miranda

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  3. Na ronda…
    Aqui é como quem joga o berlinde. Vale tudo menos mijar na barroca!
    E quem fala assim manda… e vocês mandem forte e feio que o ‘capitano’ não se zanga.
    Quanto pela negativa, se não fosse ela não haveria motivação para se desabafar nas letras!
    Foi, é e será sempre, desde que o homem se conhece!... O grande problema, é o facto de que o ‘status quo’ do negativismo, altera-nos o sistema hormonal que nos afecta a equilíbrio de saúde, causando-nos a morte prematura! Veja só a idade com que os nossos grandes escritores do século XIX morreram!?
    Também para se viver numa ‘merda’ destas, em que perdemos a habilidade de se apreciar e dar graças a Deus por ainda se ter o copo MEIO CHEIO em contrapartida chorar-se lamuriosamente o OUTRO MEIO que está vazio!
    É o fado amigo Virgílio… é o fado…

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