Até há poucos dias atrás, nunca tinha ouvido falar de Videmonte. Por causa do Manel Ferreira que nunca mais consigo encontrar, fui parar a esta terra que fica no fundo de um buraco onde o Judas perdeu as botas. E no entanto passei lá perto vezes sem conta. Quem me empurrou para lá foi o Zeferino (1797/64) que, por acaso, nasceu em Figueiró da Serra, não longe de Videmonte, conhece aquelas paragens e sabia que o Zé Fonseca (2063/64) era dali natural.
Eu não sabia como chegar àquele buraco, mas com a ajuda daqueles que me têm apoiado nestas andanças, depressa encontrei um número de telefone para onde ligar e perguntar pelo nosso camarada, há tanto tempo desaparecido das nossas vidas. Cerca de uma hora depois do meu primeiro telefonema já estava conversando com ele ao telefone. Contou-me as voltas que a sua vida deu, desde que nos deixamos de ver e prometeu fazer os possíveis por comparecer em Pombal, no dia 2 de Outubro. Não pode garantir em absoluto a sua presença, pois a sua vida é ainda em França, para onde tem que regressar brevemente e não tem ainda uma agenda devidamente confirmada.
Terminado o Curso de 1º Grau que ocupou os seis meses subsequentes ao nosso regresso de Moçambique, foi incorporado na CF10 que seguiu para a Guiné, no início de 1969. Curiosamente a mesma em que seguiram alguns filhos da minha escola, como o Paixão que esteve comigo na CF2 e na CF8, ou como o Sérgio Rego e o Zé Pintado que tinham também feito parte da CF2 e da CF9, recém-regressada da Guiné.
Com eles foram também para a Guiné outros filhos da escola do Fonseca e camaradas da CF8, tais como o Paulino (1189/64), o Carlos Fazeres (1567/64), o Manel Macedo (1982/64) e o Miguel Neiva (2002/64).
Depois desta comissão o nosso amigo Fonseca partiu a caminho de França, procurando na emigração aquilo que a sua terra não lhe podia oferecer. E por lá continua, ainda hoje, uma vez que os seus filhos e netos fizeram daquela a sua terra. Voltar àquele buraco, perdido no meio do Parque Natural da Serra da Estrela, só mesmo em visita de férias, tal como agora aconteceu.
Por curiosidade, o Manel Macedo, acima referido, também era natural daquelas paragens, Linhares da Beira, para ser exacto. Não fosse o caso de ele, infelizmente, ter já falecido, seria um prazer ver os três naturais do Parque Natural, encontrar-se em Pombal e trocar um abraço tantos anos depois.
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